Amigos lindos, aqui termina a amostra do livro. Obrigado por ter cegado aqui.
"Todos nós sabemos que o que não vemos não propriamente não existe, ou não estar lá. Veja o vento, a fé ou ar que respiramos. Mas tudo vai depender do quão estamos propensos a acreditar em sua existência. A mente humana é fabulosa. Mas infelizmente precisa de estímulos. E nem sempre é o que fazemos. Mas agora, vamos fazê-lo. Vamos estimular a mente acreditando fielmente em algo. Então, escolham alguma coisa banal e acredite nela. Enquanto acreditamos que podemos ter essa coisa, nós poderemos realmente tê-la. Porém, no momento que deixarmos de acreditar o mundo conspirará contra esse acontecimento e, logo passa a ser apenas uma expectativa. Algo que pode ou não acontecer. Que é diferente de algo que vai acontecer porque acreditamos."
Após nova caminha pela feira identifiquei uma banca vazia entre outras bancas que vendiam produtos de limpeza e produtos alimentícios. Não era área de temperos e condimentos, mas quem compra arroz, feijão e sabão também compra colorau, pimenta do reino, alho e os demais produtos para cozinha.
Corri apressado até ela e já fui colocando as coisas em cima quando alguém grita - Pare! - No primeiro momento fingi não ser comigo e continuei o que estava fazendo.
Mas notei algo familiar naquela voz e me virei imediatamente e, qual minha surpresa. Quem me gritava me impedindo de usar a banca era a menina da noite anterior, com seus cabelos azuis.
Ela veio em minha direção e por um estante perdi a razão e congelei - Você não pode colocar nada nessa banca. É do moço. Ele vai chegar logo - Eu ainda sem reação - Oi... Está me ouvido - Quando enfim me recuperei e respondi - Oi... Sim. Estou lhe ouvindo - Sem tirá-la do meu campo de visão.
- Você não pode usar esse banco. Entendeu? Ele tem dono. Desculpa, mas não - Explicou um tanto sem graça. Eu estava pálido, admirado com tanta beleza. Queria não me controla e por isso não parava de olhá-la. Percebi que meu conceito de beleza estava errado quando pensei na Taísa, a garota mais bonita da escola.A partir daquela menina que nem sabia o nome estava descobrindo a verdadeira beleza - Oi. Você esta me deixando com medo. Não para de me olhar - Disse ela - Oi, não, não... Desculpa. É porque você me pegou de surpresa - Tentando sair daquela situação um tanto quanto constrangedora - Eu preciso usar essa banca. Comprei algumas mercadorias para revender na feira e... - Apontando em direção da banca como única opção já que todas estavam ocupadas - Então preciso dela. Você entende? - Perguntei sem esperar resposta. Voltei a colocar o saco de mercadoria sobre a banca.
Ela ficou me olhando por alguns estantes sem sair de perto quando então me encheu de alegria dizendo seu nome - Eu sou Simara, mas pode me chamar de Sisse - Estendendo a mão para mim - E você?
- Charles, só Charles. Tudo bem? Respondi - balançando a cabeça e continue arrumando as mercadorias na banca. Sisse franziu a testa, soltou um sorriso sem graça e recolheu a mão.
Rasguei um saco grande e forrei a banca que tinha ripas pregadas umas as outras com todo cuidado para não me machucar com as inúmeras farpas à mostra. Abrindo saco por saco e expondo o produto para venda. Alguns mal se seguravam em cima da banca de tão leves.
Era um pouco de tudo. Percebi uma pequena brisa vinda do sul. Algo que não esperava naquele momento. Aquela noite tinha sido quente. Aguardava-se um dia quente também.
Você deve lembrar que Josenildo foi até a lagoa ali perto para se refrescar. Então não me importei muito com o vento e continuei com meu trabalho. As pessoas já passavam aos montes naquele corredor embora não fosse o principal, a movimentação ali era grande por causa dos itens de mercearia que ficavam ali expostos à venda.
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Águas que passam, uma breve aventura
Ficção GeralCharles é um garoto como qualquer outro de sua idade. Morador de uma cidade pacata do interior do Nordeste, ele leva uma vida simples e feliz até que um inesperado acontecimento em família vai mudar sua vida. Levado precoce ao mercado de trabalho...