Prólogo

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Era o ano de 1988 e já tinha passado o mês de julho quando resolvi sair do Município de uma pequena cidade do interior, há alguns quilômetros da capital do Rio Grande Norte, Natal, para viver uma aventura curta, mas que me traria com certeza novas expectativas de vida. O que eu não sabia é até onde ela podia me levar.

Um garoto chamado Charles Carabino da Silva Falcão. Um nome que me seguirá pelo resto da vida. Filho único de família humilde do interior.

Você deve estar se perguntando, "filho único?" Sim, verdade. Meus pais até que tentaram aumentar a família, mas nunca existiu um consenso. Como diz minha mãe."Um está ótimo. Quanto mais filhos mais bocas para alimentar." Já meu pai. "Quanto mais filhos mais braços para trabalhar." Enfim, não tenho irmão.

Como dizia minha tia Zefa "onde come um come dois, é só colocar mais água no feijão". Todo brasileiro daqui de cima conhece o ditado. Se você não conhece, então pergunte há alguém mais velho que você e ele dirá. Tia Zefa foi uma figura única, tão viva e presente. Uma pessoa muito importante para família.Não esqueço da pessoa maravilhosa e agradável que contava histórias de amor ao pé da fogueira em noites escuras. Dona de um dom especial que era amar o próximo. Tia Zefa nos deixou muito cedo e hoje enche os anjos de alegria por sua presença, com certeza. Deixou saudades.

Eu ainda muito novo quando meus pais se separaram; sim, eles se separaram. Bem, a falta de consenso não era só em quantos filhos terem. É isso, fui criado apenas por minha mãe é claro. Com todas as dificuldades de uma mãe praticamente solteira,ela teve algumas, na verdade muitas dificuldade para nos manter; foi então que tive que ajudar. Sim, precoce, mas necessário.

A partir desse momento minha vida mudou. Foram vários desafios que me trouxeram até aqui. E não foi fácil chegar onde cheguei. Mas nada me fazia desistir de buscar um sonho. Não, não era encontrar meu pai, não mesmo. Naquele momento na inocência de uma criança, disse a minha mãe que conquistaria uma vida melhor para a família. E ela respondeu. "Então vá! Desejo que viva a vida e não apenas sobreviva a ela."

O tempo passou tão rápido quanto os amores da minha vida. Que embora não muitos porem verdadeiros, sempre me fortaleceram e tentaram me mostrar algo além dos pétalas das rosas. Quando percebi já não estava mais em minha terra natal. Partir, foi como reviver o momento de incerteza de quando meus pais se separam. Mas agora,a decisão era minha. Rumo ao desconhecido e duvidoso. Em busca do sonho.

 Leiam o meu primeiro capítulo: A Feira. Tentem imaginar como aconteceu. Dediquei um bom tempo para ele. Grande abraço e obrigado!

Águas que passam, uma breve aventuraOnde histórias criam vida. Descubra agora