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Descobrir que sou descendente de bruxas foi um choque para mim. Nunca imaginei que aconteceria comigo. Ainda mais aqui em Kendrick um reino em que todo e qualquer feiticeiro prefere esconder sua relação com a magia.

Ainda não entrei no ramo dos feitiços porque a minha família não gosta muito dessas coisas mais eu sei que praticam longe de mim. Mas tem receio porque aos olhos dos outros somos loucos e charlatões, nesse lugar quase todos usam magia, fazem rituais escondidos por terem medo do lorde J.K Johnson que dizem ser muito malvado com feiticeiros por conta de acontecimentos passados em sua vida.

Minha mãe tinha pedido que eu fosse à floresta buscar algumas plantas, a floresta não era lá muito assustadora como gostaria, muitas árvores verdejantes com galhos tortuosos alguns bem secos e com muita folhagem forrando o chão de terra, eu sempre pegava um atalho por um caminho ladrilhado de pedras e árvores secas e floridas. Este atalho era um pouco perigoso pois se encontrava perto do vale do grito que tinha esse nome por causa das inúmeras pessoas mortas lá pelo lorde J.K.

Chegando ao meu destino um lugar na floresta lindo um jardim de diversas variedades de plantas e flores, não sabia muito bem o que minha mãe iria fazer mais pediu que lhes levasse ervas como artemísia, melissa, alecrim, erva matte, canela dentre outras que conheço mas não sei para que servem, de certo ela queria fazer algum banimento ou coisa do tipo. Colhi as ervas e fiquei mais algum tempo admirando a beleza daquele lugar.

Logo já voltava para casa quando tropecei em um tronco solto no meio do caminho deixando cair algumas das coisas que carregava na cesta, me abaixei para apanhar as coisas quando vi que um moço também se abaixará para me ajudar a recolher as coisas que haviam espalhadas no chão.

- me deixe ajudar-te. - Disse com uma voz ligeiramente rouca mas doce e linda.

- claro! - Respondi olhando em seus lindos olhos castanhos, ele tinha uma pele branquinha cabelos pretos e aparentemente bem trajado como se não fosse dali, e realmente não era creio eu. Juntamos tudo que eu havia derrubado.

- o que fazes uma moça tão bonita andando sozinha em um lugar como esse? - Perguntou preocupado se referindo à floresta.

- vim pegar algumas coisas para a minha mãe. - Eu não podia falar a verdade pois não o conhecia.

- ah! Sim claro, mas venha acompanhada da próxima vez este é um lugar muito perigoso para mocinhas indefesas como você. - disse com um tom autoritário em sua voz.

- quer dizer que sou indefesa? - digo o Provocando. Quem ele pensa que é para falar isso de mim.

- se não é mas parece ser, só tenha mais cuidado. Sabes como é por aqui sempre acontece coisas estranhas. – Disse preocupado.

- como o que por exemplo? - Perguntei lhe um pouco curiosa por sua resposta.

- homens que vem fazer algum sacrifício ou oferenda para os deuses ou para a terra coisas desse tipo, fora que o meu irmão não gosta de estranhos andando por aqui.

- ah é!? E quem é o seu irmão?

- bom agora tenho que ir. - ele Saiu meio apressado como se escondesse algo de mim, sumindo rapidamente em meio a floresta.

- nossa nem me respondeu que rude.

Mas gostei de ver aquela figura até porque não falava com muitos rapazes pois estes me achavam estranha, mas não importa agora tenho que voltar para minha casa.

Chegando em casa entreguei as plantas à minha mãe.

- mãe para que é tudo isso que me pediu? - Fiquei curiosa já que ainda não me tinha explicado.

- bom minha filha lembra se dos festivais de comemoração da colheita que fazemos todos os anos?

- sim para agradecemos e pedir melhores coisas e tais. - Fiquei um pouco confusa mas entendi.

- pois bem é para isso que serve estas plantas para o que vou fazer.

Ela parecia um pouco confusa podia ver em seus olhos que estavas à mentir, mas deixei passar já que estávamos à dois dias da celebração e eu já estava ansiosa para reencontrar aquele rapaz lindo e rústico.

Deixei minha mãe à fazer seus chás na cozinha e fui para o quarto sentei na minha cama ao lado da cama da minha irmã Emma que se encontrava deitada nela.

- o que aconteceu contigo? - Emma estava deitada à me olhar à espera de respostas.

- à mim nada, fui só para à floresta pegar o que a mamãe me pediu. – Mas ela notou a minha cara de felicidade.

- valentina não me esconda nada! - Disse querendo saber de tudo, me dei por vencida e resolvi contar.

- bom deixei cair algumas coisas da cesta e de repente um rapaz veio me ajudar a juntar tudo.

- mas me conte como ele era? – Emma sempre tão curiosa.

- olhos castanhos, pele branquinha, cabelos pretos e alinhado e usava bons trajes.

- e você não fez nada? - Disse em um tom de espanto.

- e você queria que eu fizesse o que?

- hora perguntasse ao menos o nome dele.

- ah! Emma na hora isso nem me veio à cabeça. - Respondi olhando para ela enquanto penteava os meus longos cabelos ruivos.

- se estava assim tão bem trajado não podias ser um simples camponês. – Disse com um tom duvidoso.

- Emma vamos deixar isso para outra hora, agora temos que nos preocupar com a festa de celebração da colheita.

- sim claro! E sera que ele vai estar lá? - Disse  me provocando, com um sorriso alegre e jogando uma das almofadas que estavam em cima de sua cama em mim.

- oh! Emma pare com isso! E não sei se ele vai só nos vimos uma vez é isso não quer dizer nada. -
Joguei a almofada de volta à ela que riu novamente.

Terminei de pentear meus cabelos, saindo da cama em direção à janela o sol já estava quase se pondo toda aquela linda paisagem era visível da minha janela.

- o que estas à fazer parada aí? - Emma me encarava.

- apenas à admirar o por do sol. Venha ver! - Ela se levanta da cama em que estava vindo em minha direção. O sol se põe lindamente atrás das montanhas.

- valentina vamos dançar ao redor da fogueira? - Propôs Emma.

Olhei para ela em sinal de confirmação. Devemos até o pátio e logo à noite já estava escura com um tom assustador mas com uma lua linda e brilhante no céu rodeado de estrelas.  Emma adorava dançar ao redor da fogueira pois o rapaz que ela gostava sempre vinha olhar junto de uns amigos dele.

Para mim aquela dança sempre  era um pouco estranha pois sempre que olhava o fogo, ele se comportava de uma maneira agitada era como se eu o pudesse ouvir dançando junto comigo sempre formando figuras à minha frente, Emma me interrompe de minhas alucinações com a chama.

- vais dançar ou não?

- vai você eu vou indo depois. - Mais logo avistei aquele lindo moço que vi antes na floresta, nessa hora eu já estava dançando ao redor da fogueira sentindo todo aquele calor subindo pela minha pele.

Ele estava a me admirar à dançar sorridente em volta da fogueira, mas antes que eu saísse da dança ele já tinha ido embora.

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Continua...

Primeiro capítulo de A feiticeira.
Senti romance no ar!!
O que será que vai acontecer?
Acompanhe e saberá! Espero que gostem.

Beijos

A feiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora