Oh, no.

1.4K 139 221
                                    

Hoje eu não iria pro trabalho, não iria mesmo. Minha cabeça estava quase pra explodir e minha vista estava cansada.
Só me levantei da cama pra limpar o meu nariz, que estava sangrando. Graças que meu apertamento era bem pequeno e tudo era bem perto.

Meu celular vibrava igual um louco, provavelmente era mensagens da Felicia perguntando onde diabos eu estava.

Me olhei no espelho e desejei estar morto, eu não aguentava mais aquilo. Tudo o que eu queria era sair daquela maltida e fodida e mal comida e arrombada maldição. Eu queria ser uma pessoa normal, que não tivesse preocupação nenhuma em sair à noite. Beber com alguns amigos, jogar papo fora. Mas nem amigos eu tenho. Eu sou um fodido sozinho.

Quando dei por mim eu já estava no chão chorando horrores só fazendo com que minha dor de cabeça piorasse.
Eu faria de tudo pra mandar o Pennywise pra fora de mim, faria de tudo mesmo.

Me assustei com um som estranho vindo da sala, parecia ser a TV. Fui até lá e na tela da televisão passava uma reportagem.

Uma garota horrivelmente ferida e um rapaz sumido. A garota infelizmente não aguentou e morreu no caminho para o hospital. Mas antes disso ela alucinava dizendo coisas sem sentido sobre um palhaço.

E eu gelei, engoli a seco e me sentei. Passei minhas duas mãos pelo meu cabelo com aflição.
Isso iria acabar agora.

Sai do apartamento deixando a porta aberta, e fui correndo em direção ao terraço do prédio. O vendo ali era forte, fazendo com que meus cabelos ficasse bagunçados. Fui até a beira do terraço e olhei o quanto aquela cidade era pequena e grande.

Todo mundo ali se conhecia, todo mundo cuidava um do outro. Mas eu nunca participei desse "todo mundo", ninguém aqui ia com a minha cara.
As ruas de Derry estavam vazias, o que era estranho. Mas quem ficaria andando por aí com um palhaço assassino à solta?

E novamente lágrimas começaram a brotar em meus olhos. Era agora, agora seria o meu fim.

Então fechei os olhos e me joguei.


Acordei com uma puta falta de ar e ao mesmo tempo assustado. Olhei em volta e eu estava no meu quarto. Como assim?

Olhei para os braços pra ver se nenhum estava quebrado, olhei as pernas. Tudo em ordem. Eu estava confuso, e não sabia se eu tinha sonhado ou se aquilo que tentei no terraço do prédio foi verdade.
O som da campainha me assustou e xinguei um porra bem alto, me levantei e vi que eu estava com a mesma roupa de antes. Antes de me jogar do prédio.

ー Eu só quero saber porque você não está no trabalho. ー era Felicia, gritando.

ー E eu queria saber porque diabos você está gritando. ー franzi a testa enquanto coçava a nuca.

ー Você está de ressaca, Bill? ー ela me empurrou de leve.

Queria eu estar de ressaca.

ー Sim, tô com uma puta ressaca. ー menti.

ー Enfim, se troca e vamos pro trabalho. ー ela simplesmente entrou e se sentou no sofá.

Nem adiantava eu dizer que não queria, porque se tratava de trabalho e não de escola ou algo assim. Mas eu realmente não queria ir, sinto que vou acabar matando alguém e não vai ser por causa do Pennywise.

ー Tomou seu café da manhã? ー Felicia perguntou se levantando ao me ver já pronto na sala.

ー Você está parecendo a minha mãe e eu não tô gostando disso. ー falei enquanto pegava minha jaqueta. ー Fecha a porta depois de sair.

it: a maldição 》bill skarsgård. Onde histórias criam vida. Descubra agora