Destruído

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Eu vi um cadáver essa noite

Olhando para o espelho

Ele piscava e me fitava

E de seus pulsos escorregavam

Um líquido vermelho


Era assustador

Senti um frio em minha espinha

Mas com aquilo eu já estava acostumado

Apesar de ser desesperador

O meu choro eu continha


Sinto-me completamente oco

Quem diria que o vazio

É por ironia, ou coincidência

Tão frio?


Você era uma bola de fogo reluzente

Que se dizia capaz de me aquecer

Suas palavras eram como navalhas

Complicadas, afiadas

E difíceis de esquecer


Eu já tive mais disposição

Já fui mais valente

Agora sou um covarde

Que esconde no peito

Os demônios existentes em meu coração


Eu vejo um cadáver essa noite

Se olhando no espelho

Piscando, fitando

A si mesmo

Às cicatrizes por seu corpo

Agora ele está no chão

Com os pulsos chorando

Seus olhos abertos estão

Fraca está sua respiração

E os batimentos de seu coração


Vejo a morte se curvar sobre mim

E me observar

Com um olhar

De desprezo

Justamente o olhar

No qual queria me livrar

Quando estava vivo

O Poeta SuicidaOnde histórias criam vida. Descubra agora