Dia 2

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Natal.

Haviam pessoas que esperavam o ano todo por essa estação do ano, estação que celebrava o nascimento do tal filho de Deus, estação que as pessoas compartilhavam presentes, estação que as pessoas tiravam folga para ficar com seus familiares.

Mas para o moreno, que tinha dentro de si um coração tão frio, quanto o céu do inverno, o Natal não passava de uma celebração boba e sem graça.

Para ele as pessoas deviam apagar as luzes da cidade e contemplar a beleza do céu que aparecia no inverno.

Aquele céu era muito mais que um simples gelo sem estrelas. E cada vez mais que encarava ele, o homem de olhos pretos, identificava-o cada vez mais com o seu coração dentro de si.  Que para muitos era um pedaço de gelo que nunca poderá ser derretido, mas eles não sabiam que naquele coração poderia haver mais sentimentos do que qualquer outro coração, o coração do moreno precisava somente de atenção e carinho, nada mais.

O garoto de olhos tão frios e escuros quanto o céu daquela noite, vagava pelas ruas de Busan em busca de um bom lugar para ler o seu livro, sentir a brisa gelada do inverno e admirar o seu tão obscuro e amado céu.

Não conseguiu achar nada melhor que a pequena praça que havia ido a noite anterior.

Ao se aproximar do local, viu o mesmo rapaz da noite anterior, encarando o céu da mesma forma que estava no outro dia.

- Se continuar nessa posição, ficará com dor na coluna. - O moreno disse de uma forma fria, mas com uma preocupação imperceptível, pelo menos o ruivo não percebeu. - Ah, boa noite. - Se sentou do outro lado do banco e abriu seu pequeno livro de astronomia.

- Obrigado pela dica. - O ruivo dizia inchando as bochechas,  formando um leve biquínho em seus lábios gordinhos, logo se arrumou no banco e continuou a encarar o céu. - E boa noite também.

Good NightOnde histórias criam vida. Descubra agora