Dia 4

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Ah, os dias eram tão monótonos, tão sem graça, tão chatos.

As pessoas viviam de uma forma superficial, botando sorrisos em suas faces, quando querem chorar até não poder mais.

- Filho, você tem que ser forte, um machucado desses não pode faze-lo chorar assim. - O moreno encarou uma mulher que conversava com seu filho, ajudando-o a levantar.

Os olhos do garoto reviraram, não conseguia acreditar no tamanho daquela hipocrisia.

Antes de saírem a mulher chorava por ter quebrado a unha, pensava o moreno ainda encarando a cena. Tão observador que conseguia decifrar qualquer cena com apenas um passar de olhos.

- Ensine o garoto a chorar e não esconder os sentimentos, senão, se tornará alguém frio e que mente até para si mesmo. - O garoto se aproximou abaixando-se em frente ao mais novo ali, o encarando com seus olhos frios, soltou um sorriso mínimo para o menino. - Você deve chorar, huh, mas mesmo assim, deve se tornar alguém forte, para que ninguém zombe de você. - O moreno passava sua mão destra na cabeça do garoto, acalmando-o. - Sinto muito por atrapalhar.

Pois é, o moreno era mais hipócrita que qualquer um.

Continuou vagando pela cidade, até dar a hora de ir à praça para ver o céu e o dono do sorriso mais sincero que já havia visto.

Passeava pelo caminho tão conhecido por si, encarava o trânsito que poluía a sua amada natureza, o ódio transbordava de seus olhos. Por que esses preguiçosos não andam ao invés de ficar poluindo o meio ambiente?

Ao chegar na praça, pôde sentir seu coração de gelo se partindo em milhões de pedaços. Ele nunca imaginária que poderia ver o menino do sorriso sincero daquela forma, tão indefeso.

- O-o que h-houve? - O moreno perguntava nervoso, havia criado um laço muito forte com o garoto, que nem sabia o nome.

- A-ah, uh, v-você... chegou cedo. - O ruivo disse levando suas mãos gordinhas aos seus olhos na tentativa falha de limpa-los.

- Eu sempre venho esse horário, ruivinho. - O moreno dizia com um tom preocupado.

- Uh... Não aconteceu nada de mais, eu sou bem bipolar, daqui a pouco estou rindo como se nada estivesse acontecido. - O ruivo disse quando, finalmente, as lágrimas de seus olhos secaram. Abaixou a cabeça tentando esconder seu rosto inchado.

O moreno se aproximou do pequeno e ergueu seu rosto, encarando-o. Os olhos e o nariz do menino estavam em um tom vermelho, geralmente, as pessoas ficam engraçadas ou estranhas, mas, na visão do mais novo entre eles, o ruivo era a coisa mais fofa e linda que já havia visto, mais lindo até mesmo que o seu tão amado céu de inverno.

- Boa noite. - O moreno expressou um sorriso gentil e acolhedor, não querendo se intrometer nos problemas pessoais do menino.

- Boa noite. - Devolveu o sorriso que receberá.

Good NightOnde histórias criam vida. Descubra agora