Mensagem 🥀 Martin Garrix

...23...

Os olhos fechados, as mãos passando por meu corpo... A musica que tocava me deixava, de certa forma, excitada. Eu era só mais uma naquela pista de dança, mas me sentia única, como se não houvesse mais ninguém ali além de mim mesma. Podia sentir os músculos vibrando com as batidas, a pele arrepiando conforme o drop chegava. Talvez eu estivesse parecendo uma louca, pois não se tinham tantas pessoas dançando tão animadamente como eu, mas eu não me importava. Só queria sentir a música.

A área vip não era como eu imaginava. Não passava nem perto de festivais normais. Uma sala enorme, com luzes coloridas e música alta. Até aí, nada de diferente. Oque diferenciava eram os sofás e poltronas espalhados por todo local, uma mesa com comida e bebida a vontade...como uma festa na casa de alguém.

Fui tirada de minha bolha de pensamentos quando alguém esbarrou em mim. Peguei meu celular e olhei as horas, vendo que já não era tão cedo. Antes de sair para procurar Lucy, resolvi usar o banheiro. Caminhei entre as pessoas ali até achar o local procurado. A tentativa de abrir a porta foi totalmente falha e pelo barulho suspeito que vinha de dentro, resolvi nem tentar mais entrar. Respirei fundo pensando oque iria fazer e resolvi me arriscar a entrar no banheiro masculino, me sentido aliviada quando entrei e vi que estava vazio. O remix de Summertime sadnes podia ser escutado daqui. Como era uma de minhas músicas preferidas e o banheiro estava vazio, não me importei em cantar alto. Estava cantado o refrão da música quando puxei a descarga e abri a porta, parando bruscamente quando vi Martin escorado na pia.

-Ou esse é o banheiro masculino, ou eu estou no banheiro errado - falou me encarando.

-Não, eu que estou no banheiro errado - caminhei até a pia para lavar as mãos.

Pelo espelho pude ver Martin me encarando atentamente com um sorriso pequeno nos lábios.

-É que no banheiro feminino havia alguém transando - expliquei e ele riu.

Sequei minhas mãos e me virei para Martin, o encarando, vendo se desencostar da pia.

-Eu fiquei muito feliz por você ter vindo - sorriu de lado.

-Se eu não viesse, Lucy me matava - ri.

Lado a lado, caminhamos para fora do banheiro. Ele pegou em minha mão, me puxando para uma área mais afastada e se sentou em um sofá, me convidando para sentar também.

-Eu vi você dançando hoje - falou um pouco alto para que eu escutasse.

-Viu? - perguntei nervosa por pensar em quão ridícula foi minha dança.

-É. E não entendi porque você trabalha em uma loja de cd's se dança tão bem. E pelo oque escutei no banheiro, canta melhor ainda.

-Não me iluda, Garrix - ri, mas ele permaneceu com a expressão impassível.

-Eu estou falando sério, Kels. Ver você dançando me deixou exci...impressionado - coçou a garganta depois de ter se corrigido.

-Então, obrigada - ri abaixando a cabeça.

-Não precisa ficar com vergonha - puxou meu queixo para que eu levantasse a cabeça e meu olhar foi de encontro a seus olhos.

Nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir sua respiração e hálito de menta misturado com alguma bebida alcoólica. Automaticamente meu olhar desceu para sua boca e quando voltei a olhar em seus olhos, vi que agora era seu olhar que encarava meus lábios.

-E-eu...eu preciso achar a Lucy - falei me levantando e desviando os olhos dele.

-A Lucy já subiu - se levantou também.

-Como? - arqueei as sobrancelhas.

-Eu encontrei ela um pouco depois de ter tocado e entreguei a chave do quarto para caso vocês quisessem descansar. Logo depois vi ela subindo junto a outro cara.

Suspirei já sabendo que teria de expulsar o tal homem do quarto para poder dormir.

-Ok, eu vou subir, já estou cansada.

-Eu subo com você. Amanhã preciso fazer algumas coisas, então preciso descansar. - se explicou.

Andamos entre as pessoas e ao chegar na porta de saída, dois seguranças começaram a nos acompanhar. Segundo Martin, haviam fãs malucas por todo lugar. Saímos do elevador e caminhamos em silêncio pelo corredor. Ele me mostrou qual seria meu quarto e se dirigiu para o seu, que era ao lado. A tentativa de abrir a porta foi falha. Bati na mesma, mesmo sabendo que não adiantaria em nada. Bufei impaciente e escorei a testa na porta, tentando pensar oque faria.

-Algum problema? - pulei de susto ao escutar a voz do rapaz.

Ele estava escorado no batente da porta me encarando.

-Lucy - só esse nome já fez ele entender e soltar uma risada baixa.

-Vem, você pode dormir no meu quarto - arregalei os olhos - você está cansada, provavelmente não iremos conseguir um quarto para você esta hora da noite e você não pode dormir no meio do corredor, então vem.

Falou e então entrou no quarto, deixando a porta aberta. Ainda meio assustada caminhei devagar para o quarto, não sabendo ao certo se ele estava falando sério. Ao chegar na porta pode ver Martin tentando tirar alguns cobertores de dentro do guarda-roupas que havia ali. Gargalhei ao ver os cobertores caindo por cima dele, que fez uma cara emburrada. Ele começou a puxar os lençóis pelo chão, me fazendo ficar confusa.

-O que está fazendo?

-Arrumando uma cama para mim. Você dorme na cama e eu no chão.

-O quê? Não! Você dorme na cama. Você me deu ingressos vip's para o show, pagou um quarto para mim e Lucy dormir e está me deixando ficar no seu quarto. Eu durmo no chão.

-Você está cansada, o chão é duro demais...

-Você mesmo disse que precisava fazer algumas coisas amanhã, precisa descansar, Martin - o interrompi.

-Eu não vou deixar você dormir no chão - cruzou os braços.

-Eu não vou deixar você dormir no chão - cruzei os braços também, dando ênfase em você. Ele ficou alguns segundos me olhando, apenas analisando os detalhes de meu rosto.

-Então nós dois vamos dormir na cama. - descruzou os braços e caminhou até uma mala perto da cama.

Depois de pegar uma muda de roupa, se dirigiu até o banheiro, apenas falando que iria tomar banho. Me sentei na ponta da cama e devagar tirei meus saltos, deixando-os ao lado da cabeceira. Peguei meu celular e tentei mandar uma mensagem para Lucy, que obviamente não viu. Desviei o olhar de meu celular quando vi Martin saindo do banheiro apenas de bermuda e com o cabelo ainda molhado.

-Pega - me estendeu um pano preto - Não me parece ser muito confortável dormir com esse vertido.

Peguei a camiseta e depois de agradecer, caminhei para o banheiro. Depois de fazer minhas necessidades , lavei meu rosto, retirando toda a maquiagem. Tirei o vestido e vesti a camiseta de Martin, que ficava um pouco abaixo de minha bunda. Passei os dedos pelo cabelo para desembaraçá-los e então saí do banheiro, vendo que o garoto já estava deitado na cama. Fui até lá também e deitei, puxando o cobertor para cima, envergonhada pela blusa ser tão curta.

-A cama é grande, mas se você ficar tão na ponta vai acabar caindo comentou com um sorriso divertido nos lábios.

Me mexi, indo mais para o meio da cama e ele sorriu.

-Você fica linda com vergonha - sussurrou.

Sorri sentindo minhas bochechas corarem e ele se aproximou mais, fazendo meu estômago revirar. Seu olhar era fixo nos meus olhos e enquanto uma mão acariciava minha bochecha, a outra me abraçava pela cintura, me trazendo para mais perto. Deitei minha cabeça em seu peito descoberto e nem percebi a hora que dormi.