Irmãos Vampiros

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De um jeito meio bagunçado arrumei minhas coisas no armário do closet, alguns dos objetos pessoais que havia trazido da minha casa coloquei sobre as mobílias que ajudavam a decorar aquele lindo espaço que agora era meu, me sentei na cama observando ao meu redor, tudo estava em ordem.
Me levantei para abrir as janelas do quarto com a intenção de sentir o ar da natureza, o dia pela primeira vez estava lindo através daquelas janelas, a visão da montanha me encantava. O vento entrou roçando meu rosto, estava gelado, estremeci de frio no mesmo instante e fechei a janela novamente deixando apenas as cortinas aberta para aquela bela vista.
Uma hidromassagem enorme no canto esquerdo do boxe parecia me chamar, a vista também de um ângulo diferente da montanha clareava o banheiro todo, fazendo o banheiro ser o mais confortável possível, senti que meu corpo estava cansado, eu precisava daquele banho urgentemente.
A água estava quente, tão boa o suficiente para eu não querer sair dali tão fácil. Sobre o balcão, de um tipo muito bonito de mármore branco, um pequeno rádio estava conectado na tomada, eu o liguei e coloquei na altura máxima para que pudesse esquecer o mundo lá fora e relaxar.
Estava imersa em meus pensamentos quando sinto uma brisa entrar no banheiro, abro os olhos e quase me afogo na banheira ao perceber que Maxwell estava escorado sobre a parede que dividia o boxe, ele abriu um sorriso maléfico em minha direção.
Eu estava assustada, e ao mesmo tempo alvoroçada com sua presença, eu não conseguia fazer com que alguma palavra saísse da minha boca, aquele transe que ele emitia de seus olhos me deixaram paralisadas novamente, eu queria abrir a boca para gritar, ou simplesmente correr, mas eu estava imóvel. A memória de alguns minutos mais cedo em que a mesma energia havia tentado fazer com que eu ficasse hipnotizada me fez acordar de novo, era algo assustador, difícil de entender o que acontecia cada vez que ele me olhava intensamente como naquele momento.
Maxwell ficou sério por alguns segundos, e piscou forte como se não fosse possível que aquela tensão tivesse passado. Aproveitei a pequena brecha de espaço para abrir a boca e gritar, mas fui interrompida por sua voz.

- Eu só vim avisar que o almoço está sobre a mesa te esperando, e se demorar mais um minuto que seja, ele vai gelar. - Sem parar de me olhar ele respondeu friamente.

- Que tipo de maluco é você que entra no quarto das pessoas sem bater? - Esbravejei cuspindo minhas palavras.
- E ainda por cima para na porta do meu banheiro e fica me observando!
- Qual o seu problema garoto?

Naquele segundo eu havia me esquecido que estava totalmente nua e me levantei da banheira, ainda irritada. Maxwell correu o olhar pelo meu corpo, e por alguns segundos sua pele pareceu corada.
Ele abriu novamente aquele sorriso sombrio, foi só quando eu percebi que estava nua parada na sua frente, com as mãos para cima em sinal de irritação.
Foi minha vez de ficar corada de vergonha, misturado com minha raiva.
Antes que eu fizesse algum movimento, Max já estava com uma toalha em suas mãos esticadas para mim, eu as agarrei sem pensar.

- Será que você pode me dizer como diabos entrou no meu quarto? - Perguntei novamente sem rodeios, tentando amenizar minha vergonha.

- Você não deveria deixar a porta do seu banheiro aberta, com o rádio ligado no último volume, lá da cozinha dava para ouvir essa poluição sonora que você chama de música.

- Porque simplesmente não me chamou ao invés de ficar me observando a tomar banho? - Questionei mais uma vez, em uma tentativa falha de enxugar meu cabelo com outra toalha.

- Eu chamei, mas você acha mesmo que eu seria doido de perder um espetáculo destes? - Respondeu ele na maior facilidade e sem corar.

- Eu nem te conheço garoto, você é louco, percebi isso desde o momento em que você foi me receber.

- Então não deveria ter entrado na minha casa, quando eu não te convidei. - Ele piscou soltando mais um de seus sorrisos perversos e saiu do quarto antes que eu conseguisse responder alguma coisa.

Um arrepio subiu nas minhas costas, algo naquela família era suspeito, e eu a partir daquele momento estava disposta a descobrir o que era.
As palavras de Max não me assustaram, mas me deixaram intrigada, eu não descansaria até saber exatamente o que aquela família tinha de tão pavoroso que as pessoas fugiam só de ouvir falar seu nome.