A boate estava cheia. Centenas de corpos suados, extasiados pela bebida, pessoas dançando e se divertindo, alheias aos problemas que tinham fora daquele lugar. Ali a única coisa que importava era a música.
Yuri ficava em um camarote separado das outras pessoas, mas ainda assim ele conseguia aproveitar a festa, os amigos se divertiam enquanto sorviam da bebida que o loiro havia pedido, alguns até mesmo faziam uso de algumas drogas. Yuri não julgava, cada um com seus vícios, até mesmo ele teve seus momentos com a substância, mas não naquela noite. Enquanto se apoiava na barra de proteção que o separava da pista de dança, observava um certo moreno que não despregou os olhos dos seus desde que chegara. O rapaz tinha um olhar misterioso e ao mesmo tempo selvagem, olhava sedutoramente em sua direção enquanto bebia seu whisky, o russo pensava se deveria ou não descer até lá para conversar com ele.
O fato era que Yuri não podia se dar a tal luxo, isso porque ele era uma figura pública e assim que ele colocasse os pés fora daquele camarote, onde seus seguranças não poderiam o proteger, as pessoas iriam atacá-lo como se ele fosse um pedaço de carne a amostra no açougue. E Yuri odiava isso.
Ele amava a música, amava sua arte e amava seus fãs. Mas ele odiava a fama, ela era como um demônio que o consumia. E desde que ele tinha caído no estrelato, sua vida tinha se tornado um inferno. Ele não podia sair de casa, não podia ir a lugar algum, porque os malditos paparazzis estavam sempre lá, plantados esperando que ele fizesse qualquer coisa. E por ele ter um temperamento explosivo, as fotos que mais circulavam, eram as do loiro tentando escapar dos fotógrafos, mostrando o dedo do meio, gritando palavrões e insultos. E por isso ele tinha ficado conhecido como mimado, que não valoriza seus fãs. A mídia tinha o pintado como um grande babaca, viciado em drogas, esnobe e mesquinho, que não tinha amigos e que não conseguia se manter em um relacionamento porque só se importava com a fama. E isso era uma grande mentira.
Yuri era apenas um rapaz comum, que queria ter uma vida normal, ir comprar pão fresquinho de manhã e acordar ao lado de alguém que estivesse consigo por quem ele era, e não pelo personagem que ele criara para subir aos palcos.
E dado ao fato de o cantor não dar brecha para os fotografos em momentos mais reservados, qualquer foto que fosse mais íntima dele, era como um grande prêmio. E isso o irritava muito.
Tudo o que ele queria era descer daquele camarote, ir até o moreno misterioso e chamá-lo para dançar, como um pessoa normal faria.
Sem saber como ou o que estava acontecendo, o local foi tomado por uma fumaça de gelo seco muito densa, algumas pessoas começaram a gritar, Yuri ficou assustado e tentou descer do camarote, procurava um de seus seguranças, mas eles estavam muito longe. Inúteis. Não demorou pra ele ver flashes vindo de todos os lados, os paparazzi tinham tomado o local, e ele queria apenas sair dali.
O moreno misterioso apareceu em sua visão, em frente a uma das portas de acesso restrito da boate, e fez sinal pra que Yuri fosse até lá. Mesmo sem saber se podia confiar nele, o russo seguiu até lá. Quando adentrou o corredor atrás daquela porta, o moreno já não se encontrava a vista, e não demorou muito para os paparazzis surgirem em suas costas. Correndo na direção oposta a que veio, Yuri avistou uma porta de saída, que dava para um beco na lateral da boate. Pelo menos havia escapado dos fotógrafos, ofegante, ele colocou as mãos nos joelhos, na tentativa de se acalmar. Ouviu barulho de uma moto se aproximando e temeu ser um dos paparazzi.
- Toma isso e sobe - disse a voz por trás do capacete. O cantor semicerrou os olhos tentando ver se reconhecia aquela pessoa, sem sucesso, então o motoqueiro abriu a viseira mostrando-se - Eu só quero te ajudar, os fotógrafos vão chegar em breve, seus seguranças não vão conseguir segurá-los, confia em mim.
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Paparazzi
FanfictionYuri estava cheio daquela vida. Tudo que queria era andar pelas ruas como uma pessoa comum e viver da sua música, como sempre sonhou. Mas cada lugar em que pisava deixava claro que nada poderia ser normal pra ele. Será que não podia mesmo? Durante u...