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- O que você está fazendo aqui?

Eu estava perplexa em ver aquele garoto na minha frente. Ele sorria como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, ir atrás de uma garota que ele viu só uma vez na vida e ela quase desabar de cara no chão bem na frente dele. Blake sorria enquanto ainda segurava o meus braços, e continuou sorrindo quando eu me afastei dele e me encolhi a sua frente, cruzando meus braços e esperando por qualquer resposta da parte dele. Aquilo não fazia sentido no meu mundo, um garoto vindo me procurar na frente do meu colégio.

- Por que você está aqui? Como sabia onde me encontrar? – As perguntas pulavam da minha boca mais rápido do que eu sequer poderia raciocinar.

- Eu já falei, eu vim te ver, foi você mesma me disse que estudava aqui na TWH, naquele outro dia lá no bar. – Ele colocou as mãos no bolso e foi caminhando ao meu lado enquanto eu tentava sair da frente da escola, para tentar me sentir menos envergonhada de estar conversando com aquele garoto tão bonito na frente daqueles rostos conhecidos, ainda mais depois de quase ter caído na frente de todos eles.

- Mas por que você está aqui exatamente? Quero dizer, o que quer comigo que te fez vir até aqui?

- Vou explicar antes que você se assuste comigo de novo. No sábado meu amigo Reece chegou muito animado no ensaio da nossa banda dizendo que conheceu uma fã nossa na biblioteca quando foi levar a irmã dele na manhã do livro. Nós ficamos muito animados em saber que alguém realmente reconheceu nossa música, mas eu fiquei chocado quando ele disse o nome Mackenzie junto com as palavras "ela estava lá no bar e disse que vai estar no show da próxima sexta". Só poderia ser você de quem ele estava falando, e eu senti que isso foi um sinal.

- Um sinal? – Arqueei as sobrancelhas, cortando um pouco da animação dele anteriormente, ao falar tudo aquilo.

- Sim, um sinal de que nós fomos mais do que uma simples coincidência um para o outro. Não que eu esteja dizendo que nós somos almas gêmeas ou que estamos prestes a viver um romance que vai acabar com nós dois nos casando em Verona daqui a cinco anos, mas que pode ser algo que não devemos ignorar. – As palavras dele me tocaram muito, o que me fez de repente parar de andar e encarar o chão enquanto tentava absorver toda aquela informação. – E por que você estava andando tão rápido? Eu te assustei mais uma vez, não foi? Merda.

- Você não me assustou, quero dizer, talvez um pouco. – Minhas palavras saíram como um sussurro quase inaudível, mas Blake pareceu ter escutado, visto que ele coçou a parte de trás da cabeça e deu um passo para trás, como se estivesse arrependido.

- Me desculpe, eu não quis te assustar. Eu sei que pareço meio louco por estar sendo um pouco invasivo demais, mas é que os garotos sempre disseram que eu era péssimo com as garotas, por conta da minha timidez. Mas quando eu te vi no jogo foi como se toda a minha vergonha fosse embora e só sobrasse uma pequena linha que me levava até você, uma linha que estava pedindo para ser seguida ou puxada até nos aproximar. – Ele parou quando percebeu que estava se aproximando de mim novamente, respirando fundo antes de continuar a falar. – Eu estou falando muita coisa que parece besteira, eu sei. Mas toda vez que eu fico nervoso acabo falando coisas que meu coração pede sem que elas passem pelo cérebro antes e-

- Eu não tenho medo de você ou das suas palavras, Blake. - Interrompi o garoto, lembrando que precisava chegar em casa logo para conversar com meu irmão. – Não estou acostumada com pessoas me elogiando e me dando atenção, só isso. Minha mãe diria para eu tomar cuidado porque você pode ser um serial killer psicopata ou um sequestrador, mas considerando que você tem amigos, joga lacrosse e tem uma banda, acho que você não se encaixa nos perfis de um criminoso. – Meu comentário o fez rir, o que pareceu ter acalmado um pouco os ânimos de ambos.

Cherish + nhcOnde histórias criam vida. Descubra agora