Anjo

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Yoongi acordara com os braços invasores. A cama da avó de Hoseok era maior do que a do próprio, e mesmo assim não parecia o bastante para os dois. O mais velho empurrou os braços que o atingiram e virou o corpo, deixando as costas nuas a mercê do outro. Hobi rolou para mais próximo do corpo magro ao seu lado e envolveu os braços pelo peitoral, trazendo-o para mais perto.

A princípio Yoongi imaginou que ele estivesse acordado, pois tais movimentos pareciam articulados e planejados para um enlaço, mas enquanto estava supondo a ideia, um ronco vindo de Hoseok invadiu o quarto silencioso. Ele soltou um riso baixo na intenção de não acordar o outro e deixou ser embalado no abraço.

Quando convenceu-se que poderia dormir por mais um tempo, o despertador ao seu lado tocou. O mais novo levantou em um pulo, movendo para longe os braços e os esticando simultaneamente para se espreguiçar. Yoongi levou o antebraço até os olhos, cobrindo-os.

— Quanto tempo dormimos? – Hoseok disse com voz grossa, denunciando seu sono. — Eu não me lembro de ter dormido.

— Acho que faz umas duas horas – Yoongi destapou os olhos para encará-lo. — Eu não consegui dormir, você ronca demais.

— Ah... – disse envergonhado enquanto deitava novamente o corpo na cama. — Eu tenho um problema de respiração, então é difícil controlar...

Yoongi deu de ombros e fechou os olhos, respirando fundo. Era difícil para ele levantar das camas todas as manhãs e aquela dia lhe parecia mais difícil, principalmente por ter Hoseok ao seu lado.

— O que foi? – o mais novo perguntou, aproximando do corpo alheio.

— Eu só estou cansado... Não quero trabalhar.

— Entendo... Algumas manhãs são difíceis para mim – sorriu olhando para a face tranquila de Yoongi. — Ainda bem que hoje não preciso trabalhar.

— O que? – abriu os olhinhos, encarando o sorridente. — Por que?

— É meu dia de folga... Do serviço na verdade, porque minha avó me faz ajuda-la com as tarefas domésticas.

— É justo – correspondeu ao sorriso. — Eu moro sozinho, então pense, tenho que trabalhar e ainda limpar a casa.

— Eu poderia ajuda-lo.

— Hoseok, ninguém quer limpar a casa.

— Tá... Eu poderia visita-lo.

— Você sempre se oferece para ir na casa dos outros? – zombou.

— Mas... Você mesmo disse, enquanto conversávamos, que você se sentia sozinho... Eu seria uma ótima companhia.

— Você ronca!

— Não me convidei para dormir com você – disse baixinho, envergonhado. — Mas se você quiser... Eu ficaria até tarde conversando com você em sua cama...

As bochechas ambos ganharam um rubor. Hoseok pensou em se desculpar por ter dito aquela frase, mas pedir desculpar para que? Era a verdade... Ficaram então fitando-se. Os olhos percorriam pelos cantos da face. Um admirava o outro. Hoseok sentia muita vontade de beijar os lábios de Yoongi, que estavam a disposição, próximos, mas ele não sabia qual seria a reação do mais velho.

— O que é isso? – disse tocando na manga da camiseta do mais novo. — É uma tatuagem?

Hoseok ergeu a manga da blusa, deixando a mostra o desenho cravado em sua pele.

— É sim – sorriu ao sentir os dedos curiosos de Yoongi tateando o desenho.

— O que significa? É o tempo?

FragilidadeWhere stories live. Discover now