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Seungwoo caminhava até em casa depois de uma manhã exaustiva na escola e uma tarde longa na casa de Hanse. Passaram metade do tempo discutindo sobre a escola e agora Seungwoo pensava em seu trabalho sobre astronomia que precisava fazer em duas semanas enquanto o sol se escondia no horizonte.

Quando viu o caminhão de mudanças na casa ao lado da sua, achou normal a princípio. A casa já estava vazia a algumas semanas e, levando em conta a boa localização, era estranho que ninguém ainda tivesse a comprado. Era apenas mais uma mudança de novos vizinhos.

Seguiu calmo enquanto passava na frente da casa vizinha, a mente ainda nos planetas de isopor que precisaria construir quando um arrepio passou por sua espinha.

Olhou para trás a procura do por que de seu corpo reagir daquela maneira, mas não havia nada lá. Olhou para os lados e nada lhe parecia estranho também, os dois rapazes responsáveis pela mudança levavam os móveis para dentro da casa vazia.

Um dos rapazes levava um belo vaso de flores falsas. Seungwoo parou de andar, encarando as pétalas de sakura de plástico que faziam cócegas nas suas lembranças.

Então sua ficha caiu.

Eram eles.

Sentiu o coração bater forte contra o peito quando correu até sua casa, subindo as escadas sem falar com sua mãe e deixando a porta do quarto escancarada. Olhou pela janela, encarando o quarto da casa vizinha.

Estava vazio e as paredes brancas o encaravam de volta.

Permitiu-se respirar aliviado por alguns segundos.

Talvez estivesse ficando louco, não era possível que eles voltassem depois de tanto tempo, era?

- Tudo bem,Seungwoo? - sua mãe perguntou na porta, fazendo com que ele virasse rápido demais para encará-la.

- Claro. - respondeu ainda meio zonzo com o número de emoções que sentiu em apenas cinco minutos.

- O jantar já está pronto. - a mulher disse sem notar o bolha de emoções que o filho estava. - Vai tomar um banho e desce.

Seungwoo balançou a cabeça antes de sua mãe descer.

Respirou fundo mais uma vez. Foi tirando os sapatos enquanto caminhava até o banheiro em seu quarto, rindo de si mesmo por pensar que ele estaria lá para atormentar seus pensamentos mais uma vez.

Kang Seungsik não voltaria nunca.

Seu coração tinha que entender aquilo de uma vez por todas.

E foi tentando se convencer de que o garoto da casa ao lado nunca mais seria Seungsik que Seungwoo começou a tomar seu banho, desceu para jantar e depois pegou um dos livros da escola para estudar enquanto ouvia música.

Quando seu relógio marcava que era tarde demais, se levantou para guardar o material escolar, se livrando da blusa e da calça antes de desligar a luz. Odiava dormir com toda aquela roupa.

Estava cansado e sentia que precisava mais que tudo voltar para cama quando sentiu um vento gelado em seu corpo seminu.

Caminhou vagarosamente até a janela, coçando um dos olhos incomodados com o vento e quase caiu para trás quando olhou para janela da frente.

Seungsik estava lá.

Observava as estrelas como fazia anos antes, concentrado e totalmente lindo.

Seus traços eram iluminados pelo brilho da lua, fazendo com que a visão dele ali, inclinado para frente, o rosto virado para cima, parecesse mais como uma miragem.

O coração de Seungwoo falhou uma batida quando o outro o percebeu ali. Seungsik o olhou profundamente dentro de seus olhos fazendo com que Seungwoo acreditasse que todas as estrelas fixavam seu brilho nos olhos do garoto.

Antes que pudesse dar passos para trás e tentar se convencer de que aquilo era só um delírio, Seungsik deixou um sorriso brotar em seu rosto perfeitamente moldado.

- Boa noite, Seungwoo.

Pó de estrela ;; hsw+kssOnde histórias criam vida. Descubra agora