Seungsik construiu metade da maquete sozinho em apenas três dias e teria terminado se Seungwoo não tivesse o convencido de que não era necessário, que ele só precisava de ajuda. Seungsik lhe entregou o trabalho pela metade – mesmo alegando que faria tudo se o outro deixasse – e Seungwoo largou em um canto do quarto, ocupado por toda semana com outras coisas da escola.
Quando finalmente pôde descansar na sexta, um papelzinho colorido voou para dentro de seu quarto com um "Quer ir ao planetário agora?" escrito em letras bonitas e ele não conseguiu recusar.
Foram para o lugar entre sorrisos, olhares e chocolate compartilhado.
Assistiram fascinados a representação das constelações, Seungwoo fazendo de tudo para ignorar a mão do outro próxima demais da sua. Havia uma estrela desenhada no pulso do garoto mais velho com a mesma tinta de canetão preto que sempre usava. Não se lembrava ao certo quando seus dedos foram parar na parte interna das pulseiras de borracha, apenas sentiu as bochechas corarem quando notou que a mão de Seungsik agora cobria a sua, mesmo que os olhos ainda estivessem vidrados para as estrelas.
Seus dedos não se separaram depois daquilo até a despedida, onde Seungsik se dispôs a ajudar o mais novo no dia seguinte, e Seungwoo ainda extasiado nem reparou com o que estava concordando.
Agora o cheiro de Seungsik estava por todo quarto, no domingo enquanto todas as outras pessoas estavam curtindo seu descanso semanal, Seungwoo estava sendo torturado por aquele aroma tão bom.
Encarava avidamente o projeto a sua frente, ainda inacabado, girando Vênus distraído, os pensamentos insistindo em voltar ao garoto da casa ao lado.
– Woonnie? – a voz daquele que roubava toda sua atenção o chamou na janela.
Seungwoo sentiu o coração acelerar enquanto se levantava, o que já era comum quando o outro estava por perto ou simplesmente falava consigo levando-o a acreditar que o garoto o faria ter um ataque do coração qualquer dia.
– Oi. – sorriu acanhado quando se pôs em frente a janela do outro.
Seungsik retribuiu o sorriso.
– O que está fazendo? – perguntou curioso e o mais novo não conseguiu evitar a risadinha que saiu de seus lábios.
– Vendo os planetas. – respondeu antes que sua mente formasse um pensamento em que ele não queria admitir. – Obrigado por me ajudar, Seungsik-yah. Está ficando maravilhoso.
– Posso ir até aí para terminar de uma vez? – perguntou animado e Seungwoo quis ter o poder de responder que não, mas antes que pudesse perceber sorria radiante e acenava com a cabeça.
Seungsik se afastou da janela e Seungwoo estava pronto para descer as escadas e encontrá-lo lá embaixo quando o garoto voltou com algo em mãos. Parecia uma das prateleiras. Quando Seungwoo juntou as sobrancelhas para perguntar para que aquilo, Seungsik a colocou entre suas janelas, ligando um quarto ao outro.
– O que você está fazendo? – permitiu-se perguntar mesmo que soubesse a resposta, o outro já na ponte improvisada.
Prendeu a respiração quando o garoto calmamente começou a engatinhar. Seungsik era maluco, ele não tinha dúvidas daquilo, mas a cena a sua frente era louca demais até mesmo para ele.
– Me deixe entrar, Woonnie. – pediu com um biquinho nos lábios quando estava na frente do outro.
Seungwoo se afastou da janela tanto pelo pedido quanto pela proximidade repentina do rosto de Seungsik com o seu. Ouviu quando o garoto entrou de uma vez em seu quarto concentrado em olhar exclusivamente para suas meias onde o ranger vermelho o encarava de volta.
O personagem estampado no tecido não ficou só por muito tempo, já que alguns segundos mais tarde o Homem de Ferro nas meias de Seungsik passou a lhe fazer companhia, fazendo com que seus dedos se encostassem.
– Meias legais. – o mais novo sussurrou, encostando a testa na de Seungwoo que tremeu levemente com aquilo, seus olhos vidrados nas cores do tecido.
– Obrigado. – sussurrou de volta, amedrontado demais para se mexer.
Ficaram daquela forma por alguns minutos, que mais pareceram horas, contando as batidas aceleradas de seus corações. Os dedos de Seungsik passaram levemente pelo braço do mais velho, fazendo com que um arrepio percorresse a espinha de Seungwoo.
Seungsik riu baixinho, por mais que seu corpo se arrepiasse igualmente ao mero toque com seu vizinho.
– Deveríamos terminar Netuno. – Seungwoo murmurou, torcendo para que Seungsik não visse suas bochechas levemente avermelhadas quando se afastou.
– Claro. – Seungsik sorriu enquanto sentava no tapete repouso do quarto.
Alguns minutos mais tarde, já haviam colocado o planeta azul em sua órbita e agora Seungwoo observava Seungsik que estava concentrado em desenhar algo em seu pulso com o canetão preto que havia encontrado.
Algo sobre o garoto da casa ao lado que Seungwoo sempre apreciou: a forma fofa com que ele mordia a própria língua quando estava concentrado.
Os olhos de Seungsik se viraram sem aviso na sua direção, e automaticamente Seungwoo abaixou a cabeça.
Sentiu os dedos quentes do garoto tocando seu braço, levando o para mais perto de si, o corpo de Seungwoo parando na frente do outro. O arrepio na espinha voltou a circular naquele momento.
Os olhos do mais novo voltaram a encarar o outro quando sentiu o pincel tocando seu pulso, os dedos de Seungsik ainda tocavam seu braço, a língua de novo entre os dentes, agora concentrado em deixar os desenhos no pulso d Seungwoo.
– Estrelas? – perguntou curioso quando Seungsik parou de desenhar.
O garoto acenou com um sorriso bobo nos lábios.– Dizem que as pessoas são feitas de pó de estrela, Woonnie. – se explicou, não evitando encarar os olhos bonitos de Seungwoo. – Você é feito de constelações completas. – sussurrou encostando sua testa na de Seungwoo novamente.
Seus olhos se encaravam, brilhando. Os dedos de Seungsik começaram a percorrer o braço do mais novo levemente, este que fechou os olhos quando seus rostos começaram a se aproximar.
O hálito de Seungsik era de balinhas de cereja e Seungwoo acrescentou aquilo a lista de peculiaridades que adorava no outro.
Estavam a poucos milímetros de distância quando um som se fez presente, os assustando.
– Seungwoo, acho que já est... – a mãe do garoto apareceu na porta, se interrompendo logo em seguida ao ver a cena do filho quase beijando o garoto da casa ao lado. –Seungsik? – olhou para a janela.
As bochechas do mais novo ganharam uma coloração rosada enquanto ele gaguejava algumas palavras. A mãe do outro achou aquilo adorável.
– Preciso ir. – disse por fim, passando rapidamente pela mulher ainda parada na porta e indo para a própria casa.
A mulher riu baixinho, acompanhando o garoto com os olhos até a escada e depois voltou a olhar o filho com um sorriso.
– Vocês dois, hein? – disse encostando na entrada, com um sorriso sugestivo.
Seungwoo olhou para baixo, as bochechas quentes mas com um sorriso bobo em seus lábios. Sua mãe ainda o olhava quando seus dedos começaram a contornar as estrelas em seu pulso, ainda sentindo como se os dedos de Seungsik estivessem ali.
aaaaaa eu esqueci de postarr, desculpaaaa
prometo que na próxima sexta eu não esqueço
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Pó de estrela ;; hsw+kss
FanfictionE se Seungwoo era estrelas, Seungsik era galáxias inteiras [adaptação][original: @plsjessie] [29/09/2017]