Capítulo 6

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- NOTAS DA AUTORA - 

Eu estou muito agradecida por todo amor que estou recebendo, por todos os comentários, perguntas nos tumblr, artes, playlists e fanfics do meu AU? Estou chorando de tanta alegria, amo todos vocês e realmente espero que gostem desse capítulo, embora ele tenha sido muito difícil para mim escrevê-lo.

- NOTAS DA TRADUTORA -

Aqui estamos novamente! Eu quero agradecer a todos vocês que estão comentando, votando e adicionando a história a suas respectivas listas de leitura, vocês não fazem ideia de como isso nos incentiva a continuar traduzindo! Um abraço bem apertado para a patypotter que sempre dedica um tempinho para betar a tradução, te amo ♥. 

!!!AVISO DE TRIGGER (DESCRIÇÃO DE UM ATAQUE DE PÂNICO) - Se você não lida muito bem com esse assunto eu recomendo que pule a leitura a partir de "queridinho do momento" até "beijos salgados"!!!

***

Yuuri encara a lista de audições na manhã seguinte. Ele fecha seus olhos e os abre novamente, esperando que as palavras desapareçam do papel. Mas elas continuam lá, arranjadas em pequenas fileiras de tinta preta, o afrontando.

Que merda é essa?

Que merda é essa?

Ele não faz ideia do que está acontecendo, mas tem a impressão de que se olhar para trás, irá dar de cara com a lente de uma câmera. "Você caiu em nossa pegadinha! Como se sente ao saber que não é bom o suficiente para nenhum desses papéis? Qual a sensação de lutar contra um milionário? Sr. Katsuki, podemos ter cinco minutos do seu tem-"

"Ele só conseguiu esse papel porque é o queridinho do momento, ele nem é tão bom assim." Alguém resmunga num murmúrio. Eu? Ele está falando de mim? Ele deve estar... Eu não sou... Eu não posso... O mundo está se tornando um borrão ao redor de Yuuri, assemelhando-se a uma pintura em aquarela. Ele é o centro de tudo isso e não há nada que possa fazer para mudar esse fato.

A familiar sensação de tremor e de aperto no peito o atinge como um tsunami, seus pulmões estão ardendo com as primeiras chamas de um ataque de pânico. Respirar dói. Seu rosto e suas mãos estão queimando. Há gente demais ao seu redor, barulho demais. Muitas pessoas, muitos ruídos, tudo é excessivo, tudo é demais.

"Eu..." Yuuri começa, mas não consegue terminar. Seus pés cambaleiam e começam a correr, ele não sabe para onde seus passos o estão levando, só sabe que precisa ir para longe dali.

Ele acaba chegando aos banheiros e invade uma das cabines, o ar quente e viscoso borbulhando em sua garganta. Suas pernas esmorecem e Yuuri cai de joelhos no chão. Usando seus últimos resquícios de força, o bailarino se ajoelha e inclina o corpo diante da privada para vomitar, corpo se contraindo e olhos lacrimejando. Eu não posso fazer isso, eu não posso. E se eu estragar tudo e acabar perdendo meu emprego? Eu não vou poder alimentar o Yuri e entã-

"Papai? Papai, sou eu, o Yuri. Eu posso entrar?" Uma vozinha fala, e a parte de Yuuri que não é autodestrutiva quer gritar 'Você é um fraco, um fraco! Seu filho está aí do lado de fora, assustado e você aqui dentro, tremendo como se fosse um cachorrinho abandonado na rua.'

"Eu estou abrindo a porta, certo, papai? Sou eu, apenas eu." Yuri fala. Ele se esgueira para dentro do cubículo, seus olhos alargando-se por uma fração de segundo ao ver o estado do homem.

"Eu posso tocar em você?" O garotinho pergunta ajoelhando-se ao seu lado, sua voz completamente calma. Em momentos assim, Yuuri se sente como o filho da relação.

Blood Is Thicker ThanOnde histórias criam vida. Descubra agora