Capítulo 16

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Assim que a porta do elevador da Elias-Clarke abriu, Emily se deparou com Miranda espirrando. E não parecia ter sido o primeiro espirro do dia.

– Oh, saúde, Miranda. – a assistente disse.

Miranda apenas usou um lenço no nariz e seguiu andando pelos corredores. – Ligue para Jason e peça que mande o material o quanto antes. E eu quero as fotos... – Miranda não conseguiu conter e espirrou outra vez. – as fotos que pedi a Carl que tirasse em Londres, na minha mesa, em 5 minutos e nada mais que isso. Mande um email para Nigel, lembre-o de mandar o que ele me falou durante o almoço com o Massimo. Se minhas filhas me ligarem e eu estiver ocupada, não hesite em passar a ligação pra mim. – elas chegaram na área das assistentes, Miranda olhou pra Andrea. – Hoje eu não quero café, quero chá. Agora.

– Sim, Miranda. – Andrea falou.

Miranda se dirigiu para sua sala e praticamente jogou seu peso na hora de se sentar. Se tinha uma coisa que ela detestava era ficar doente, ainda mais quando ela tinha tanto trabalho a fazer. Mas lá estava ela, uma gripe repentina irritante resolveu importuná-la logo depois da viagem. Fechou os olhos por um momento, sua cabeça pesava, sua garganta incomodava e pra completar, ela não conseguia respirar direito.
Andrea entrou na sala da Miranda com o chá nas mãos e viu Miranda com os olhos fechados, parecendo extremamente cansada, ainda que ela tivesse acabado de chegar na Runway. Mesmo não querendo, Andrea pigarreou e Miranda abriu os olhos, mas nem se mexeu.

– Aqui está o chá. – ela pôs a xícara sobre a mesa. – O Jason pediu pra avisar que vai ter um atraso na entrega dos materiais.

– Ótimo, era tudo o que precisava hoje. – Miranda foi irônica, torceu os lábios. – Isso é tudo. – ela dispensou Andrea com as mãos.

Miranda bebeu um pouco do chá. "O que mais pode acontecer hoje?", ela falou consigo mesma. O celular dela tocou e ela estava tão desmotivada que atendeu sem olhar.

– Sim?

– Mãe.

Miranda parou, era uma das suas filhas, mas havia uma diferença no jeito como aquela palavra havia sido dita. A voz não parecia carregar a doçura e meiguice da Cassidy. – Caroline? – Miranda perguntou.

– Sim. Você pode falar agora?

Miranda largou a xícara sobre a mesa, seu coração acelerou um pouco. – Claro que posso, filha. Você está bem?

– Sim. Eu... eu vou direto ao ponto, mãe. Você estava falando sério quando disse que a gente poderia te ligar caso precisasse de algo para o figurino da peça?

– Sim, eu estava falando sério. Mas... a peça não é hoje?

– Eu sei que está em cima da hora, mas houve um problema com o meu figurino. Se for muito incômodo pra você, não precisa se incomodar, eu me viro, não seria a primeira vez. – Caroline soava um pouco irritada.

– Caroline... eu não disse que era um incômodo, eu vou te ajudar. – Miranda falou, já percebeu que Caroline estava sempre na defensiva quando se tratava da mãe.

– Hmm...

– Do que você precisa?

– Uma roupa escura, algo sombrio, mas ao mesmo tempo divertido. Não quero uma fantasia brega de Halloween. Inaceitável. – Caroline disse séria.

Miranda sorriu, Caroline era tão parecida com ela. – Ok, você quer acessórios também?

– Hmm.. seria bom.

– Certo, eu vou ver isso e mando o quanto antes. A sua irmã precisa de alguma coisa?

– Não... tá tudo certo com o figurino dela. – Caroline falou, depois Miranda ouviu um barulho ao fundo na ligação, o telefone parecia ter sido trocado de mão. Miranda não conseguiu conter e espirrou outra vez.

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