sentimos seguramente como dói
fugimos da segunda
que o calendário constróipensamos no dia anterior
nas fotos extraordinárias
nas falas enigmáticassentimos mas não dizemos
falamos
mas pra nós mesmospensamos nos argumentos
contidos
em frente ao espelhocuidamos no início de tudo (contrito)
escolhemos as palavras corretas (incertas)fechamos os detalhes dos olhos para não exagerar o outro
abrimos os detalhes sensíveis para sentirmos o corpo (nosso corpo)gritamos para as paredes
para não incomodar ninguém
vestimos cromo na tela da vidasorrimos nos dias comuns
comprimentamos em dias azuis
relevamos alguém ou alguma coisa
e esquecemos do quanto a vida é bobatrabalhamos para o tempo enquanto ele nos dar o trabalho de esperá-lo
mas temos o ardo costume de chegarmos atrasadoscuidamos de nós e sobre nós mesmos
cuidamos dos outros (pouco, e muito pouco)
vemos e ouvimos mas não mudamos
deveríamos servir aos outros mundos dentro dos humanosse cada um é cada um
deveríamos ser apenas umse cada dor é cada dor
não um mais vale só, sem dó
mas empático (mais empático)tantas folhas caem nas ruas
tantas ruas caem nas folhastantas paixões, paixões cegas
tantas paixões que cegamtanta gente, gente que dói
tanta gente que a gente dóiuns ou outros são amigos
outros, mais que istouns ou outros são sensíveis
outros, sentem nadauns ou outros são parentes
outros, são castigosuns ou outros são bondosos
outros, mal feitoresuns ou outros são poetas
outros, escritores.