3º ano - Cercado pelos bons frutos

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O último ano daquela etapa teve o melhor início de todos. Kiba recebeu uma carta animada de Kankuro, já formado e saindo para missões de Ranking B em seu país natal.

O moreninho estava muito feliz. Amadurecera tanto no ano passado que sentia poder fazer desse um ótimo ano letivo. Por que não? Dedicar-se aos estudos valera a pena. Dar espaço para os amigos e seus namoros também. Conhecera pessoas novas e marcantes...

Essa era sua disposição para o terceiro ano.

E, como sempre, seus planos foram por água a baixo logo no primeiro dia de aula.

Antes, quando eram aprendizes, Kiba, Naruto, Shikaramu e Chouji mal esperavam o último sinal tocar para pegar as coisas e ir embora correndo, atropelando quem estivesse no caminho.

Agora não. Cada um pegava suas coisas e seguia apressado para encontrar com a pessoa que namorava. E Inuzuka não tinha pressa alguma, por que não iria ao encontro de ninguém.

Geralmente juntava o material devagar, jogava a bolsa em um ombro e voltava para casa sozinho. Essa seria a suposta rotina naquele primeiro dia de aula.

Porém, quando terminou de guardar suas coisas, notou com surpresa que não estava sozinho na sala. Havia alguém parado no batente da porta.

– Shino...

– Kiba, quero falar com você.

O moreninho franziu as sobrancelhas tentando adivinhar o que poderia ser. Não se lembrava de ter aprontado alguma brincadeira com Aburame, pelo menos não recentemente.

Como não pensou em nada, deu de ombros e assentiu.

– O que foi...?

– Eu... – Shino deixou a frase morrer. Parecia desconfortável e Kiba teve uma intuição ruim. Talvez não devesse ouvir o outro ou acabaria se magoando mais. Logo agora que começava a se reestruturar...

– Sinto muito por qualquer coisa que tenha feito – foi dizendo apressado, querendo fugir dali o quanto antes – Preciso ir embora.

Mudou de idéia sobre escutar Shino. Mas quando ia saindo da sala, o rapaz que controlava insetos o segurou pelo braço, impedindo que escapasse.

– Tarde demais. O que você fez não pode ser remediado.

A frase dita em um tom de voz neutro trouxe arrepios a Inuzuka.

– Eu não sei do que está falando! – fez força para libertar-se, mas a mão de Shino parecia feita de ferro.

– Estou falando de você entrar na minha mente. E no meu coração. E não querer sair.

Ao ouvir aquilo Kiba finalmente aquietou-se. Voltou o rosto para encarar o mais alto, sem conseguir ver-lhe os olhos por de trás dos óculos de sol. Se aquilo fosse algum tipo de brincadeira, era muito cruel.

– O que?

– Eu não tinha interesse algum em me envolver com outra pessoa. Mas você conseguiu chamar minha atenção durante o primeiro ano. Quando se afastou ano passado foi que eu entendi tudo.

– Mas a Ino...

– Foi uma tentativa de esquecê-lo. Não deu certo.

O moreninho ficou de boca aberta, sondando a expressão do outro em busca de pistas que revelassem se ele estava brincando ou falando a serio. A expressão não podia ser mais solene.

– Eu...

– Não tem um dia que eu não acorde lamentando as coisas horríveis que eu disse para você aquela noite. Não sei se pode me perdoar, mas pode me dar uma chance? Descobri que gosto de você, Kiba. Muito. Pensei que tivesse te perdido para aquele Kankuro, e foi um tempo muito amargo.

Caminhos (ShinoKiba)Onde histórias criam vida. Descubra agora