Inabalável

Prólogo

Fazia meses que eu não andava bem, sem rumo e infeliz. Foram dias iguais, quais eu estava sendo incapaz de mudar.
Eu não estava satisfeita comigo mesma, e tudo isso foram danos causados por seres humanos e por mim.
Tentei inúmeras vezes mudar o meu eu, esconder o meu verdadeiro eu, tentando agradar pessoas pobre de espírito. Fui torturada psicologicamente e até fisicamente. Acabei no fundo, tive a escuridão como minha companheira e a solidão como minha melhor amiga. E todas as noites a insônia deitava ao meu lado, fui fraca e deixei ela ficar.
Comecei a ter crises, passar mau em casa, no colégio e até mesmo na roda de amigos. Algo me puxava para o fim, eu não conseguia respirar e o desespero batia, mas eu, sentia que, eu mais do que ninguém, podia me ajudar. Não era o meu fim.
Tentei ser forte e comecei saindo de casa, escolhi a distração, mas em cada esquina tinha uma roda de pessoas vazias, ou eu era a vazia?
Fui encostando devagar, tentando me aproximar das pessoas, mas aquela multidão só me trazia tristeza.
Queria ficar sozinha, mas nunca quis me sentir sozinha.
Fui seguindo minha vida, sem expectativas e sem esperanças. Só queria um canto, onde ninguém pudesse me achar. Só queria me esconder do mundo e não escutar as palavras facas que eu sempre temia.
Eu tive medo do mundo e medo da morte. A vida estava monótona, e eu nunca sentir tanto medo de perder algo, como sentir medo de perder a mim. Eu só queria uma saída, tinha uma saída, eu só precisava abrir os olhos e enxergar o melhor que estava à minha espera. E para isso foi necessário eu me permitir.