melancolia.

tu é.

tu é cheiro de terra molhada;
tu é cheiro de feijão fresco,
de sol secando a estrada.

tu é cheiro de pão quentinho pela manhã;
do perfume cítrico do seu cangote.
de suor da brincadeira de pique-esconde.

tu é o frio na barriga
que dá quando teu abraço casa me envolve
e me protege do mundo.
tu é a alegria de te conhecer em que me afundo.

tu é o gosto terno dos teus lábios,
a textura;
a doçura.
esse gosto frutado,
que, por mim,
não pôde ser mais desfrutado.

tu é minha sensação gostosa de te amar;
de te ouvir falar e falar,
sem parar.

tu é a onda de amor que alaga meu peito
e me afoga
e aí, em mim, mora;
faz-me morrer de amores por ti,

que é aroma de rosa mais linda do jardim,
que me toma de mim,
quando só vejo de longe,
pois é tão bonita,
que não se esconde,
já que não pode.

tu é raio de sol da manhã,
que ilumina meu dia,
minha vida,
meu coração.
tu é meu anseio de acordar amanhã
so pra te ver passear...
ver só você.

tu é única saída.
saída da vida triste e vazia,
que não quero ter;
nada quero ter sem você aqui,
no meu peito,
fazendo estadia.
mas quero que dure mais que a palavra indica;
quero pra sempre.
quero sua estadia na minha cama,
com a cabeça deitada na minha barriga.

tu é o que tu é
e o que eu amo que seja.
e é tudo isso
que eu amo demais.
não seja menos
e nem ouse ser mais.

porque tu é cais que me recebe
na hora de sair do lago de dor
que quis me afogar.
mas aceite, amor:
tu é o amor que me salvou.