Capítulo 4

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Mason olha para Leah e volta o olhar para Grace sem entender nada que estava por vir. Mas a surpresa entrava pela porta já sem barba, limpo e vestindo roupas limpas.
Ao perceber a surpresa e encarando, já lacrimejando, Mason mostra uma grande felicidade e emoção revelada no seu rosto.

__Joshua...

Mesmo com sua voz embolada e fraquinha ele já mostrava que estava reconhecendo Joshua, ao se levantar e pedi um abraço para Joshua, os dois se abraçam e por alguns segundos ficam grudados.

__Senhor Mason, meu guerreiro que bom que o senhor ainda continua batalhando, que bom te ver.

Mesmo sem falar Mason deixava claro que o verdadeiro guerreiro era Joshua e que ele estava muito feliz por aquele momento. Com gesto de humildade que comovia também Grace e Leah. Mason agradecia Joshua pelo que ele tinha feito por ele, com seus gestos e sons ele poderia passar o seu recado melhor que com palavras.

Mason guardava uma carta de agradecimento à Joshua que ficava guardada dentro da bíblia e ali ela permaneceu por mais de 17 anos, ao pegar a carta e entregar ele abraça Joshua novamente naquele momento Mason dizia em pensamentos ao seu salvador que ele já estava pronto pra partir assim que fosse chamado pois já havia cumprido seu último desejo.

__Eu vou ler sua carta, sei que o senhor é muito grato à mim. Eu também sou grato por tudo, tudo que eu fiz foi pensando no senhor e nos seus colegas que também conviveu naquele inferno, eu tive coragem de denunciar principalmente ao te ver naquela situação, logo o senhor que foi tão bom para com minha família ser castigado numa pedreira, humilhado, vivendo como um escravo, doente e mesmo assim foi submisso ao meu pai mesmo não aguentando o senhor encontrava forças. Obrigado por tudo.

Joshua abre a carta que dizia:

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"Querido Joshua te escrevo está carta pois não sei quanto tempo vou viver, talvez você esteja lendo e eu já tenha partido. Eu só quero te agradecer por tudo que fez por mim e pelos outros que sofriam naquela pedreira. Onde quer que você esteja eu torço por você e espero te encontrar enquanto eu ainda viver, mas se isso não acontecer eu entendo. Não se culpe pelo teu pai ele colheu o que ele plantou mesmo assim eu perdoo ele pela sua bondade. São essas minhas palavras, gratidão é a maior delas."

Abraços! Mason Martin, 23 de Agosto de 1993.
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__Obrigado senhor Mason, agradeço também ao teu senhor por ter te dado vida, o seu perdão dado ao meu pai aqui escrito é um gesto imenso que eu não tenho palavras.
Daquele dia pra cá eu perdi o meu pai que eu tinha e passei por experiências e com isso eu tenho história pra contar por mais tristes que sejam elas são às experiências que eu tenho. Me vendo limpo assim talvez o senhor nem pode imaginar que eu moro há oito anos na rua, não é culpa sua e nem do meu pai, a culpa é minha pela coragem que eu tive de largar tudo para liberar-los e abrir mão de tudo que o meu pai conquistou, eu fui um traidor e um herói ao mesmo tempo, não sou feliz por que fiz isso mas fiz muitos felizes e isso me faz feliz de alguma forma. Os meus sonhos passaram a ser terríveis e colocam coisas na minha cabeça que me incriminam e me machuca. Certa vez eu vi o meu pai se matando diante dos meus olhos me culpando pela minha traição e por não puder me matar me amaldiçoou antes do seu suicídio esse foi o pior dia da minha vida não fiquei um minuto sem lembrar. Muito pior do que o dia que fui preso injustamente.

Grace entrega um copo d'água à Joshua, ele toma aliviando um pouco por dentro e lhe confortando Mason o deita sobre ele como se fosse um filho.

__Desculpe senhor Mason, senhora Leah e senhorita Grace, mas eu tenho que desabafar o que me sufoca por dentro. Eu preciso me libertar.

__Sim, uma das coisas mais preciosas da nossas vidas são as nossas histórias e experiências, prossiga filho. Alivie sua alma e seu coração, eu Leah, Grace e Mason estamos dispostos à ouvir o que as pessoas dizem, tem gente que deixa de ter uma consulta com um psicólogo e nos procuravam, Mason não fala praticamente nada, porém escuta e sabe o que fazer, Graças à Deus pela sabedoria e pela experiência dele.

__Obrigado senhora Leah. Espero encontrar todos aqui novamente, mas agora eu tenho que ir. Eu preciso tomar um ar livre e respirar fundo.

__Não...

Mason se esforça em dizer um não. Ele queria que Joshua não saísse dali, além de não ter onde morar o tempo havia se fechado para mais uma tempestade, raios, trovões e ventos já anunciavam. Mason ainda queriam oferecer à Joshua um emprego na pensão ou até mesmo casa da zona rural, onde ele passaria à morar.

__Eu tenho algumas coisas guardadas e preciso pegá-las, pelo o senhor Mason eu volto e passo essa noite aqui, mas amanhã pela manhã eu retorno.

__Joshua, promete que volta?

__Sim Grace, eu volto. Mas agora tenho que ir, daqui à pouco estou aqui de volta.

__Eu vou com você então.

__Não Grace, as tempestades te assustam e você precisa acreditar em mim.

__Desculpa, mas eu sinto que você está fugindo, preso na rua se sentido culpado.

__Talvez, mas eu volto e vou passar essa noite aqui, dou a minha palavra.

Joshua não voltaria ali, nem tinha o que buscar na rua, era uma desculpa dada por ele. Grace parecia saber que ele não voltaria.

Ao sair pela porta, os raios iluminavam um céu encoberto de nuvens mais negras do que a noite e os ventos sacudiam as árvores de um lado para o outro e levavam folhas secas.

Bem perto dali Adolf e protegia Lorrane das rajadas de vento, mas o medo dela e os barulhos dos trovões assustavam causando o choro choro. Logo começou os primeiros pingos, os ventos só aumentavam e Joshua seguia à direção oposta de Adolf com Lorrane e estavam prestes a se encontrarem. Joshua já podia ver o choro da criança e o desespero de Adolf, carros em alta velocidade passavam correndo, seus donos queriam logo chegam em suas casas. Mas a história de Adolf já estava bem no finalzinho da última página, uma rajada de vento com chuvas cobriu o seu rosto e ele andando pelo meio da pista não viu que vinha um carro de grande porte em sua direção. Joshua do outro lado da rua observava a tragédia sem puder fazer nada, cobriu o rosto pra não presenciar o momento, Adolf percebe o farol do carro segundos perto dele se jogar com a menina no colo ele poderia machucá-la com seu peso sobre ela, como ela estava coberta, soltou a menina empurrando o seu corpo à jogando pela calçada, poucos milésimos depois o carro se choca com Adolf.

Continua... (venha aí uma nova fase com muita ação e emoção)

Impetuosos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora