Anonymous Boy.

fifty-four

Sehun nunca se sentiu tão estranho na vida. A beca que agora cobria o corpo do garoto pesava e o deixava mais nervoso do que o normal, e em poucos minutos ele estaria passando pelo marco de sua vida, por uma das experiências mais importantes no final de sua adolescência. Sehun iria se formar no colegial e tomaria seu rumo em direção a faculdade – ou talvez não.

Como era de costume, estava usando a roupa avermelhada, assim como a maioria de seus colegas. A cor neutra da beca contrastava com os cabelos recentemente pintados em um tom escurecido, que estavam muito bem arrumados e deixavam sua franja desajeitada caindo em cima da testa. A aparência do rapaz somente fazia com que todos confirmassem que Oh Sehun ficaria bonito até mesmo vestindo um saco de batatas; assim como estava divinamente bonito com aquela beca horrível.

Luhan era uma das pessoas que poderia confirmar aquilo. Desde que Sehun veio ao seu encontro, o garoto sentiu suas pernas fraquejarem quando seus olhos tiveram a visão do mais novo. Ele tinha o namorado mais lindo do mundo, e mesmo com aquela expressão desinteressada e um pouco cabisbaixa, Oh Sehun continuava magnífico.

É claro, o chinês não ficava muito para trás. O mais velho tinha seus cabelos também escurecidos e partidos ao meu, caindo como cascatas nas laterais de sua testa. Quando diziam que beleza pode atrair beleza, não estavam brincando, e o casal ali se encaixava totalmente nessa expressão boba.

— Amor, eu estava pronto para te encher de elogios. Mas essa sua cara feia está me deixando cabisbaixo. — foi o que o mais velho comentou, depois de um tempo sentado ao lado do Oh. — Me diz o que você tem.

— Não é nada, baby. Não se preocupe. — o Oh respondeu imediatamente, mas da mesma forma em que respondera rápido, sua resposta também foi rápida e simples. Não queria discutir aquilo com Luhan, não era um problema dele, ele não tinha que se preocupar.

— Eu acho bom você me contar por bem ou eu vou te obrigar. — Sehun sentiu vontade de rir, e foi o que ele fez, soltou uma risadinha baixa, porém, totalmente divertida pela ameaça nem um pouco séria do outro. — Okay, vou ficar de greve por dois meses já que você não quer conversar comigo.

— Luhan... — Sehun murmurou, formando um bico em seus lábios bem desenhados. — Você não pode fazer isso.

— Ah, eu não posso? Dá próxima vez em que eu for na sua casa, realmente vou cumprir a promessa e dormir de calça jeans.

— Tudo bem, tudo bem. Eu vou contar. — e com isso, Sehun revirou seus olhos, se virando em direção a Luhan e começando a fitar o mais velho. É claro que com uma ameaça como aquela ele abriria a boca.

Várias pessoas começavam a chegar, se colocando em seus lugares e formando um aglomerado de adolescentes. Todos pareciam bastante animados com suas formaturas. Falas como: "nunca mais vou ter que ir pra escola", "agora vou pegar todas as garotas da faculdade", "o ano passou e eu não matei nenhum professor", podiam ser ouvidas agora por Sehun. E ele se aproximou de Luhan, já que não queria que ninguém escutasse a conversa dos dois.

— Eu ainda não decidi o que vou fazer depois daqui, Luhannie. Minha mãe não para de falar do quanto está ansiosa para me ver na faculdade, é meu pai está quase tão agitado quanto ela. Já vieram me perguntar mais de vinte vezes sobre qual curso eu vou fazer, se vou morar sozinho ou se vou continuar em casa com eles. — um suspiro pesado escapou por seus lábios. Sehun sentia seu corpo totalmente tenso, mas foi surpreendido pelos finos braços de Luhan, que entrelaçaram sua cintura e logo também apoiou seu queixo sobre os ombros largos e bem definidos, sorrindo sem mostrar os dentes em direção ao outro.

— Você não devia se preocupar tanto, amor. Uma hora você vai acabar decidindo, e pode demorar, mas logo você vai ter certeza do que quer. Diga aos seus pais que ainda está indeciso, mas que não deixará de fazer faculdade, okay? — era incrível como tudo parecia tão fácil com Luhan dizendo daquela maneira. Acalmava Sehun obviamente, e foi o bastante para ele espantar todos os sentimentos ruins e abrir um sorriso, concordando com o outro.