Contagem regressiva
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Louis saiu pelo lob frontal depois da discussão mais desgastante e inevitável que os dois já tiveram.
Sua mente estava enevoada pelos acontecimentos da noite, quando expulsou a si mesmo do próprio apartamento porque não conseguia se forçar a pensar entre quatro paredes. E se precisava pensar, só tinha um lugar que ele pensava que poderia ir.9
Danielle se levantou. Suas pernas não estavam mais bambas demais para andar. Ela decidiu que precisava sair dali. Tudo estava tão errado e ela ansiava por ar livre. A camisa que não tivera tempo de colocar mais cedo estava jogada a seus pés, então ela a catou e a vestiu. A chave dele estava na porta, ela só precisou acalmar as mãos o suficiente para girá-la e sair. E quando o fez não parou para esperar pelo elevador. Não tinha a mínima condição de ficar confinada em um lugar pequeno, muito menos de conversar sobre trivialidades com pessoas que ela só via uma vez no dia, em um período de trinta segundos. Ela desceu as escadas, correndo para longe de seu apartamento, para longe de tudo aquilo.8
Louis pegou o carro, que estava estacionado em frente ao hotel Four Seasons. Los Angeles ainda não sabia que o One Direction estava na cidade, o hotel era conhecido por sua discrição e eles estavam aproveitando o sossêgo enquanto ainda não tinham. Eles amavam os seus fãs, é claro, mas a falta de privacidade era uma merda.
Ao entrar na BMW esportiva, a primeira coisa que fez foi colocar o boné preto e o óculos de sol que estavam no porta-luvas . Um moletom com capuz cinza jazia no banco de trás, e ele o vestiu por cima da camisa preta.
Deu a partida e colocou o endereço no GPS.7
Danielle respirou fundo. Seu loft estava localizado no centro de Los Angeles, uma área muito movimentada e conhecida. Um taxi deixava uma pessoa no exato momento em que ela desceu as escadas, e antes que ele pudesse partir, ela se apressou até ele e entrou.
Uma mulher de meia idade a olhou pelo retrovisor e perguntou:
-Pra onde moça?
Danielle tateou seus bolsos freneticamente, suspirando pesadamente quando encontrou seu cartão de crédito no bolso de trás da calça. Pelo menos algo dera certo em meio a toda aquela confusão.
-Para o caixa eletrônico mais próximo.
Disse, orgulhosa pela voz transbordar normalidade e segurança. Ela ainda não sabia para onde iria, mas tinha esperança de que pensaria em um lugar até chegar ao caixa.
Ela olhou para a mulher pelo retrovisor.
-Ei, quanto você quer pelo boné?6
Louis parou no trânsito. O semáforo marcava uma contagem regressiva de sessenta segundos, então ele esperou que abrisse enquanto tamborilava os dedos no volante. Seus pensamentos voavam a mil, tentando decidir o que poderia fazer para compensá-lo, mas não encontrava nada bom o bastante. Ele tinha razão, Louis só não queria admitir, porque isso complicaria tudo, pegaria uma coisa linda e transformaria em algo catastrófico. E eles só queriam ficar juntos. Era pedir demais só uma folguinha?
Antes que o sinal abrisse, uma mulher de cabelos castanho ondulados e longos, presos debaixo de um boné branco, vestindo uma calça preta e uma camiseta jeans passou correndo na faixa e entrou em um táxi.
Seu toque de telefone soou na calmaria do carro, distraindo o por um momento. Na tela apareceu o rosto de Niall, e mesmo que ele fosse um de seus melhores amigos, Louis não tinha cabeça para ele agora.
Uma variedade de businas atrás dele chamaram sua atenção de volta para o tumultuado e impaciente trânsito de Los Angeles.5
Danielle entregou dez dóllares a mulher pelo boné e se recostou no banco do carro. Arfava alto por ter corrido pela faixa, mas estava longe quando percebeu que faltavam pouquissímos segundos para o sinal abrir. E todo mundo que mora em Los Angeles sabe que não se deve arriscar atravessar no sinal aberto.
Informou o endereço de destino à motorista, que o digitou no GPS e deu a partida.
Percebeu que saiu sem o celular assim que apalpou os bolsos. Não importava mesmo, a única pessoa que ligaria para ela provavelmente nunca mais olharia na sua cara por livre e espontânea vontade.
Lembrou do modo como ele a olhara, com ódio e desprezo, antes de sair de seu apartamento, furioso, na companhia da causa de todo aquele problema. Ela não o culpava é claro, a situação em que se metera era comprometedora demais para ser explicada. Ela nem sequer sabia se tinha como ser explicada. A noite anterior era uma completa névoa em sua mente, e ela agradecia aos céus por não estar com uma ressaca do tamanho daquela confusão, porque se tinha uma coisa que ela sabia era que tinha bebido como uma álcolatra com crise de abstinência.
Danielle recostou a cabeça no vidro. A música Just Hold On, de Louis Tomilson, começou a tocar no rádio do carro. Ela fora feita para outra pessoa, mas quando tocava parecia extremamente pessoal, como se ele estivesse vendo-a por dentro, como ela se sentia, seus medos, tudo, e colocasse em uma música.
Uma lágrima solitária caiu de seus olhos e ela se apressou para limpar.
A taxista sorriu para ela pelo retrovisor e disse:
-Essa música também me faz chorar às vezes.
-É, - replicou, lançando um sorriso torto para ela e voltando seu olhar para a rua novamente - Ela faz.4
Louis desceu do carro e suspirou. Depois de tanto tempo procurando por uma vaga só foi achar uma do outro lado do quarteirão.
Não esperava menos que isso, é claro. O bar era muito famoso dentro e fora de Los Angeles. E muito bem frequentado, por famosos buscando um minuto de paz de paparazzis, tablóides sensacionalistas, perseguidores, e outras coisas chatas que vinham junto com a fama.
Pensando bem começou a achar que deveria ter vindo até ali de taxi, já que planejava beber até esquecer seu nome.
Ele parou em frente ao prédio, de altura imponente e arquitetura padrão. Era um edifício comercial e no último andar ficava situado o bar. Só se dava para ver a ponta se se inclinasse até quase dobrar sua coluna ao meio.
Louis cerrou os olhos e rezou para que tivesse um elevador.3
Danielle olhou em volta, impressionada. O lugar cheirava a dinheiro e exclusividade. Provavelmente não era o melhor lugar para se ficar bebâdo, mas ali ela teria privacidade.
A área do bar era aberta, e a iluminação parca contrastava com o cair da tarde. Aqui estava, meia hora de viagem e vários lances de escada depois, no bar mais conhecido de Los Angeles, pronta pra ficar bêbada.
Um parapeito de vidro dividia o bar do resto da cidade, que dava uma vista espetacular. Para sustentar o teto das áreas cobertas eram usadas pilastras pretas similares a uma árvore. O chão so balcão do bar era revestido de taco, mas o lugar onde ficavam localizadas mesinhas com algumas cadeiras ers revestido de grama sintética. Era tudo tão natural e ao mesmo tempo tão arrumado.
Ela foi em direção ao balcão de bar, feito de luz de led, e se sentou em um dos bancos, esperando que o barman bombado de camisa preta fosse atendê-la.2
Louis sentou no banco, ao lado de uma mulher de boné, e esperou pelo barman bombado de preto atendê-lo.
Tamborilou os dedos no balcão, ao som de Just Hold On, e cantarolou, enquanto esperava.
A mulher ao seu lado se movimentou repentinamente e,assustado, Louis se voltou para ela, imaginando que teria uma aranha assassina em seu pescoço.
Seus cabelos eram castanhos, ondulados e longos. Seus olhos eram azuis e profundos. O nariz e a boca delicados estavam franzidos em sua direção, e o boné branco funcionou como um gatilho em sua memória, puxando de algum lugar em sua mente uma lembrança daquele acessório e daquele cabelo.
Ela olhou para seus dedos, que pararam de tamborilar quando foram flagrados, como se estivessem fazendo algo proibido e ficassem instantâneamente com vergonha.
Os dois se olharam por alguns segundos antes que ambos fossem simultâneamente retirados de um torpor e entreabissem os lábios, se preparando para falar.1
-Eu te conheço?
-Eu te conheço?
Disseram um para o outro, ao mesmo tempo
O barman enfim veio até eles. Abriu a tampa de uma garrafa de vodka e preencheu dois shots. Sem nem perceber que os dois indivíduos a sua frente se encaravam e não prestavam atenção nele, ele sorriu.
-Aqui. - o homem deslizou os copos por cima do balcão, na direção dos dois. - A primeira é por conta da casa.
Eles enfim o olharam, parecendo acabar de perceber que ele chegara. Animado pela atenção, ele sorriu mais largamente, se inclinando sobre o balcão de braços cruzados.
-Bem vindos ao The Rooftop.******
Na fanfic, a música Just Hold On foi escrita pelo Louis mas gravada por todos, porque a separação da banda nunca aconteceu, nem vai.
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The Rooftop
Romance*Não é Louienne Fic Larry e Kolvina (Nate e Danielle) Ela estava soterrada em mais problemas do que pensava ser capaz de resolver. Ele estava apaixonado por alguém que não deveria amar. Uma amizade instantânea e poderosa. Um acordo que poderia ser a...