LOUIS
-Um dry martini. - a garota ao meu lado pediu ao barman, que parecia feliz por finalmente conseguir a atenção de alguém. Sinalizei pedindo o mesmo e assisti enquanto o homem preparava os drinks.
-Então... one direction neh?
Ela murmurou, depois de um exame minuncioso do meu rosto, não como pergunta mas como afirmação. Por um momento tive medo de ser assediado, de que ela fosse uma fã e que quisesse conversar comigo, coisa que eu não queria fazer agora.
-Pois é. - ela me olhava com uma indiferença atípica vinda de quem conhecia a banda, e isso me interessou. - É uma fã?
Ela deu de ombros.
-Gosto das musicas. - ela apontou para meus dedos, que ainda tamborilavam na bancada - Especialmente dessa.
-Just Hold On. - o barman voltou com as bebidas e as colocou na nossa frente. - Fui eu que compus.
-Preciso do nome de vocês dois. - ele pediu.
-Danielle.
-Louis.
Ele anotou algo por trás do balcão e saiu para atender outros clientes.
-É uma das minhas músicas favoritas.- Danielle suspirou, frustrada -A música perfeita para o pior momento.
-Como assim? - quis saber, antes de perceber que estava sendo intrometido - Desculpe, não deveria perguntar, não é da minha conta.
Danielle me olhou desconfiada por um momento, me fitando com intensidade e com um olhar que parecia me analisar de forma pragmática, antes de suspirar, parecendo derrotada, e se recostar no banco.
-Fiquei sentada no meu apartamento, no banco de trás de um táxi e aqui nessa cadeira durante 2 horas inteiras, e me sinto tão perdida quanto como se tudo ainda estivesse acontecendo. E estou desesperada o bastante para achar que talvez falar com um completo estranho seja exatamente do que eu preciso.
-Eu não sou um completo estranho. Você sabe o meu nome.
Danielle sorriu.
-Meio caminho andado, Louis. - sorri para ela também - Quer mesmo saber qual foi o pior momento?
-Não sou tão bom como psicólogo quanto cantor, mas ainda assim, sou todo ouvidos.
-Você que sabe.(Flashback Danielle)
Toda a confusão começou quando eu conheci o Daniel Sharman, ou Caleb para as pessoas que assistiam a The Originals. Ele era um dos personagens da série, e era muito divertido como amigo. Ele também é muito bonito e sensual, e contracenando com ele eu comecei a me sentir atraída. Mas era só uma atração, daquele tipo que você sente pelo seu ídolo que nunca vai se concretizar porque é platônica demais. Ele era sexy e tudo, mas fazia o tipo bad boy mulherengo, com o qual eu me meti demais quando pequena para cometer o erro de fazer novamente.
Outro motivo pelo qual nunca teríamos nada era o meu namorado, Duncan. Ele também era sexy e gostosão, com o cabelo liso que chegava até o ombro e aqueles olhos castanhos misteriosos. Estávamos juntos há trés meses, e nos dávamos bem.
Depois de um tempo, a temporada da série acabou, e com ela veio a festa de elenco, uma comemoração que um dos protagonistas organiza para os outros atores da série. Nada espalhafatoso, só pessoas, bebidas e comida.
Foi a minha vez de organizar na minha casa. Todo mundo tava tão animado. Rolou muita bebida e eu dancei a noite toda com os meus amigos. Nos divertimos horrores até a hora que as pessoas começaram a ir embora. Duncan já tinha ido em algum momento, não liguei por não ter me avisado porque ele é freelancer e de vez em quando arruma um trabalho em algum lugar e some.
Quando a última pessoa saiu do meu apartamento eu rastejei até a escada para tomar uma banho e dormir, quando o Daniel entrou, dizendo que esqueceu as chaves em algum lugar do apartamento. Eu o deixei entrar e começamos a procurar por ela.
-Eu não faço ideia de onde coloquei. Eu podia jurar que estava por aqui...- ele disse, procurando embaixo das almofadas.
-Tem certeza de que não está no seu bolso? Você está meio bebâdo.
-Tenho certeza, já olhei neles. Olha, sinto muito pelo transtorno. Se você me deixar ficar aqui eu posso continuar procurando.
Suspirei. Eu estava cansada e só queria ir para cama.
-Você pode dormir aqui no sofá. Amanhã você procura por ela.
Comecei a subir as escadas mas ele me impediu.
-Por acaso você teria algo para beber sobrando? Se eu vou ficar de ressaca uma a mais ou uma a menos não vai fazer diferença.
Peguei uma garrafa com metade preenchida de vodka, que estava sendo usada para fazer drinks. Era o que tinha por ali. Estendi para ele e me virei, mas ele segurou meu braço, me impedindo de andar.
-Hey, não se deixa um companheiro beber sozinho.
-Sharman, eu realmente preciso dormir.
-Já que vai me deixar passar a noite, acho que pode me chamar de Danny.- ele piscou para mim, e quis recuar, mas ele não afroxou o aperto. Ele nunca tinha falado daquela forma comigo, flertando, fora dos limites do profissionalismo. Eu estava começando a ficar com medo. Ele estava bêbado e desinibido, dentro do meu apartamento às quatro da madrugada. - Ah, vamos lá, só uns dois drinkes. Eu prometo que não vou mais te encomodar depois.
Cedi, assenti e fui pegar dois copos. Eu não tinha plena certeza de que podia confiar na palavra dele, mas também sabia que tentar recuar agora não ia adiantar de nada. O olhar em seu rosto me dizia que ele me seguiria e me infernizaria pelo resto da noite se preciso.
-Ok. Só mais dois drinkes. - firmei, só para garantir.
Ele sorriu. Eu servi para nós dois e viramos em seguida. Nós começamos a conversar sobre a série e eu fiquei entretida, não percebendo que já tinha passado de dois drinkes há muito tempo. Me lembro da forma como os olhares dele ficaram mais intensos e seu comportamento continuou inalterado em contrapartida com o meu, que já estava delirante e confusa. Me lembro de um beijo, um beijo amargo com gosto de vodka e me lembro de ter chegado na cama com a ajuda dele. Nada mais.
E depois disso, o resto da noite era um borrão, um apagão total no meu cérebro. Eu inclusive juraria que nada demais teria acontecido, se não tivesse acordado nua na cama, com Danny também nu ao meu lado.
Como disse, blackout total.
Eu pirei. Pulei da cama, ainda enrrolada no lençol, e comecei a atirar suas coisas no seu peito.
Ainda tomado pela ressaca, Daniel framziu o cenho e nem reagiu enquanto eu as jogava. Os sapatos, a camisa, a calça. Quando eu estava pronta para arremessá-la, algo caiu do bolso de trás, e quando eu me abaixei e catei para jogar também percebi que aquilo era uma chave. Uma penca de chaves, com um chaveiro auto informativo escrito CASA.
-Que merda é...
Não tive nem tempo para processar essa informação, já que em seguida, Duncan entrou no quarto, segurando um latte em uma mão e a chave do meu apartamento em outra, a chave que há uma semana ele tinha pedido para fazer uma cópia.
Qual era o meu problema com chaves?
Depois disso, tudo foi um caos completo. Os dois começaram a discutir enquanto eu vestia uma calça. Eles começaram a se empurrar enquanto eu colocava um sutiã. E antes que pudesse colocar uma camisa, Duncan deu um soco em Daniel. Eu apartei os dois e a fúria de Duncan finalmente se voltou para mim.
Resumindo, o que aconteceu depois foi uma explosão de gritos furiosos. Duncan obviamente terminou comigo e saiu correndo porta a fora, depois de gritar que acabaria com a minha carreira. Eu precisei expulsar Daniel, que tentava se explicar enquanto tudo que eu queria era ficar sozinha.
Assim que fechei a porta, eu vomitei toda a minha ressaca no vaso de planta da sala. E ao fim de tudo isso, eu deslizei pela porta fechada e me encolhi em uma bolha no chão, assustada e paralizada demais para me mover pela próxima uma hora e meia.
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The Rooftop
Dragoste*Não é Louienne Fic Larry e Kolvina (Nate e Danielle) Ela estava soterrada em mais problemas do que pensava ser capaz de resolver. Ele estava apaixonado por alguém que não deveria amar. Uma amizade instantânea e poderosa. Um acordo que poderia ser a...