Prólogo

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Atenção: este capítulo contem cenas capazes de ferir a sensibilidade dos mais novos, nomeadamente a insinuação de violação (não escrevo descrições detalhadas porque não faz o meu estilo) e atos violentos. Se és menor ou simplesmente sensível a este tipo de assuntos, eu desaconselho a leitura deste capítulo.

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Adoro as noites de Verão

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Adoro as noites de Verão. Especialmente quando o céu está limpo e se podem ver todos os pontinhos minúsculos que compõem as constelações.

Mas não nos dias de espetáculo. Quando os bilhetes se esgotam e somos obrigados a entrar no recinto da tenda completamente esgotada com os nossos fatos vestidos, quase que morremos de calor. Sentimo-nos claustrofóbicos no meio de tantas pessoas a respirar o mesmo ar, ainda que só estejamos efectivamente lá dentro alguns minutos. É só o tempo de atuar, mas às vezes parece uma eternidade.

Saio da arena depois de receber os aplausos do público pela terceira vez na mesma noite, desta vez às costas de Bana, o meu cavalo. Sou das poucas que tem o privilégio de entrar em mais de um número. Para além das acrobacias nas costas de Bana, ainda faço um número com os acrobatas e um número com os elefantes. Mas são todos tão divertidos que não sei qual deles é o meu favorito.

Conduzo Bana às caravanas mais afastadas das tendas. Tiro-lhe os acessórios que lhe adornam o corpo, escovo-o e alimento-o antes de o deixar amarrado com uma grande corda a um poste. Durante o dia todos os animais podem andar soltos entre as tendas e as carroças, mas têm de permanecer enjaulados durante a noite. O presidente da câmara tem medo que algo de mau aconteça se eles ficarem soltos enquanto dormimos.

Retorno à tenda principal, onde o espetáculo de hoje está prestes a terminar. As noites de estreia são sempre as mais atarefadas. O público fica sempre até mais tarde e nós temos de acabar de montar acampamento na cidade onde ficamos cerca de um mês.

Depois de espreitar o interior da tenda e ver o meu tio a fazer a última atuação da noite, sou apanhada pela cintura e afastada das cortinas que nos protegem dos olhos do público. Giro sobre as pontas dos pés e olho o meu captor, que se encontra muito próximo a mim.

— Agora não me escapas!

Antes de ter tempo de o impedir, ele beija-me com intensidade. Fico sem reação por uns instantes, mas acabo por corresponder ao seu beijo, encaixando o meu corpo no dele para acabar com a pouca distância entre nós.

Com um sorriso, ele encosta os seus lábios rosados e perfeitos aos meus uma última vez antes de se afastar para me olhar.

— Isso era tudo saudades? — pergunto com um risinho.

— Era. — Ele puxa a minha cintura na sua direção. — Passei um dia inteiro a ver-te só de longe. Nem sabes a vontade que tive de te beijar antes de entrares pela primeira vez lá dentro.

O Violador de HazeltownOnde histórias criam vida. Descubra agora