Capítulo 5 - Feras da Noite

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Segunda-feira era dia de folga no Chuckie's e Rosa poderia aproveitar sua noite à vontade em estabelecimentos que aceitassem que se pagasse a conta com apenas dois dólares. Esse dia em especial ela e Megan escolheram para assistirem filmes antigos no cinema. Já era quase onze da noite quando o último filme, A Lagoa Azul, terminou.

As duas amigas tomaram um ônibus de volta para a região onde moravam, contentes por terem um tempo para si mesmas.

- Cara, eu não acredito que as crianças assistiam a este tipo de filme. O cara tava pelado, totalmente nu! – Rosa riu.

- Pois é. Antigamente as coisas eram bem mais simples. Tão simples que passavam desapercebidas.

As duas acabavam de descer do ônibus e caminhavam em direção ao prédio onde Megan morava. Como mais velha, Rosa sentia-se compelida por algum sentimento de proteção fraternal para com a amiga.

- Realmente, Meggie... – o sorriso de Rosa morreu – as coisas eram bem mais simples...

A amiga preocupou-se, dando um tapinha nas costas dela.

- Mas agora são muito mais divertidas, você não pode negar!

- Que nada, Megan. A vida anda tão parada...Nem brigas mais tem tido lá no bar. Nada de diferente para se ver...

- E seu "amigo" vampiro-trombadinha? Não apareceu novamente?

- Não tem graça! E Graças a Deus nunca mais o vi e espero nunca mais ver MESMO.

As duas pararam em frente ao prédio no estilo clássico nova iorquino.

- É aqui que eu fico, Rosie.

- Está entregue! Diga ao velho Linch que ele ainda me deve uma partida de xadrez!

- Pode deixar! Tome cuidado!

Megan entrou, trancando a porta de madeira com janelas de vidro atrás de si.

Rosa não andaria mais do que cinco minutos até chegar ao bar, que era virando a esquina. Mas tão logo deixou a amiga em casa começou a ter a estranha sensação de que estava sendo seguida.

A àquela altura da noite num início de semana não havia quase ninguém e apenas um carro ou outro passava de vez em quando lá na rua principal.

Rosa engoliu um seco, parou e olhou a sua volta. Tudo deserto. Ela apressou o passo. Não podia acreditar que aquele maluco estava seguindo ela! Sem celular a única coisa que poderia fazer era gritar.

Apesar da curta distância, chegou à porta do pub totalmente esbaforida. Arrancou com tanto nervosismo as chaves do bolso que elas acabaram caindo no chão. Abaixou-se rápido para apanhá-las novamente e quando se reergueu a última coisa que viu antes de apagar foi um reflexo atrás de si.

A cabeça doía e a garganta seca arranhava. Rosa tentou mexer os braços, mas sentiu que estavam dormentes. Ao abrir um olhos uma luz intensa a cegou.

Uma lâmpada solitária pendia do teto, iluminando poucos metros a sua volta.

Estava sentada numa cadeira de ferro com as mãos amarradas para trás. O local era algum tipo de armazém ou coisa parecida, estava escuro demais para distinguir. Um som de passos chamou a atenção.

Da direção que o barulho vinha a silhueta distinta e esguia de uma mulher se formou, mostrando logo ser da mulher que visitara o bar na semana passada.

- Você! – Rosa exclamou, maldizendo a dor de cabeça que acompanhou o esforço de falar um pouco mais alto, na tentativa de ser ameaçadora – O que está fazendo?

Predador (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora