22. Productive day

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Dia produtivo.

...

Deitada eu encarava o teto do meu quarto, um gesso branquíssimo, tão branco quanto os dentes da família Kardashian. O mediano lustre central com algumas pedras em seu corpo estava com meia luz, sempre bom lembrar que hoje em dia já se pode regular a claridade da lâmpada, e a minha estava fraca o suficiente para não me deixar com medo do escuro. Da porta de vidro do meu quarto que dava para a sacada, as cortinas mexiam lentamente de acordo com o vento fino que adentrava pela fresta. Anabel falava muito quando entrava em meu quarto pela manhã e encontrava a porta da sacada sem a tranca. "Alice, que perigo" "Fachinne imagina se alguém entra". Mesmo sabendo que estamos em um dos condomínios/bairro mais seguros de Los Angeles, arrisco dizer da Califórnia, e sem contar nos inúmeros seguranças espalhados pelo quintal.

Encarar o teto do quarto já não me agradava mais, estudar os detalhes do papel de parede também não. Virei de lado fitando o despertador digital na cabeceira da cama, o relógio marcava 07:20 da manhã, eu não havia pregado o olho desde que eles se foram. Bufei entediada, como eu agiria agora? Quer dizer, um dia nos beijamos e no outro ele diz que não quer estragar a amizade, outro beijo acontece e ficamos juntos a noite toda, inclusive na frente das meninas. Eu não sei o que pensar, como prosseguir, qual atitude tomar. Daqui a algumas horas eu vou entrar em seu carro e cumprimentá-lo, mas de que maneira? Um beijo na bochecha? Talvez um selinho? JAMAIS! Eu não tomaria a atitude dessa maneira, não sou tão cara de pau a esse ponto, não faz meu tipo e eu não to lidando com um garoto, não com um simples garoto. Ai que desgraça, eu estava perdida em tantos pensamentos, tão confusa e insegura com meus atos, ou os próximos.

Não é como se de uma hora para outra um dos cantores mais famosos do mundo te beijasse. Eu conquistei isso, certo? Sim, mas agora eu não sabia como agir. Deus, por que precisa ser tão difícil? Eu realmente não consigo entender como devo me sentir. E se em algum momento eu dei a entender que eu queria isso? Que pra ele seria fácil demais? Por Deus, foi e está sendo ótimo, só não sei até onde isso vai parar. Talvez ele esteja certo em afirmar que em uma relação com fã ela sairia mais prejudicada do que ele. Balanço a cabeça em negativo, não, não e não.

— Caiu da cama, foi? — saí dos inúmeros pensamentos maldosos que insistiam em me torturar.

Ergui a cabeça me deparando com uma Anabel sorridente, ela segurava algumas peças de roupas minhas e caminhou até o grande roupeiro as guardando.

—Bom dia. — me espreguicei lentamente. — Na verdade eu não consegui dormir. — mordi meu lábio encarando uma Anabel curiosa.

Ela caminhou até a porta da sacada, semicerrou os olhos para mim, eu ri.

— Alice! Quantas vezes vou ter que te convencer de que é perigoso? — perguntou dessa vez abrindo toda a porta clareando o quarto todo já que agora podia, estava de manhã.

— Vem aqui. — dei tapinhas na cama e ela sentou-se sorrateiramente à minha frente, me ajeitei ficando próxima a ela.

Anabel era o mais próximo de mãe que eu tinha ali, Kris também, mas infelizmente só nos víamos em finais de semana e raramente dias de semana. Anabel era diferente, nos víamos todo dia, toda hora e mesmo com seu tom um tanto quanto durão eu sabia que se eu precisasse de algo, ela me ajudaria.

— O que você quer? — perguntou desconfiada, bufei.

— Um conselho... — esfreguei os olhos com o pulso direito, respirei fundo procurando alguma sustentação, algo que me motivasse.

— Diga, criança. — sorriu atenciosa.

— O que você faria se fosse fã de alguém — engoli a seco. — e se envolvesse com esse alguém? Beijaram-se uma vez e ele pediu para que a amizade não estragasse... — respirei fazendo um gesto de pare com as mãos, precisava respirar calmamente. — Aí você concluiu que ele não estava interessado em você dessa forma, só que o segundo beijo acontece e vocês se beijam quase que a noite toda, em frente dos amigos.. O que fazer?

Au Pair - EM REVISÃO.Onde histórias criam vida. Descubra agora