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E a oportunidade estava ali, bem na minha frente, minha casa em festa, e minha alma em tormenta, desesperada, eu fui até a oportunidade e a bebi, eu esperava ansiosamente pela escuridão que eu sonhava, eu sentia ela bem próxima, sentia minha vista embaçada, sentia o cansaço, sentia o gosto amargo nos lábios, sentia o meu fim, e esperava que fosse; eu que tentei por vezes alcançar o amor e ele fugindo de mim, talvez o grande mistério do amor, fosse esperar ele chegar, mas eu não tive paciência, eu tive pressa, tive ânsia de sentir a sensação, eu era uma alma louca, à procura de liberdade e de encontrar-se em um mundo de sóbrios e desencorajados, prometi a minha amiga que apareceria na casa dela amanhã e vou estar lá, na verdade sempre estarei com todos que eu amo, todos, e todos terão que aceitar; esse mundo é injusto demais pra mim, e massacrante, as pessoas preferem olhar e julgar a vida dos outros, do que ver a beleza no pôr do sol, no nascer do sol, no céu estrelado, no horizonte, no mar, na noite e no dia, nas gotas de chuvas, no verde da natureza; eu confesso que tinha meus medos, e muitas vezes eles me engoliam, tinha minhas paranóias, tinha minhas milhares de inseguranças, e doía, não ser compreendida, doía não passar de uma zero a esquerda, cheia de medos, de não enfrentá-los, de não tirar as correntes que me prendiam, de não me libertar, e de jogar todas minhas oportunidades no lixo, porque fui fraca, ninguém entenderia mesmo, diriam como sempre dizem, é drama, safadeza, coisa de quem quer aparecer, talvez seja mesmo verdade, talvez não aconteça nada, apesar de eu querer, mas talvez eu tenha que enfrentar o mundo amanhã e eu espero que eu tenha mais força que antes pra enfrentar o mundo e principalmente pra enfrentar meus monstros.

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