Capítulo 2 - INDO PARA O COLÉGIO

11 0 0
                                    



Gláucia e eu vamos para o colégio andando pela praça porque é perto. Passamos por uma grande praça onde vemos todos os dias um rapaz pintando lindos quadros com temas variados. O nome dele é Fabrício e sempre conversa com a gente, quando saímos da escola. O interessante que ele sempre leva um desenho em papel cartão para depois reproduzi-los em grandes quadros.

Quando o tema é marinho, ele me presenteia com o cartão no final. Assim tenho uma coleção de vários navios, barcos, chalanas diferentes, de várias partes do mundo. Ele apenas pede que nunca jogue fora, para outras pessoas acharem, quando não quiser mais, que eu os devolva ou queime-os, caso não o encontre mais. Ele é uma figura muito interessante.

Um dia ainda vou falar para ele dessa minha obsessão por navios e pelo mar. Talvez ele me compreenda.

Chegamos na escola e nos encontramos com o resto da turma. Esqueço um pouco os navios e vou viajar nas aulas.

A Gláucia gosta um pouco do Fabrício, mas tem vergonha de dizer. A ela, ele presenteia com os cartões de flores e natureza. A boba fica corada como um tomate, rsrsrsrs.

Na aula de Química me esforço para prestar atenção, pois essa matéria quase me deixa louca. Ainda bem que a Gláucia é fera e me ajuda, assim como eu a ajudo em Matemática.

No recreio batemos longos papos, preocupados com o Vestibular, pois a metade do ano já foi e dezembro não demora.

Minha área é Administração e a Gláucia, Engenharia de Alimentos. Estamos batalhando pela federal daqui de Fortaleza.

A Gláucia também passa por dificuldades financeiras e somente assim conseguiremos fazer uma faculdade. Tia Gracinha, sua mãe, trabalha num restaurante durante o dia e a noite ajuda minha mãe com os bolos e encomendas. E unidas vamos vivendo.

_Vamos Gláucia, estou morrendo de fome e você não se mexe. – chamo a louca, sempre distraída.

_Vamos, sim, mas quero ver seu meu gatinho está pintando hoje. – disse ela rindo.

Saímos da escola e caminhamos em direção à praça e lá está Fabrício com seu quadro. Hoje é mais uma visão marinha, com um enorme navio, com bandeira grega. É estranho que quase sinto uma vertigem quando vejo. Fico pálida e quase caio.

_Susana, Susana, o que você tem?? – perguntam Fabrício e Gláucia assustados.

_Não sei, respondo rouca e sem força e eles me levam para um banco. De repente senti uma tontura!!!

_Você deve estar com fome. – diz Gláucia. Quase não comeu no recreio.

_Mas já estou melhor. Fabrício, será que você pode pegar um pouco de água, por favor?

_Claro. – diz ele, já estou indo.

Chegou a água, eu bebi e me senti melhor.

_Você acha que pode ir andando, Su. – pergunta Gláucia.

_Não, diz Fabrício interrompendo, vou levar vocês de carro. Apenas me deixe guardar o quadro ali no restaurante e já volto.

Quando ele voltou nos levou em casa, e minha mãe, assustada, me recebeu e levou-me para deitar.

_Muito obrigada, Fabrício. – disse ela.

_Nada, dona Sara. – Caso precise de mim é só ligar. – disse ele deixando um cartão.

O AMOR QUE VEIO DE LONGEWhere stories live. Discover now