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- Você está maluca? Qual é o seu problema? Por que fez aquilo?- diz ele parando de correr.
O que? Não entendi nada. Segundos atras estavamos tão bem. O que houve?
- O que foi?
- O que foi? Acabei de ver você matando sua propria avó a pedradas na cabeça e você me pergunta o que foi? Eu é que pergunto o que foi q aconteceu pra você ter feito essa proeza com sua propria avó.
Mas...foi...o que aconteceu...Não tá certo...
- do que está falando? Eu so empurrei ela. Não bati com nenhuma pedra em ninguém. Você ta maluco?
- Eu to maluco? Olha suas vestes e me diz se foi só um empurrão.
Me analisei e vi que meu vestido branco desbotado estava agora em um vermelho vivo.
- Eu...
- Sim! Você! Você matou sua avó. Eu vou embora.- ele saiu correndo me deixando estática.
O que esta acontecendo comigo? Não é bom. Mas também não é ruim. Tomei coragem e comecei a andar em direção a estrada de terra, que levava até a casa dos meus avós.
Andando e chutando as pedras. Não havia uma alma viva naquele lugar. Sozinha.
Vi um carro da policia caindo aos pedaços se aproximar e parar um pouco adiante. Um homem velho, auto e magro, com chapéu se aproximou de mim e se ajoelhou em minha frente.
- O que houve com você? Esta tudo bem?
- Não. Mataram minha avó. Me ajuda, por favor.- falei com voz de choro.
- Quem matou sua avó?
- Não sei. Foi um homem. Mas não vi o rosto dele porque eu me escondi. Ele deu pedradas na cabeça dela e, quando fui tentar acorda-la me sujei toda com seu sangue.
- Vou leva-la para casa. Venha.
Ele me levou ate o carro e abriu a porta da frente pra eu sentar.
-Eu não deveria ir atrás?
-Pode se sentar na frente.
Me sentei, ele deu a volta no carro e entrou.
- Onde você mora?- perguntou ele.
- Na ultima casa dessa rua. É so seguir reto.
-Entendi. Vou te levar até lá. Tem alguém na sua casa? Sua mãe ou seu pai?
- Meu avô. Meus pais morreram. - Meus pêsames. Bom, vamos lá.
Ele deu partida no carro e ele começou a andar.
Aquela estradinha de terra era um pouco longa, levava de 20 à 30 minutos pra chegar até em casa caminhando. Durante a viagem, o policial tentava puxar conversa, falando sobre animais ou me perguntando algo. Eu respondia e voltava a olhar pela janela. Não estava com vontade de conversar. Queria admirar a paisagem pensando em como iria dizer a vovô o que havia acontecido. Eu estava tão focada do lado de fora da janela, mas voltei quando senti sua mão gelada e aspera tocar minha coxa. Me voltei pra ele assustada e tirei sua mão de mim.
- O que pensa que esta fazendo?
- Calma, linda. Só quero conversar e te levar pra casa.
- Não toque em mim.
- Como não? Você é tao linda e...
- Por favor.- o interrompi- pare de falar.
- Ok. Vou parar de falar.- disse ele olhando de um modo estranho pra mim - vou fazer.
Ele soltou as mãos do volante. Uma puxava meu cabelo. A outra invadia minhas genitais. Eu estava com nojo. Por quê ele estava fazendo isso. Sua lingua percorria meu pescoço e ele pronunciava palavras feias que eu mal sabia o que significavam. Eu resistia. O empurrava. Nao queria que ele me tocasse daquele modo. Eu gritava. "Sai!". Mas ele não saia. Eu o empurrava. Mas dava no mesmo. Ele não parava. Eu estava ficando com medo. " me solta!". Aquilo tinha que parar. Olhei para frente. Tive uma ideia.
- Um caminhão!
- o que?- ele me soltou e colocou as mãos no volante.
Com uma mão no feicho da porta e a outra no freio de mão. Eu sabia o que ia fazer.
Puxei o freio de mão e pulei do carro. Ele capotou. Uma. Duas. Três vezes. Morreu. Tenho certeza.
- Socorro.- escuto.
Me aproximo do carro. Ele estava com metade do corpo pra fora da janela. Peguei uma pedra grande. A maior e mais pesada que achei. Fui até ele. O encarei.
" Por favor. Não faça isso." Foram as última palavras que ele disse antes que eu jogasse a grande pedra em sua cabeça e visse seus miolos se espalharem pelo chão.

A Morte BrancaOnde histórias criam vida. Descubra agora