Capítulo 15: Adeus, Rio Azul

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Lara

-Então, seu horário é mesmo esquisito? - Foi a primeira pergunta que ele me fez, assim que entramos na lanchonete próxima a rodoviária.

-Eu costumo treinar bem cedo, Nicholas. - Respondo, enquanto nos sentamos numa das mesas. - E nem preciso dizer que ainda assim você topou vir.

Resumindo o que acontece aqui, ontem, enquanto víamos aquele filme pavoroso (O Diego é que foi esperto e dormiu antes do fim do primeiro ato), resolvi trocar algumas mensagens com o Nicholas, e papo vai, papo vem, o chamei pra um encontro. É, fui eu quem o chamei. E surpreendentemente ele aceitou.

-Eu não perderia a chance de sair com uma garota bonita... - Ele responde, com um sorriso convencido, ainda que charmoso. - Nem que pra isso eu tenha que estar oito e meia da manhã de um domingo numa lanchonete.

-Esse é meu último dia aqui, amanhã nosso grupo vai embora da cidade, foram boas férias que tiramos aqui. - Explico, dando de ombros. - E você realmente me acha bonita?

-Claro, quem não acharia? - Nicholas pergunta, erguendo as sobrancelhas.

Nem preciso dizer que fiquei vermelha com o elogio. Pode parecer pouca coisa, mas quando se tem um mulherão como a Nicole como amiga, isso de algum modo afeta a autoestima... Mesmo que no passado eu tivesse alguns chatos de galocha correndo atrás de mim. É só você notar a diferença dos nossos bustos e a depressão começa a surgir.

Mas, chega de falar dos peitos da Nicole. Isso é trabalho do Diego, não meu, enfim. Eu e Nicholas estamos tomando café da manhã juntos, felizmente nada de pesado acontece e aproveitamos pra conversar amenidades e descobrir mais sobre o outro. Claramente não acabaríamos juntos, mas ei, se eu conseguir tirar uma casquinha do bonitão, vai ter valido a pena.

-Mas então, você pratica luta livre, assim como o Diego, não é? - Nick, pois é, eu já estava chamando ele de Nick, pergunta.

-Sim... Inclusive ele e a Nicole vão pro Canadá no ano que vem, pra entrar em uma academia especializada. - Respondo, antes de tomar um gole do meu suco.

-E por quê você não vai junto? - Ele inquire, como se aquilo fosse algo absolutamente trivial. - Digo, aqui no Brasil, apesar do crescimento, a estrutura ainda não se compara a de países, como o Canadá, Estados Unidos, México ou Inglaterra. Não que eu seja PhD nisso, mas eu conheço uma coisa ou outra.

O pior é que EU não havia parado pra pensar nisso. Se eu fosse pro Canadá, certamente teria uma chance maior de conseguir tryouts para empresas maiores

-Vou pensar no assunto... - Respondo, agradecendo internamente.

-Sei que não é da minha conta. - Nicholas parte pra outro assunto. - Mas, como anda o coração?

-Ele não anda. - Respondo, sem pensar. - Não costumo ter relacionamentos, há um tempão. Não é que eu não pense e queira me manter casta, é só que não apareceu ninguém ainda.

-E quanto a ficantes? - O tom dele é sussurrante, o olhar é penetrante.

-Já faz um tempo que eu não tenho nenhum... - Sorrio, olhando bem no fundo dos olhos de Nicholas. - Mas, por hoje podemos mudar isso.

Sem pensar duas vezes, puxo a nuca de Nicholas, dando-lhe um longo beijo de língua. A sensação era totalmente diferente daquele selinho que eu havia dado no Diego, dias atrás. Não posso negar que a pinta de galã rockstar que Nicholas exala é atraente, mas o garoto é bem pé no chão quanto ao que pensa e planeja.

-E você foi mais rápida que eu... - Nicholas diz, após nos separarmos. - Que tal irmos pra um lugar melhor?

-Você não está sugerindo... - Coro, pensando no pior.

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