Capítulo 1: O Primeiro passo

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WWE Performance Center: Flórida – Abril de 2025

Ok, oficialmente eu ainda não era um lutador da WWE, já que obrigatoriamente meu contrato com a New Japan Pro Wrestling expiraria daqui há duas semanas, Guardo boas lembranças do tempo que passei lá, desde minhas lutas na Ring of Honor e o período onde lutei em tempo integral pela NJPW.

Oh, desculpe, eu não me apresentei. Meu nome é Diego Alves e tenho vinte e seis anos. Posso dizer que devido ao meu esforço e luta, sou um wrestler bastante famoso. Mas nem sempre foi assim, diabos, eu fazia parte daquela turma que sempre fala que Luta Livre profissional (ou Telecatch, se você é velho o suficiente para lembrar dos Gigantes do Ringue) é marmelada. Claro, qualquer pessoa com dois neurônios no lugar sabe que os resultados são combinados e alguns dos golpes nem acertam o oponente. Mas bem, houve um momento, quinze anos atrás que foi determinante para eu querer ser um lutador profissional.

Eu era um garoto nos meus onze, indo para doze anos de idade, quando recebi de um amigo (que esqueci o nome), um DVD com algumas lutas da WWE que eu deveria assistir. Como eu não tinha nada pra fazer naquele final de semana, pensei: "Por quê não?".

E a primeira luta foi o suficiente para eu decidir: "Eu quero ser um lutador profissional". A luta era da Wrestlemania XIX, em 2003, entre Shawn Michaels e Chris Jericho. A minha noção de inglês era pouca, então pouco entendi do que se falava ali, porém... As trocas de movimento, o ritmo da luta, o esforço de cada lutador em fazer o outro valer um milhão de dólares... Algo ali dentro acendeu um fogo que não se apagaria tão facilmente.

Bem, meus pais morreram quando eu tinha cinco anos, logo eu morava com minha avó, que quando eu contei sobre meu mais novo sonho, ela me deu o único conselho que podia, no alto de seus 68 anos: Treine e fique em forma. Claro, que ela me apoiaria imensamente, sempre fui um bom neto, ainda que algumas vezes eu deixasse a desejar como aluno... Ei, eu tinha meus onze, doze anos!

Mas bem, já contei como decidi me tornar um lutador profissional, agora vou contar como conheci a pessoa que mais me apoiaria na busca desse sonho, então sente que a história realmente irá começar agora.

Colégio Aural, Rio de Janeiro. Março de 2014.

Meu ano não havia começado muito bem, já que depois de dois anos lutando contra uma doença, minha avó viera a falecer em Janeiro daquele ano. Os responsáveis legais por mim eram meus tios, e nós chegamos a um acordo em que eles ficariam cuidando das finanças da minha casa (a partir da herança que recebi de minha avó) e eu cuidaria da casa.

Eu havia finalmente conseguido me transferir para o Colégio Aural, onde estudavam meus amigos mais próximos, então ao menos no ensino médio eu provavelmente não ficaria sozinho. Meu treinamento já evoluíra de meramente ficar em forma, pra prática de alguns golpes. Com o advento da internet, ficou mais fácil pesquisar a respeito de várias coisas sobre a luta livre profissional.

Claro, praticar muitas das coisas era tremendamente arriscador. Ao menos as coisas melhoraram dois anos atrás quando minha avó havia comprado uma enorme cama elástica como maneira de eu praticar os golpes com certa segurança. Foi graças inclusive a essa cama elástica que conheci uma de minhas amigas, Lara.

Enfim, no primeiro dia de aula cá estou eu na entrada da escola. O Colégio Aural se tornou conhecido por ter um (para os padrões da educação brasileira) sistema inovador de formação de atletas, onde as equipes do colégio disputam torneios tanto no Brasil, quanto em alguns países da América do Sul, e claro, um sistema de bolsa esportiva, onde bons atletas (até mesmo alguns medíocres, desde que apresentem boas notas) ganham bolsas de 100%.

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