Néra

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Quando eu acordei já se passava do meio-dia, estava meia tonta por causa dos remédios que havia tomado. Reconheci a enfermaria do palácio, mas me perguntava como tinha chegado ali, me perguntava se Erik a tinha me salvado, não me lembrava de quase nada, a não ser da parte que tinha caído de seu cavalo e me lembrava de ter acordado em um lugar e que tinha alguém comigo, mas não me lembrava quem.

Estava com muita dor de cabeça, precisava de um analgésico, quando me forcei a levantar minhas pernas perderam as forças e cai.

-Néra, o que está fazendo? Você está fraca, tem que ficar na cama. - A voz estava tão distante que não a reconheci, mas quando levantei os olhos vi Erik ao meu lado segurando minha mão.

-O que? - Minha voz saiu mais fraca do que gostaria.

-Vem, você precisa descansar. - Erik me pegou no colo e me colocou na cama onde estava deitada e me cobriu.

-O que houve? Eu não me lembro muito bem. - Eu notei que o corpo de Erik se enrijeceu.

-Você caiu do cavalo e desmaiou.

-De quem era aquela casa? Lembro que acordei em uma casa e tinha alguém comigo.

-Descanse, depois conversamos.

Erik saiu apressadamente e me deixou sozinha novamente. Alguns minutos depois o doutor Jack entrou na enfermaria, me examinou novamente e deu um remédio para dor e então eu dormi mais uma vez.

Eu acordei e já estava escuro e tudo silencioso, queria saber que horas que era. Minha dor de cabeça havia passado e me senti muito melhor. Decidi voltar para seu quarto, precisava de um banho para aliviar a tensão que estava sentindo. Sai da enfermaria lentamente, minha perna machucada ainda doía. Jack me disse que tinha torcido quando cai do cavalo e uma veia tinha estourado, por isso a coloração roxa, mas disse que não era nada grave.

Quando sai da enfermaria fui em direção a escadaria secundaria que ficava mais próximo de onde estava. Chegando no meu quarto fui direto para o banheiro, me despi e deixei a banheira encher, fui em direção ao meu guarda-roupa e peguei minha camisola, então reparei que em meu corpo havia várias marcas roxas espalhadas por toda parte, eram marcas de dedos, fiquei apavorada na hora, precisava conversar com Erik. Tomei um banho rapidamente, peguei um vestido qualquer e foi em direção ao quarto do rei.

Quando cheguei, bati levemente na porta, mas não houve resposta, decidi bater novamente, dessa vez um pouco mais forte. Erik abriu a porta meio sonolento, estava de calça moletom e sem camisa deixando a mostra seus músculos e seu abdômen sarado.

-Néra o que aconteceu? Por que não está na enfermaria?

-Precisamos conversar agora – Erik notou a minha preocupação abriu espaço para mim passar. - Quero saber por que a várias manchas no meu corpo

Notei a relutância de Erik em responder, mas precisava saber. Jack me preveniu que poderia perder a memória e isso realmente aconteceu. Algumas imagens passavam como uma faísca em minha memória, mas não conseguia ligar elas á nada e isso me atormentava.

-Erik...eu preciso saber. - Erik se rendeu e me contou tudo, deis do começo da manhã até quando a noite caiu, não deixou escapar nem um detalhe. Quando ele acabou eu estava abraçada ao meu próprio corpo, não me lembrava quando comecei a chorar, mas estava aos prantos. Tentei se levantar da cadeira mais minhas pernas não aguentaram e cederam, Erik em um segundo estava ao meu lado ajoelhando, o rei me abraçou, me envolveu em seu corpo e deixou que eu chorasse ali por horas. Para mim não tinha lugar mais seguro do que em seus braços, queria se afundar neles, senti que ali era meu lugar.

-Me perdoe, eu deveria ter te salvado antes, mas não consegui, eu sinto muito. - Não sabia o que responder, ele não tinha que estar pedindo desculpas, ele me salvou daquele monstro, se não tivesse chegado algo muito pior que marcas roxas poderiam ter acontecido.

-Você me salvou na hora senta, não deve pedir desculpa, eu devo agradecer a você por ter me salvado - Erik me abraçou mais forte e me puxou para mais perto de si, era capaz de ouvir seu coração bater.

-Jamais me perdoaria se algo acontecesse a você. - Erik pegou meu queixo e levantou minha cabeça para que eu olhasse em seus olhos. - Jamais. - Erik se aproximou lentamente de e me beijou, o beijo foi calmo e doce, depois Erik começou a me beijar ferozmente, ele me desejava. Eu retribuir o beijo, comecei a sentir mais desejos, desejos que nunca senti antes. Ele me levantou, mas sem parar de beijar, ele me deitou em sua cama e continuou a me beijar só que dessa vez em meu pescoço.

-Amo você Néra, á quero para mim, quero que seja minha.

Não sabia se deveria responder algo, mas Erik logo voltou a me beijar então fiquei em silencio e aproveitei o momento. Os minutos que se passaram foram com beijos mais leves e calmos.

-Você deve estar com sono, vem vamos dormir. - Erik saiu de cima de mim revelando sua ereção. Erik pegou a minha mão e me guiou pela cama, ele me deitou em seu peito e começou a fazer carinho em meus cabelos.

-Boa noite Néra.

-Boa noite Erik.

Quando acordei na manhã seguindo com a luz do sol em meu rosto, estava sozinha na cama de Erik. Ele havia falado que me amava então por que não estava comigo agora? Eu tinha muitas perguntas passando em minha mente quando Erik entrou no quarto, estava com as mesmas roupas de ontem e tinha uma bandeja com café da manhã em suas mãos.

-Era para você estar dormindo ainda.

-Eu acordei agora pouco.

-Vem, você tem que comer. - Erik levou a bandeja para a mesa. - Você vem ou vou ter que aí te pegar?

-O que? - Erik saiu de onde estava e foi até mim, sem hesitar me pegou no colo e me levou até a mesa e me colocou na cadeira. Tomamos café da manhã juntos. Estava me sentindo nas nuvens, estava com o homem que amava e ele também me amava. Não poderia acontecer nada que fosse capaz de destruir a minha felicidade 

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