Norte Magnético

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Para o meu padrasto, sempre fui uma rebeldezinha irresponsável. E eu adorava infernizar cada segundo da vida dele.

Chegava quase de madrugada em casa, pois sabia que ele odiava. Fazia questão de andar só de shortinho em casa, pois ele também odiava.

O motivo? Eu simplesmente odiava ele. Éramos como cão e gato. Sempre que nos encontravamos, acabava em conflito.

Minha mãe nem sequer se importava com a nossa guerrilha. Pegava cedo no trabalho e quando chegava em casa, ele já estava dormindo.

Ambos já sabiam de meus poderes mutantes. Como? Não sei. Já sabiam bem antes de mim, mas minha mãe nunca quis me contar como foi que eles se manifestaram. E eu não faço idéia do porque.

Ela sempre dizia ao Arnold, o meu padrasto, para não me irritar. Visto que meus poderes podem ficar fora de controle dependendo de meu estado emocional. Mesmo assim, eu o provocava, pois sabia que não podia fazer nada comigo.

Tinha dezesseis anos. Estava voltando para Nova York. Havia ficado as férias todas com meu pai biológico, Magneto. Agora já estava pronta para infernizar mais ainda a vida do Arnold.

Não precisam perguntar. Eu não sei porque, mas achava ele um babaca. Acho que eu tinha mania de perturbar a paz de todo mundo que eu achava um babaca.

Depois de uma semana que havia voltado, já havia conseguido tornar a casa em um Vietnã. Preocupada, minha mãe resolveu procurar um terapeuta pra nos dois.

- Por que você não gosta do seu padrasto? - perguntou o médico

- Não sei.

- Você não sabe? - ele me pergunta surpreso.

- Ele é um idiota e odeia tudo o que eu faço, por isso eu faço da vida dele um inferno. - Ele me encara espantado e depois sai da sala. Eu aproveito e pulo a janela do consultório.

Depois de me recuperar do tombo, eu corro o mais rápido que posso em direção à um prédio abandonado no qual sempre me.encontrava com uns colegas. Entretanto, desta vez não havia ninguém. E eu fiquei lá só de bobeira, ouvindo eletrônica no celular esperado que passasse das meia noite.

Dezoito ligações perdidas da minha mãe. Quando já são nove da noite, resolvi atender.

- Filha, onde você está? - ela pergunta preocupada. - Por que saiu do consultório?

- Ah, isso. Porque aquele cara parece ser mais lesado que o Darth Veader. E porque certamente ele iria dizer que eu preciso de tratamento.

- Filha, isso é para o seu bem.

- HAHA! - dou uma risada irônica - Mãe, eu estou bem. Na boa. Só porque tenho alguns problemas com o seu marido, não quer dizer que eu sou maluca.

- Mas você quase não se dá bem com ninguém...

- Tá. Isso aí não é verdade. Eu tenho um monte de amigos e você ....

- Lorna, sem querer criticar, mas seus coleguinhas são retardados. E de novo sem querer criticar, mas pular do terceiro andar de um prédio, significa que você precisa sim de tratamento...

- Eu não pulei do prédio. Tá? - disse já irritada.

- Entendi. Lorna, quando voltar, vamos ter uma conversa sobre seus poderes. Certo?

Eu desligo para não ouvir mais o que ela tem a me dizer. Já estava achando aquilo tudo um saco.

Às 1h30, cheguei em casa e me deparei com minha mãe sentada no sofá conversando com um senhor de cadeira de rodas.

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⏰ Última atualização: Nov 06, 2017 ⏰

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