A fotógrafa

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Eu estava congelando parecia que a qual quer momento ia cair neve naquele lugar. E lá estava eu na estrada indo pra um lugar onde eu não quero estar, morrendo de frio e sorrindo forçado pra tirar fotos. Eu mal trouxe casacos de frio, só aquele fininho e um vestido pro casamento que vai ter. Não tem Internet, não tem nada aqui oque me restava era escrever tudo que acontecia, eu não aguentava mais.

Chegou a noite e o frio estava mais anormal, eu entrei pro salão e fiquei lá sentada. Meu bumbum não parava de coçar com aquele tecido que estava na cadeira, eu realmente não queria estar ali. Tudo estava como na normalidade, meu pai estava ajudando o câmera com a luz e tinha... Tinha uma fotografa, óbvio né tinha alguém pra tirar as fotos. Ela estava com uma calça legue preta, não lembro da blusa só lembro do casaco de couro vermelho. Ela era tão linda sério mesmo, eu não conseguia parar de olhar pra ela e ela percebeu isso. É aqui que se encaixa perfeitamente a música 🎶eu não sei parar de te olhar 🎶 E em um momento eu estava procurando ela pelo salão e nesse momento eu acho que ela também percebeu, em outro momento percebi que ela olhou pra mim como se tivesse se perguntando "não estar com frio?" E eu mostrei estar com frio tentando cobrir minhas mãos com aquele minúsculo casaco fino. Eu olhava pra ela e ela estava sorrindo e tinha o sorriso lindo. Não me lembro de seu rosto em minha mente, mas lembro que não parava de olha-la e que se eu a visse de novo eu iria reconhece-la. A festa continuou eu a perdi de vista, antes de perde-la eu tinha começado a chorar foi horrível e eu não sabia o porquê de estar chorando. Naquela noite eu fui dormir e foi a pior noite, acordei com corpo doendo e estava muito frio mas em fim fomos embora de lá.

No dia seguinte chegamos pela manhã e era um domingo, o dia mais deprimente da semana. Chamei minha amiga Sofia para ir a um restaurante com música ao vivo comigo, iríamos jantar. Contei a ela sobre o casamento e a fotógrafa que eu não parava de olhar e ela riu porque não é novidade eu me apaixonar por uma garota, sempre tenho paixões platônicas. Eu já tinha desencanado dela porque ela deve morar longe pois o casamento foi em um lugar bem distante de onde moro, bom esse é minha lógica. Então não vou ve-la de novo assim como todas as outras paixões. Entramos no restaurante e tocava um acústico de mercy do shawn mendes. Nos sentamos em uma mesa com sofá booth e assim que fizemos isso percebi que eu estava errada do que havia acabado de pensar, quando olhei pra porta quem estava entrando era ela, a fotógrafa do casamento.

– Sofia é  ela. – Ela quem? – Sofia olha pra trás sem entender. – a fotógrafa!!  – Ela  fica suspresa. – É uma gata em! Essa é sua chance vai lá falar com ela.  – Você fala como se fosse a coisa mais fácil do mundo! – não é difícil, anda, vai lá! – ai meu deus... oque eu falo? – vai logo se não você perde o lugar ao lado dela. 

Ela estava sentada em um dos bancos do balcão, então eu fui até lá e me sentei do lado dela. Ela não me notou até eu pedir uma bebida. Olhou pra mim, eu olhei de volta e ela sorriu. Nesse momento me derreti de amor, apontei pra ela e disse – A fotógrafa do casamento de ontem não é? – isso  mesmo e você...?

– Mary, prazer.  –  Eu sou Laurel, prazer.  – Laurel?  Repito tentando pronunciar certo e ela rir. – sim, é difícil ter um nome tão americanizado, no Brasil as pessoas não sabem pronunciar direito. – Canário negro é você? –  não mas se quiser eu sou... Sua boba. –  ela rir.
–  seu nome é lindo.



– ela  fica sem graça ao me ouvir dizer isso.  – Obrigada Mary. – sua bebida chega e ela toma um gole. Consigo admira-la até bebendo algo. – seus pais são americanos ou você veio de fora? Penso isso pelo seu nome. – a sim, minha mãe é americana mas eu nasci no Brasil.

– Ela sorri de lado.  – e você Mary? – sou brasileira nata mesmo. – Sorri   tímida e ela sorriu. Trocávamos olhares. Parecia que podíamos ler uma a outra ou que já nos conhecíamos, está perto dela conhecendo-a me trazia uma felicidade muito grande. Bem talvez eu pudesse ler Laurel. – você dormiu lá também? – Pergunto. Estava frio e chovendo muito, a estrada era de barro pra sair naquelas condições. – sim fiquei lá e logo cedo eu fui embora.

– então ela estava lá quando eu ainda estava e não a vi. – você deve ser uma ótima fotógrafa. – ela sorrir. – obrigada, mas como você tirou essa conclusão? – intuição.

– ela volta a beber a bebida colorida que estava na mesa e eu meu suco. Nesse momento começou a tocar Elvis Presley Can't Help Falling In Love. Olhei pra ela e eu precisava chama-la pra dançar   – Laurel, dançaria comigo? – ela sorrir.  – é claro  – E me da sua mão. A seguro pela cintura e em sua mão esquerda, ela apóia a direta no meu ombro então guio a dança.

– Eu  tinha meu olhar dentro do dela como ela no meu. Eu invadia sua alma e ela fazia o mesmo mas com um sorriso bobo no rosto. Seu olhos são da cor castanho e vejo como a mais linda cor nos olhos dela. Sua pupila estava dilatada e eu me perguntava se a minha também estava e o que isso poderia significar que ela está sentindo. Seu sorriso se desfaz então ela morde os lábios e parece nervosa, nossas mãos soavam. A música termina levo minhas mãos até sua cintura e colo nossos corpos deixando nossos rostos a centímetros encostando nossa testa uma na outra. Minha respiração ficava cada vez mais descompassada e eu sentia a dela do mesmo jeito, meu coração pulava do peito. Eu queria segura sua nuca e beija-la da forma mais intensa. E o faria se não tivesse tanto controle sobre mim, não queria fazer nada que ela não gostasse. Alguém passa ao nosso lado e parecendo bêbada, ela grita "o amor é lindo" logo me afasto e laurel rir com o comentário e me faz rir junto.

– Isso  foi pra nós? Eu acho que ela está bêbada. – Lauren pergunta e digo. – será que foi? Bêbada com certeza ela está. – Tanto faz... Você dança bem. – ela me elogia. – dar um passo pra e outro pra cá não é tão difícil...  – ela sorrir.  – é verdade.
– quer jantar comigo? Estou com uma amiga hoje. – Ela olha o relógio e se assusta.

– tá tarde! – eu preciso ir Mary,  amanhã acordo cedo, outro dia jantamos juntas. – se quiser eu te levo. – eu vi de carro...  – a gente se ver outro dia? – Pode ser.

– Trocamos número e ela se despediu de mim com um beijo no rosto.

Eu sabia que tinha algo entre nós, eu queria ficar com ela e queria que ela também tivesse sentido o mesmo. Logo no dia seguinte liguei pra ela e a chamei pra tomar café na minha casa, ela aceitou. Arrumei a mesa me arrumei como se fosse pra um encontro mas sem maquiagem ou um vestido. Abri a porta pra ela e ela me recebeu com um sorriso. Tomamos café e nos conhecemos, conversamos sobre nossos gostos, sobre séries, filmes e estilo de música. Gostamos das mesmas coisas. Foi o melhor café da manhã que já tive pois foi com a garota mais linda e interessante que conheci. Depois dessa dia eu chamava ela pra sair mais vezes e em cada encontro eu a conhecia mais um pouquinho e ela a mim. Ela vinha a minha casa e assistíamos filmes juntas, ela dormia comigo e não acontecia nada entre a gente era como um namoro sem beijo. Eu acordava abraçada a ela com nossas mãos entrelaçadas. Ela virou uma pessoa especial pra mim.

Estávamos fora de casa e íamos ao zoológico eu tinha dito que queria falar algo pra ela mas não disse, então quando saímos ela insistiu e eu fiquei com vergonha de dizer. Ela insistiu então eu tive que dizer; eu queria ficar com ela como minha namorada e estava muito apaixonada. Fiquei com medo dela não gostar disso e me ver só como amiga, mas ela se aproximou de mim sorrindo, ela ria da minha cara e dizia que sou boba mas então me beijou, encostou seus lábios no meu e o beijo virou um beijo lento e entregue. E então disse que sentia o mesmo. E eu me senti a pessoa mais sortuda do mundo por ter ela comigo.

Fim


























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