Castelo de Vidro

Prólogo

A menina havia nascido com albinismo, foi uma surpresa para todos da família e de sua cidade. Sua doçura e beleza era admirada, por todos que à viam. Os pais dela se orgulhavam da pequena Celeste, a garota muito tímida por conta de sua aparência e também, pelo transtorno da linguagem que desenvolveu, falava poucas palavras e ainda assim as pessoas que conseguiam ouvir sua voz, eram consideradas de sorte. Seus pais, eram os únicos que haviam ouvido mais que três palavras, vindas dela em um único dia, por conta de seu problema ela era educada pela mãe em casa.

Naquele dia em que o sol se fez presente, alegrando os rostos de todos daquela cidadezinha e a ideia de fazerem um passeio de barco, no lago de cristal se passou na cabeça da Cadency, mãe de Celeste eles nunca imaginariam que isso não iria acabar bem. Após tudo pronto, os três seguiram de mãos dadas até o lago, durante o caminho Rafael pegava sua doce princesinha erguendo-a do chão e correndo com ela em volta da mulher, de olhos verdes escuros que estampava um enorme sorriso em seu rosto.

[…]

O velho casal estava sentado na varanda de sua casa, os dois com uma xícara de chá na mão, quando recebaram a notícia de que encontraram sua neta sozinha, em um barco beirando o lago largaram as xícaras no centro a sua frente e seguiram para o seu encontro. Quando chegaram no lago, a menina havia sido tirada do barco e estava coberta por uma manta, ao lado de uma senhora um pouco mais velha que Amélia, a mulher a abraçava enquanto as balançava e falava algo a pequena Celeste.

No barco, fora encontrado apenas uma cesta de pequinique com os lanches, ainda intocados. O grupo salva-vidas do "Inverno Eterno", já se preparava para ir à busca dos pais da menina. Após a pólicia local ter tentado interrogar Celeste, sem obter sucesso a levaram para casa. Duas horas depois, o grupo de busca não havia encontrado nada e a noite já havia chegado tornando o lugar um breu e, a água caído muito a temperatura. As buscas foram canceladas, retornariam no dia seguinte para voltar à procurá-los.

A porta do quarto da menina é fechada, com muito cuidado para que ela não seja desperta do seu sono. Sua avó, a doce dona Amélia havia ficado ao seu lado, desde de que ela e seu marido foram informados do acontecido e ido de encontro com a pobre criança. O senhor Mário, havia resolvido tudo com os policiais e agora ele, junto de sua esposa estavam sentados na casa dos jovens Castielle's buscando forças um no outro, tentando compreender tudo que havia acontecido.