Quando Você Menos Espera...

Capítulo 2: Descobertas Estranhas

-O que foi aquilo, Sr. Marcos? Por que estava batendo em seu colega de classe (meu sobrenome é Apolo Marcos, mas depois explico melhor, é uma longa história)
-Mas não foi isso, a briga não começou comigo - O diretor não estava acreditando em uma palavra do que eu estava falando, conseguia ver na cara dele, além da falta de interesse.
-Não? Então o que aconteceu? - Falou com cara de quem pouco se importava.
-Na verdade o Rennan tava brigando com o Renato enquanto eu tava comendo
-Renato?
-Sim, eles estavam brigando e eu fui apartar, mas pelo visto devia ter ficado na minha. -O diretor pegou o telefone fixo da mesa, apertou algumas teclas e disse:
-Cátia, busque o Renato na sala dele.
A escola não tinha muitos alunos no turno da manhã e o único Renato que dava trabalho era ele, então acho que era por isso que ele se referia a ele de forma tão pessoal, mas quando ele chamava qualquer outra pessoa, ele agia de forma profissional, até com a própria filha Kiara, era meio estranho, Renato era a única pessoa que o diretor chamava pelo primeiro nome. Renato chegou acompanhado de Cátia que mandou ele entrar, o diretor mandou ele sentar ao meu lado, que fiquei entre Rennan, de cabeça baixa o tempo todo, e Renato, que fazia-se de desentendido.
-Renato, o... como é seu nome mesmo?
-Apolo Marcos
-Apolo Marcos, isso mesmo, disse que você estava brigando com o Rennan, isso é verdade?
-Claro que não, porque eu brigaria com o Rennan? - Falou com cara de cínico e me olhando com um ar de ódio disfarçado, percebi que Rennan olhava com cara de quem estava prestes a pular em seu pescoço denovo, sendo retribuido com um sorriso maldoso de Renato, o diretor então disse:
-Rennan, tem algo a dizer?
-Não
-Tem certeza?
-Você é surdo? - Falou irritado, porém baixo, por essa, nem eu esperava
O diretor o olhou com cara de que não gostou nem um pouco e disse:
-Dispensados, Rennan, você fica.
Saímos eu e Renato, que então chegou em mim e disse:
-Dedo duro no meu mundo morre cedo - Ele me olhava com fúria nos olhos, estava a ponto de me estrangular.
-Nossa, é uma pena que ninguém vive no seu mundo - E comecei a andar, mas fui segurado pelo braço com força por Renato, que olhou no fundo dos meus olhos e disse:
-É melhor não se meter comigo - Me largou e saiu andando, me deixando lá com cara de taxo, voltei a minha sala e bati na porta.
A professora Manoela abriu a porta, então percebi um ponto positivo no meu dia: A professora gostava de mim e iria me deixar entrar, sentei em minha carteira e lembrei da troca de roupas em baixo da carteira, Merda, esqueci de me trocar, com sorte vou conseguir ir no banheiro agora, fui chamado por Carla que estava sentada na carteira do lado:
-O QUEE FOOI AQUILOOO?
-O diretor disse o mesmo - Disse com cara de quem se deu mal
-NOSSAAAA, VOCÊ ARRAZOU MIGO, NUNCA ACHEI QUE VOCÊ FOSSE CAPAZ DE BATER EM ALGUÉM, MUITO MENOS NO RENNAN, com aqueles braços fortes e aquela barriguinha trincada...
-Hey, eu ainda tô aqui - Percebi que ela corou
-Áh, certo, foi mal kkk - Riu só pra passar o nervoso, se bem conheço ela.
-Vou no banheiro, depois te explico tudo - Chamei a professora e pedi para ir ao banheiro, ela acenou com a cabeça permitindo.
Chegando no banheiro fui até um reservado e comecei a tirar a camisa para me trocar, então em um momento de silêncio percebi um gemido, mas não era um gemido qualquer, eu já ouvi essa voz em algum lugar, saí do reservado deixando minhas roupa em cima da tampa da privada, procurando de onde vinha o barulho, fui até o último reservado e abri a porta, me assustei com o que vi:

RENNAN ESTAVA AOS BEIJOS COM UM GAROTO????

Ao me ver, ele se assustou e o menino que gemia era um aluno do primeiro ano que eu conhecia, mas não falava a certo tempo, o menino saiu correndo pra fora do banheiro e Rennan veio para cima de mim, me segurando pelo pescoço:
-Escuta aqui, você não vai falar nada pra ninguém, ouviu?
-OK, porque você acha que eu falaria? Eu cuido da minha vida e você da sua... - Ele soltou um suspiro de alívio, me olhou com cara de quem não esperava isso, me largou e ia saindo, mas parou antes de fechar a porta e pois a cabeça pra dentro:
-O que você tá fazendo no banheiro sem camisa?
-Eu cuido da minha vida, você da sua...