Heartache.

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Olhei para cima e vi uns olhos verdes que pertenciam ao rapaz cacheado, Harry. Ele segurava-me pelos ombros, com um sorriso nos lábios ele olhava para mim. O sorriso fazia com que formasse duas covinhas nas suas bochechas, extremamente deliciosas, e que o tornavam absolutamente lindo. As suas mãos eram quentes e grandes, estranhamente confortáveis...

Senti as minhas bochechas a aquecerem por olhar muito para Harry, por isso dirigi o meu olhar para os meus pés, envergonhada por ter sido apanhada a querer sair à socapa pelo rapaz que eu procurava...

Harry: Onde ias?

Eu: Á cozinha?

Harry: Tens sede?

Eu: Hm hm...

Harry: Anda...

Ele virou costas e de imediato senti falta do toque das suas mãos nos meus ombros. Franzi a testa com o que tinha acabado de acontecer, eu queria ir embora porque não me sentia preparada para estar com mais gente, mas com Harry eu tinha acalmado, mudado totalmente a minha opinião.

O que é que estava a acontecer comigo? O que é que se passava? Eu não sou assim, as pessoas não têm este efeito em mim, assim do nada, principalmente quando mal o conheço, isto não podia estar a acontecer, não agora, tenho de ter calma, eu ainda o posso magoar e não quero...

Segui-o até à cozinha, Harry pegou num copo e encheu de água e deu-mo. Agarrei no copo e bebi o conteúdo, enquanto Harry continuava a olhar para mim, analisando-me de cima abaixo encostado ao balcão. Arrepiei-me com o olhar dele, mas deixe-me estar ao pé da mesa sem dar nas vistas, prendendo o copo nos meus dedos, eu gostava do olhar dele, era curioso. Apesar da cor deles, ele olhava-me sempre curioso e com interesse, não com medo ou algo assim, não parecia que ele me julgasse ou algo assim, ele era diferente, mas não sei como...

Quando acabei de beber pus o copo em cima da mesa, e fiquei a olhar para os meus pés, até Harry vir na minha direção e pegar no copo pondo.o no lavatório, voltando a sua atenção de volta para mim...

Harry: Fico feliz que tenhas vindo.

Eu: Porquê?

Harry: Porque significa que decidiste juntar-te ao nosso grupinho.

Eu: Não. Eu é que não tinha nada para fazer.

Harry: Como queiras. Assim posso conhecer-te melhor.

Eu: Para quê?

Harry: Porque tu és diferente.

Eu: O quê?

Harry: Eu estou curioso, quero descubrir mais sobre ti, eu sei que não gostas, mas eu quero ser teu amigo, quero que confies em mim, eu sei que vai ser difícil mas eu adoro desafios...

Eu: Vais falhar.

Harry: Logo vemos... Voltamos para a sala? Acho que o Liam precisa da nossa ajuda.

Eu: Que se passa com ele?

Harry: Ele e a namorada acabaram por causa das tours e da universidade dela, não aguentaram a pressão.

Eu: E achas que eu aguentaria?

Harry: Tu és diferente.

Eu: Pena que eu não sou para ti. Não interessa se aguentaria ou não, certo?

Deixei o Harry na cozinha um bocado desamparado, e fui para a sala. Liam estava ainda com a cabeça nas palmas das mãos, e os outros tentavam mais ou menos animá-lo, sentei-me no sofá na ponta, observando a cena. Harry entrou na sala e sentou-se no chão à minha frente.

Aproximei-me de Liam e pus a minha mão no seu ombro, talvez seja uma boa maneira de começar a socializar, visto que dar apoio é algo bom, Liam virou a cabeça para mim e arregalou os olhos...

Eu: Posso ser um bocado anti-social mas ainda sei como confortar os outros, como é que achas que a Nancy ultrapassou o drama do ex-namorado?

Nancy: Já disse para não mencionares isso...

Niall: Drama do ex-namorado?

Nancy: Depois digo.

Louis: Fico feliz por teres vindo Rita.

Eu: És o segundo a dizer-me isso hoje.

Zayn: Talvez porque teem razão... Ainda que decidiste começar por algum lado.

Eu: Acho que ajusdate-me um pouco nisso...

Zayn: Ainda bem...

Eu: Anyway... O que aconteceu?

Liam: Eu e a Sophia acabamos.

Louis: Até aí já tínhamos chegado.

Liam: O que é que queres que eu te diga mais?!

Harry: E se te acalmasses?

Liam: Como? A minha namorada foi-se!

Eu: Ela pode ter ido mas a vida continua.

Liam: Fala a rapariga que por uma coisinha de nada se passa e foge, mudando radicalmente!

Nancy: Liam!

Caiu-me tudo aos pés... Senti algo estranho na minha barriga e uma dor no peito, lágrimas nos olhos, abaixei a cabeça tirando a mão do ombro de Liam. Respirei fundo e levantei-me do sofá, peguei na minha bolsa e fui para a porta, assim que a abri senti uma mão a segurar-me o pulso, olhei para trás e vi o Harry com um olhar magoado...

Harry: Por favor não vás, ele não quis dizer aquilo.

Eu: Mas ele disse, adeus Harry.

Libertei-me dele e saí de casa.

***

Encostei-me contra a barra que havia perto do rio, que nos impedia de passar, era umas 22h numa noite escura e fria em Londres, hoje faltaria ao trabalho, uma vez não faz mal, era a primeira, suponho. Bebi um gole do milkshake do StarBucks, e respirei fundo pela milésima vez hoje, desde que saí da casa do Liam que ainda não parei de pensar nas palavras dele, no facto que ele não sabe de nada e mesmo assim falou. Eu bem disse que as palavras magoavam, eu sabia que era uma péssima ideia ter ido, e "socializar", eu sabia que ia correr mal, mas porque é que eu não fiquei em casa? Devia ter feito o que fazia sempre, e ter recusado. Mas não, tive de me aventurar, não era?

Suspirei... Liam estava chateado, mas era excusado ele ter gritado comigo, eu estava a tentar ajudá-lo... Não era justo, será que os outros ficavam assim sempre que me tentavam ajudar? Se sim magoei-os muito... Fiz tanta idiotice na minha vida toda, magoei tanta gente, mas eu não conseguia evitá-lo, era tudo tão negro e tão confuso, eu não sabia o que fazer, nem agora sei. Eu ando perdida, desde o dia em que vim para aqui, desde o dia em que ele se foi embora começou tudo a desmorenar-se à minha volta, todos os que eu pensava serem meus amigos viraram-me as costas, maltrataram-me e abusaram de mim, eu tinha errado e sabia, o meu coração doía e a cada batimento era uma facada nele... Eu tinha de parar com esta dor de alguma forma... E a única maneira era aquela que eu detestava mas fazia a dor ir embora por uns tempos...

Atirei a embalagem do StarBucks para o lixo e apanhei o taxi, este levou-me até uma casa de dois andares azul escura, a minha casa. Paguei ao motorista e saí do carro, dirigi-me até à porta, tirei as chaves e abri a porta, o calor do interior atingiu-me, pus as chaves em cima do balcão e não ouvia nada vindo de casa, provavelmente Nancy estaria agora a aproveitar momentos com o namorado, isso era otimo, assim estaria mais à vontade para fazer o que queria e esconder bem, mas assim que entrei na sala para por o meu telemóvel, estavam lá cinco pessoas que eu não esperava ver...

The past is back... || Harry Styles (Parada)Onde histórias criam vida. Descubra agora