The past is back... || Harry Styles (Parada)

Green eyes...

Nove pessoas a mais na minha sala... E assim que eu entrei no campo de visão de um deles, ele calou-se, ficando apenas a olhar para mim. Ele era alto, apesar de estar sentado, o cabelo era castanho, tinha músculos grandes, olhos azuis acinzentados, tinha uma camisola de lã e umas calças pretas, a sua expressão mostrava preocupação, se calhar ele não me queria acordar, os seus olhos examinaram a minha cara e corpo, provavelmente a julgar-me mas eu não quis saber, mas a nossa conexão foi desviada pela voz de Nancy...

Nancy: Louis, estás muito calado, para onde estás a olhar... Rita.

Eu: Oi.

Nancy: Acordamos-te?

Eu: Sim.

Nancy: Desculpa...

Eu: Não faz mal, quem são estes?

Nancy: Bem... Louis, Eleanor, Zayn, Perrie, Liam, Sophia, Niall, Harry, e o meu primo, Josh...

Ela apontou para cada um deles, e todos olhavam para mim a analisar-me. Deus que irritação. Eles devem estar à espera de algum show ou assim, mas vou tentar não assustar as pessoas, o olhar de Nancy suplicava para tal, e eu assenti indo para a cozinha fazer o pequeno-almoço. Peguei numa taça, leite, cereais e juntei. Peguei na taça e fui para a sala, o sítio onde eu comia, quer estivesse lá gente ou não.

Sentei-me no sofá entre o loiro, Niall acho, e o de caracóis, Henry ou Harry, algo assim, e esse ficou a olhar para mim, o que já me estava a incomodar. A televisão estava desligada, e assim que Nancy viu, estendeu-me o comando, para eu me distrair. E para variar a sala estava em silêncio, todos constrangidos com a minha presença, como sempre. Muitos calavam-se sempre que eu me juntava, era algo que eu gostava mas quando mantinham os olhos em mim era insuportável...

Liguei a TV e estava a dar o SpongeBob... Não obrigado. Passei os canais na esperança de algo bom, mas nos fins de semana era raro, sempre programas para criança, mas parei na MTV, estava a dar Eminem, tal como ontem, durante uma semana repetia as músicas e se não estou enganada a seguir era os One Direction...

Eu: Nancy, a seguir é os One Direction.

Nancy: Como é que sabes?

Eu: Vai uma aposta?

Nancy: Bora lá...

Eu: Lavas os pratos durante uma semana,

Nancy: Fazes as camas numa semana.

Eu: Apostado.

Ficámos a ver o "Monster" até acabar, veio preto, mas depois veio o som de gaivotas e um sinal a dizer que estava aberto... You & I. Aposta ganha. Já não me preocupo com a loiça.

Nancy: Como é que sabias?

Eu: Tem dado esta semana, só muda amanhã.

Nancy: Pois é...

Senti algo frio na minha coxa, olhei para baixo e vi uns dedos a mexerem nos calções do pijama, era Harry a tentar ver a minha tatuagem, e não sei porquê, mas deixei estar, e quando ele acariciou a minha pele, arrepiei-me... Ignorei isso. Ele não passava de outro rapaz.

Acabei de comer e levantei-me bruscamente, deixei a sala e fui ao quarto vestir-me, umas calças de ganga e uma camisola de manga comprida rosa, que dizia "Princesa rebelde", penteei os meus cabelos mas o rosa já está a sair, tenho de o ir pintar, e deixei-os soltos e selvagens, pus um pouco de maquilhagem e já estava pronta... Conseguia ouvir as vozes vindas da sala, já voltaram a estar confortáveis, a minha presença era sempre assim, nunca ninguém fala e quando me ia embora já estavam todos felizes e contentes.

Abanei a cabeça e calcei os meus vans pretos, pegando no meu telemóvel, carteira e chaves, pondo tudo nos bolsos, fechei o meu quarto à chave, por muito que eu goste da Nancy, não gosto que entrem no meu quarto. Ele era o meu mundo secreto e ninguém iria lá entrar a não ser eu.

Desci as escadas vendo as horas no telemóvel, e sem querer, bati contra alguém que me agarrou nos ombros. Olhei para cima e vi uns olhos verdes... Os olhos dele, do Bruno... Eram iguaizinhos, sem tirar nem pôr. Senti lágrimas nos olhos, mas repeli-as logo em seguida, tentando não me mostrar fraca, algo que eu detesto, tal como chorar em frente aos outros, e nisso sou igual à Miley Cyrus, perfiro estar nua em frente a todos do que chorar e mostrar parte fraca.

XX: Estás bem?

Desviei o meu olhar para tentar reconhecer a face, os seus cabelos encaracolados permitiram a minha mente recordar o seu nome. Harry. Ele olhava para mim, à espera de uma resposta, e estando tão perto dele vi o quanto lindo ele é, o meu coração começou a bater com mais força, e a minha respiração alterou-se... O que é que se estava a passar comigo?

Eu: Estou... Desculpa, não te tinha visto.

Harry: Não faz mal, eu também devia ter tido mais cuidado. Eu sou Harry...

Eu: Rita. E eu tenho de ir, xau.

Saí de casa sem dar explicações a ninguém, e deixando Harry perdido, com uma sensação estranha na barriga e no meu coração,  Isto nunca tinha acontecido antes, não assim do nada... Aqueles olhos verdes eram iguais aos de Bruno, mas estes pertenciam a Harry, a um rapaz totalmente diferente. Harry era um rapaz mimado, a fama subiu-lhe à cabeça e agora pensa que é dono do mundo, ele e os quatro amiguinhos dele.

Bruno não era assim, ele tinha os seus defeitos, mas não era mau rapaz. Ele até era bom de mais... Deus que saudades que eu tenho dele, dos seus beijos, dos seus abraços, dos seus toques, tudo! Mas nada vai trazê-lo de volta, nada ia fazer a culpa ir embora. Bruno está morto e a culpa é toda minha.

Sentei-me num banco do jardim, cruzei as pernas em cima do banco, pus os fones nos ouvidos e a musica dos Simple Plan - How Could This Happen To Me começou a passar, fazendo-me lembrar de todos os momentos com Bruno, os bons e os maus, as memórias permanecem, por muito que as tente esquecer nada desaparece, e hoje parece que tudo me faz lembrar dele, a foto, a música, os olhos de Harry... Os olhos eram tudo para mim, era neles que eram revelados os verdadeiros sentimentos das pessoas, e depois da morte de Bruno passei a dar-lhes muito mais importância, decifrando cada sentimento, cada detalhe, e era incrível como as pessoas são extremamente iguais quanto a sentimentos, por muito boas mentirosas que sejam, e por muitos sorrisos falsos que dêem, os seus olhos mostram sempre a verdade.

Suspirei abaixando a cabeça, lembrando-me da dança que eu amava, e era dançada com ele, Bruno era o meu melhor amigo, tornou-se mais que isso, mas não durou muito...

Senti que ia quase a chorar até alguém por a mão no meu ombro e acariciá-lo...