O rapaz moreno e pele um pouco escura, se não me engano era o Zayn... Ele estava a agarrar o meu pulso, e com um sorriso receoso na cara, como quem queria dizer algo, mas não sabia por onde começar...
Eu: Precisas de alguma coisa?
Zayn: Eu... Queria falar contigo...
Eu: Fala.
Zayn: Não pode ser...
Eu: No meu quarto? Não.
Zayn: Oh...
Eu: Anda, existem mais quartos aqui...
Zayn: Fixe.
Ele seguiu-me até um dos quartos, o de jogos. Este continha um sofá em L e dois puffs enormes, um plasma, e consolas de jogos, com parteleiras cheias deles, basicamente um quarto de sonho de rapaz.
Sentei-me na curva do sofá e Zayn num dos puffs, a brincar com os dedos das mãos. Fiquei à espera que ele começasse a falar, mas acho que eles estava com dificuldade em encontrar as palavras...
Eu: Sobre o que queres falar?
Zayn: Eu... Eu sei como te sentes.
Eu: Ahn?
Zayn: Sim, quer dizer, eu sei que quem tu mostras ser não é o que tu és.
Eu: Porque é que dizes isso?
Zayn: Porque vê-se nos teus olhos, e além do mais aquelas palavras eram verdadeiras. Não eram ditas da boca para fora mas sim com a alma.
Eu: Hm... Fixe, era só isso?
Zayn: Não te finjas de desinteressada quando sei que se passa o contrário.
Eu: Tu não sabes de nada! Não fazes ideia do que eu passei para estar aqui!
Zayn: Posso não saber, mas minha vida e a dos rapazes também não tem sido fácil! Achas que ser chamado de terrorista é algo que eu goste?! Não! Tu tens razão a quanto as pessoas terem os seus problemas e tu tens os teus e eu os meus, por isso escusas de levantar a voz, porque não te vai levar a lado nenhum. Os teus problemas podem ser horríveis, mas tu não nos conheces para julgar-nos por algo que não somos.
Eu: Vieste ter comigo para dizer isso? Perdes o teu tempo.
Zayn: Sabes... Eu devia ter ficado quieto. Eu queria vir ajudar-te, queria ser teu amigo, mostrar-te que nem tudo é negro, mas tu não queres. Há pessoas que não são más e querem ajudar, como eu e os rapazes, a Nancy, e o Mark. Mas tu não queres. Tu vives na tua escuridão e foges da luz. Nós todos podíamos ajudar-te a ultrapassar o passado, por mais negro e horrível que ele tenha sido, e sabes porquê?
Eu: Por... Porquê?
Zayn: Porque nós estamos cá uns para os outros. Chamam-me de terrorista e eu vou-me abaixo, mas eles ajudam-me. Chamam ao Harry de gay e bissexual e ele chora porque o atacam sempre, mas nós não o deixamos ir abaixo assim, ele tem-nos para o apoiarmos. O Niall era literalmente excluído por ter os dentes tortos, e nós abraçavamo-lo e asseguravamos que estava tudo bem. O Louis está a sentir-se excluído por ser o mais velho, mas nós mostramos-lhe que não é nada disso. O Liam só teve um rim a trabalhar durante 19 anos, foi rejeitado 22 vezes pela mesma rapariga, teve de cortar o cabelo porque queixavam-se que ele imitava os outros... Hoje em dia ainda passamos por muito, mas não é por isso que nós mudamos, não descarregamos nas outras pessoas nem nos fechamos. E eu sei que és inteligente o suficiente para perceber que ao fechares-te só fazes pior.
Ele levantou-se e deixou o quarto, e eu lentamente fiz o mesmo indo para o meu quarto, fechando o mesmo em seguida, suspirando. Arrastei-me até à cama e atirei-me para cima dela, enterrando a cara na almofada.
Zayn tinha razão... Eu fecho-me e isso está a tornar a minha situação pior do que ela já é. Eu sei que eles me querem ajudar, mas só de me lembrar de tudo o que me aconteceu eu tenho medo, de voltar a magoar pessoas inocentes, voltarem a julgarem-me e a atirarem as culpas para cima de mim, como se eu não tivesse sentimentos e não estivesse magoada o suficiente. As pessoas não têm a noção do valor das palavras, não sabem o quanto elas magoam, e eu tenho medo de fazer amizades que acabem em desgraça por causa de palavras.
Com o meu humor e carisma de caca, eu não valo a pena, mas mesmo assim eles preocupam-se por mim, tentam ajudar-me, e o Harry até estava interessado em mim, mas eu não consigo, não consigo voltar a amar como amei o Bruno, voltar a confiar, voltar a ser eu... Era demais depois de tudo, tenho medo de magoar Harry, de fazer com que eles fiquem contra mim...
Mas não era justo para eles, terem de estar com alguém que não vale nada, e os trata mal, mas eu não sei o que fazer, não sei por onde começar, depois de tudo o que já passei, não sei como voltar a ser o que era, agora que passou dois anos e eu sempre fui fria, não vou conseguir mudar radicalmente, um dia ser rude e má e depois no outro ser simpática e amável... Não vou conseguir...
"Tenta, não custa nada", o meu subconsciente decidiu falar... E pela primeira vez decidi ouvi-lo. Posso não voltar a ser o que era mas talvez devagar consiga... Mas sei que não vou esquecer o passado, isso é impossível, e vai haver sempre aquele receio, devido ao passado...
Respirei fundo tentando acalmar-me, mais uma batalha pela frente... Esta eu ei de superar, nem que tenha de lutar com todas as minhas forças, tenho de pôr o passado por de trás das costas e viver o presente...
Vesti o meu top curto azul marinho, os meus shorts de ganga, soltei o cabelo e passei rímel, lápis e batom, preparando-me para mais uma noite naquela discoteca infernal... Quando já estava pronta, desci indo à sala.
Eu: Vou trabalhar, até amanhã.
Mark: Eu vou contigo.
Outros: Até amanhã...
Saímos de casa e vi Mark a olhar para mim...
Mark: Rita, estás bem?
Eu: Yhp... Apenas...
Mark: O quê?
Eu: Nada... Logo vês...
Sorri e fui para trás do balcão deixando Mark à nora... Ri mais um pouco e vi-me mais uma vez atrás do balcão a começar mais uma noite de trabalho naquela maldita discoteca...
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The past is back... || Harry Styles (Parada)
Fiksi Penggemar"Naquilo que eu era... Naquilo que me tornei... Os erros que fiz e nada posso fazer para voltar atrás. Num dia estavas aqui, noutro não. Deixaste-me quando menos esperava... Todos me culparam..." "Aquilo que sofri... Aquilo que sofro... Só eu sei a...