Xeque-mate

Capítulo 08

" A natureza é um enorme jogo de xadrez disputado por deuses, e que temos o privilégio de observar. As regras do jogo são o que chamamos de física fundamental, e compreender essas regras é a nossa meta"

Richard Feynman

-Como assim ela foi sequestrada?- Pergunto para o Brian, ainda estou desorientada com a informação. O que aconteceu? Porquê pegaram ela? Ou melhor, quem foi?

- Você sabe, quando privam uma pessoa da sua liberdade durante um tempo em troca de algum benefício. Posso pegar o dicionário para te dar a definição completa.- O Nathan fala. E eu olho para ele com muita indignação.

"É sério que o Jhonny Bravo quer dar uma de espertinho justo agora?"

Acho que o Brian observou a minha cara de total indignação, pois ele falou, tirando a minha atenção do Nathan.

-Não sabemos bem o que aconteceu. Os pais delas só comentaram que ela estava voltando para casa depois da aula e então um cara armado apareceu, pegou-a e colocou no carro. Tem uma testemunha do ocorrido. A amiga dela Felicia Day, ela está na delegacia prestando queixa. Vamos até lá conversar com ela, para obter informações de primeira mão.

-Acho que quem desapareceu com ela da primeira vez quer terminar o serviço.-Connor sussurou.

-Não sabemos disso.-O Brian falou olhando para o Connor.

"Como assim produção? A menina desapareceu uma vez, e agora de novo. É claro que está tudo ligado, diretor"

-Como assim não? Ela foi sequestrada 2 vezes! Como isso não pode estar ligado?-Falo, expondo minha total indignação.

-O Caso da Iris teve repercussão. Muitas pessoas agora sabe que a família dela tem boas condições. Talvez seja só alguém querendo dinheiro.- Brian fala com seu tom mas suave do que nunca. Ele fala como se estivesse conversando com uma criança. Onde tem que explicar tudo aos cuidados. E tem que fazer isso mesmo! Porque não estou entendendo nada!

-Que pessoa em sã consciência sequestraria uma menina que sofreu apenas por dinheiro?-pergunto ainda com o tom de indignação na minha voz. Isso é loucura. Como é que alguém faria isso com o caso dela na mídia? Sabendo que ele provavelmente seria caçado?

Brian olha para mim, e emite um sorriso. Não aqueles sorrisos confortantes, ou aqueles que ele dá que falta me dar um ataque cardíaco. Mas um sorriso debochado, como se fosse falar a coisa mais clara do universo.

-Existem doidos de tudo de quanto é jeito. Bem-vinda ao mundo.

★★★★★★‡★★★★★★

Chegando na delegacia podia ver um tumulto na frente. Tinha uns repórteres locais, querendo fazer a matéria sobre o desaparecimento dela. O caso dela não estava sendo TÃO divulgado assim. Acho que agora como aconteceu outro incidente, foi razão para esses abutres procurar a história dela.

"Porque sempre a imprensa só procura casos trágicos?"

Conseguimos passar pelo emaranhado de repórteres na porta e entramos dentro da delegacia.

-Como foi que vocês conseguiam sobreviver aos abutres lá fora? - Escuto uma voz grossa indo de encontro a nós. É de um senhor de idade, ele caminha ao nosso encontro e posso dar uns 50 anos para ele. Ele tem cabelo grisalho e uma barriguinha saliente. É a caricatura daqueles tiozões de churrasco.

-Boa Tarde, delegado Amorim. Crianças, esse é o delegado Amorim.- Brian fala apertando de leve a mão do senhorzinho a nossa frente.

-Vocês estão aqui pela menina. Podem ir, mas só tomem cuidado viu. Ela está nervosa, não a culpo. Mas um dos nossos policiais tentaram interrogar ela e ela caiu aos prantos.