– I gente, o que foi?...
Elas não me respondem e continuam e me fitar assustadas, por fim vejo Lorena abrir a boca pra dizer algo mas Cadixa é mais rápida e começa a gaguejar alguma coisa.
– Calma amiga, respira e fala de vaga– puxo ela para se sentar em minha cama .
– Ouvimos a diretora conversando ao telefone com alguém.– ela respira e faz menção pra prosseguir enquanto assimilou as palavras ditas por ela devagar.– E...e...eu não sei se posso fazer isso.– ela diz olhando para Lorena e chorando.
Abraço a mesmo dizendo que vai ficar tudo bem mesmo sem saber o que está acontecendo que so eu pareço não saber. Primeiro todos estão quietos, depois as meninas aqui no meu quarto. Confesso que estou um tanto curiosa.
– Lorena, você sabe o que Cadixa queria dizer?– vejo as mãos dela tremer e estranho.
–S-sim Cris.– olho pra ela passando confiança.– a diretora vai...– ela é interrompida por uma das garotas que divido o quarto.
– Ah desculpe gente, é que a diretora está chamando a Cris.– diz a garota nos fitando de cima a baixo também estranhando aquela situação.
Poxa! Não aguento mais tanto mistério.
– Meninas eu vou lá , me esperem aqui.–elas assentem e eu saio.
Como mais cedo não vejo ninguém,devem está em seus quartos. Sigo pelo corredor que tem na parede uma foto de todo mundo em um grande quadro e chego a sala principal. Dou dois toques na porta e ouço um "entre" calmo, calmo até demais.
– Olá senhora diretora, mandou me chamar.– sento-me a sua frente.
– Sim– ela ajeita os óculos– E é de extrema urgência que infelizmente informo dizer que seu tempo aqui está prestes a acabar.
Dito essas palavras ligo os pontos e percebo o porquê de toda a situação, me vejo triste e com cabeça baixa.
– Oh minha querida, não era o que você queria, ficar livre e ter uma família?. Daqui alguns meses você pode realizar esse seu sonho ridículo. Em fim o recado tá dado, você poderá sair das 13:00 as 18:00 pra procurar algum lugar para ficar, isso se você tiver a sorte de ser adotada antes ,que é muito provável que não. Afinal quem iria adotar uma pirralha sem graça como você! – olho pra ela com lágrimas nos olhos e vejo sua boca com um meio sorriso. Ela sempre foi assim e isso nunca vai mudar, sem contar que eu nunca falei que queria me livrar daqui. Ao contrário, sempre amei este lugar do fundo do meu coração.
– Entendi senhora, posso sair?– pergunto com minha voz suave e calma.
– Saia sua imunda!– ela grita e saio apavorada.
Reflito em todas suas palavras e sem pensar duas vezes saio correndo em direção ao lago. Chego a sua beira e Caio na grama desesperada e meu choro e o som dos pássaros são as únicas coisas que consigo ouvir .
Pela primeira vez me sinto acabada, derrotada , transtornada é muito frágil. O que vou fazer da minha vida agora, eu nunca sai daqui não sei como é o mundo lá fora, meu Deus me envia uma luz!
Continuo a chorar desesperada quando me assusto com uma mão em meu ombro. Me viro bruscamente deixando a passos cair a minha frente na grama, cesso o choro e fito aquele homem caído na grama.
– Tá louca menina.– ele grita como se eu tivesse feito a coisa mais orrenda do mundo.
– D-desculpe.– seco as lágrimas com o dorso da mão e me levanto rápido sem tirar meus olhos dele que por algum motivo não queria olhar para outra direção.
– Vai ficar só me olhando, me ajuda!– diz nervoso me fazendo sair do transe.
Pego em uma de suas mãos fazendo força pra trás tentando ajudar a levantar só que pelo seu peso sou jogada em cima dele deixando nossos rostos próximos, coro na hora e me levanto e saio correndo pro quarto. Fecho a porta atrás de mim e me sento no chão.
– Meu Deus, o que foi isso?!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cristal
RomanceUma garotinha sonhadora e doce que em sua infância foi largada em um orfanato ainda bebê e sem conhecer seus pais. Ela vive todos os dias de sua vida com a esperança de ser adotada por uma família que realmente a amasse algum dia ou que seus pais vo...