Capítulo 2

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– I gente, o que foi?...

Elas não me respondem e continuam e me fitar assustadas, por fim vejo Lorena abrir a boca pra dizer algo mas Cadixa é mais rápida e começa a gaguejar alguma coisa.

– Calma amiga, respira e fala de vaga– puxo ela para se sentar em minha cama .

– Ouvimos a diretora conversando ao telefone com alguém.– ela respira e faz menção pra prosseguir enquanto assimilou as palavras ditas por ela devagar.– E...e...eu não sei se posso fazer isso.– ela diz olhando para Lorena e chorando.

Abraço a mesmo dizendo que vai ficar tudo bem mesmo sem saber o que está acontecendo que so eu pareço não saber. Primeiro todos estão quietos, depois as meninas aqui no meu quarto. Confesso que estou um tanto curiosa.

– Lorena, você sabe o que Cadixa queria dizer?– vejo as mãos dela tremer e estranho.

–S-sim Cris.– olho pra ela passando confiança.– a diretora vai...– ela é interrompida por uma das garotas que divido o quarto.

– Ah desculpe gente, é que a diretora está chamando a Cris.– diz a garota nos fitando de cima a baixo também estranhando aquela situação.

Poxa! Não aguento mais tanto mistério.

– Meninas eu vou lá , me esperem aqui.–elas assentem e eu saio.

Como mais cedo não vejo ninguém,devem está em seus quartos. Sigo pelo corredor que tem na parede uma foto de todo mundo em um grande quadro e chego a sala principal. Dou dois toques na porta e ouço um "entre" calmo, calmo até demais.

– Olá senhora diretora, mandou me chamar.– sento-me a sua frente.

– Sim– ela ajeita os óculos– E é de extrema urgência que infelizmente informo dizer que seu tempo aqui está prestes a acabar.

Dito essas palavras ligo os pontos e percebo o porquê de toda a situação, me vejo triste e com cabeça baixa.

– Oh minha querida, não era o que você queria, ficar livre e ter uma família?. Daqui alguns meses você pode realizar esse seu sonho ridículo. Em fim o recado tá dado, você poderá sair das 13:00 as 18:00 pra procurar algum lugar para ficar, isso se você tiver a sorte de ser adotada antes ,que é muito provável que não. Afinal quem iria adotar uma pirralha sem graça como você! – olho pra ela com lágrimas nos olhos e vejo sua boca com um meio sorriso. Ela sempre foi assim e isso nunca vai mudar, sem contar que eu nunca falei que queria me livrar daqui. Ao contrário, sempre amei este lugar do fundo do meu coração.

– Entendi senhora, posso sair?– pergunto com minha voz suave e calma.

– Saia sua imunda!– ela grita e saio apavorada.

Reflito em todas suas palavras e sem pensar duas vezes saio correndo em direção ao lago. Chego a sua beira e Caio na grama desesperada e meu choro e o som dos pássaros são as únicas coisas que consigo ouvir .

Pela primeira vez me sinto acabada, derrotada , transtornada é muito frágil. O que vou fazer da minha vida agora, eu nunca sai daqui não sei como é o mundo lá fora, meu Deus me envia uma luz!

Continuo a chorar desesperada quando me assusto com uma mão em meu ombro. Me viro bruscamente deixando a passos cair a minha frente na grama, cesso o choro e fito aquele homem caído na grama.

– Tá louca menina.– ele grita como se eu tivesse feito a coisa mais orrenda do mundo.

– D-desculpe.– seco as lágrimas com o dorso da mão e me levanto rápido sem tirar meus olhos dele que por algum motivo não queria olhar para outra direção.

– Vai ficar só me olhando, me ajuda!– diz nervoso me fazendo sair do transe.

Pego em uma de suas mãos fazendo força pra trás tentando ajudar a levantar só que pelo seu peso sou jogada em cima dele deixando nossos rostos próximos, coro na hora e me levanto e saio correndo pro quarto. Fecho a porta atrás de mim e me sento no chão.

– Meu Deus, o que foi isso?!



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