EPÍLOGO

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- Espere que eu acredite nessa bobagem? - Dizia o homem maltrapilho, tropeçando nas palavras por conta do álcool em exceção. - Lendas são apenas histórias bobas criadas para dar medo nas crianças.

- Lendas são reais. Não são criadas do nada, Francisco. - Resmungou um homem, ao lado desse tal Francisco. - Ela triunfou, meu caro.

- Mesmo assim, espere que eu acredite no que um bêbado falou? - Perguntou-se o tal de Francisco.

- Você é o único bêbado aqui. - Advertiu o homem atrás do balcão, limpando o mesmo. - E a propósito, um amigo de um conhecido meu disse que a viu.

- Deixe de dizer bobagens. O Homem das Trevas é só uma história boba, e nada que seja verdade. - Resmungou Francisco com segurança.

- Mulher das Trevas. - Corrigi.

- Acredita em lendas? - Perguntou o balconista.

- Por que não? - Rebati.

Já se passava das uma da manhã e o BarLuiis permanecia aberto. Não estava tão cheio como de costume. Mas lá estava eu, sendo cativado por uma conversa de bêbados loucos, a falar sobre uma lenda antiga.

- Já se perguntaram por que ela só anda a noite? Talvez seja uma bruxa horosa. - Francisco falou inconformado. E os três começaram a rir.

Bati o copo de cerveja no balcão, e senti os olhares pesarem sobre mim. Como podem ter uma mente de sapos?

- Algo o incômoda? - Perguntou o balconista com sua voz desafiadora.

- Seria insuto eu dizer que essa cerveja está desagradável? - Falei ainda com a cabeça baixa.

- Um dos piores. - Respondeu irritado.

É, eu não faço ideia do que eu tinha falado demais para aqueles três bêbados me atacarem. Na verdade, sou bom em causar confusões. Odeio bêbados, embora, o motivo de eu me odiar tanto.

Após o ataque dos sentinelas, todos nós X-Men conseguimos achar um abrigo seguro. Mas nos faltava uma única coisa, não iríamos nos esconder para sempre. Então, nos espalhamos para juntarmos o máximo de mutantes possível. Isso conseguimos facilmente, só nos faltava uma mente. Uma mente que não fosse mutante, mas que pensasse como tal. Talvez fosse até nossa última missão, mas contando que apagasse a existência dos sentinelas e tudo sobre sua origem, teríamos sucesso. E a única capaz de nos ajudar é nada mais que a Mulher das Trevas.

A procurei tanto, tudo sem sucesso. Ouvi várias histórias, principalmente de sua morte. Mas tenho certeza que ela ainda está viva, e só tem um jeito de trazê-la até mim. Derramando sangue.

~🚶...🏃~

A uns dois meses tenho escutado o mesmo boato: "um homem com unhas enormes, tem amedrontado os cidadãos por onde passava." - Sempre ignorei, talvez fosse um canibal que não tivesse um cortador de unha. Ignorei até saber que ele caçava o Homem das Trevas. Talvez fosse uma cilada, mas não me contive.

- Oras, oras. Encontrei o canibal. - Falei rindo de minha própria piada.

- Não era para estar morta? - Perguntou ainda de costas.

- E quem me mataria?

- Eu! Por me chamar de canibal. - Falou se virando.

Reviravolta do tempo. Nunca imaginei que encontraria um X-Men novamente. E logo o que não tem senso de humor, Wolverine. Eu definitivamente não deveria ter roubado a moto dele.

Sim, era para eu estar morta. Desde a primeira vez que morri. Mas sabe como é, reviravolta do tempo. Quando estava prestes a morrer nas mãos dos sentinelas, disse que ninguém era capaz de enfrentar a morte. Foi uma pequena mentirinha, eu era capaz. Já a enfrentei tantas vezes que aprendi lidar com ela. E mesmo que eu morra, sempre voltarei a vida. Só para manter o equilíbrio.

Prometi a mim mesma, derrotar as Trevas e fazer com que a Luz predomine. Os X-Men tinha razão por irem atrás de mim. Por mais que os sentinelas sejam fortes e aparentam ser indestrutíveis, eles tem um ponto fraco. E nada melhor que uma exterminadora para derrota-los.

Com a morte aprendi que eu jamais viveria apenas uma vez, então resolvi deixar meu jeito durão para lá. Agora lidou com a morte rindo. Me tornei uma lenda, incrível saber disso. O bom é que: jamais serei esquecida, mas também nunca serei acreditada.

Toda a dor que sofri, toda a dor que causei. Voltará para mim, mas não seja nada que eu não possa enfrentar. Todos temem a morte, eu não temo mais. Seja como for, enfrentarei pelo fato de ser Androide. Sou a Mulher das Trevas, cuja leva um julgamento sem fim.

 Sou a Mulher das Trevas, cuja leva um julgamento sem fim

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