Victoria, é uma adolescente de 16 anos apaixonada por música e por causa dessa paixão, desde criança ela faz aulas de violino. Ao se inscrever em um concurso de talentos da escola, ela não imaginava a mudança que aquele dia traria para sua vida. Mud...
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–Eu acho que temos um assunto muito importante pra conversar! –Um homem com voz grave fala.
–Quem está aí mãe?
–Por favor, vá embora, podemos conversar depois em outro lugar! –Minha mãe fala com a voz tremula.
–Eu acho que não devemos mais adiar este assunto... –Ele faz uma pausa e depois prossegue. –Ela precisa saber.
–Do que vocês estão falando? Quem é esse homem mãe? –Pergunto e vejo que minha mãe está pálida. –Nanda, você poderia sair?
–Claro Vic. –Ela fala e se retira.
–Podem me explicar o que está acontecendo? O que eu preciso saber? –Pergunto impaciente.
–Filha. –Minha mãe começa a falar. –esse homem é o Augusto, bom ele é, seu pai! –Ela fala essas ultimas palavras como um sussurro.
–O que? –Eu grito.
–Fica calma, me deixa explicar. –Ela me fala. –Anos atrás, quando eu descobri que estava gravida, o Augusto estava prestes a viajar pra faculdade. Quando eu contei, eu pensava que ele largaria tudo pra ficar comigo e com você, mas ele não fez isso. Eu fiquei com muita raiva por ele não ter feito o que eu imaginava então gritei que ele não precisava se importar comigo e nem me procurar, que você não precisava dele, pois tinha a mim. Quando você nasceu, eu não quis te contar a verdade por medo de você sofrer ou criar falsas expectativas então simplesmente disse que ele tinha morrido. Fiz isso pro seu bem!
–Filha! –Aquele homem que agora eu sabia que se chamava Augusto e que ele era meu pai falou. –Eu tentei entrar em contato com sua mãe mas não tinha encontrado nenhum dado até agora.
–Victoria, me desculpa filha, eu fiz isso pensando no seu bem! –Minha mãe fala.
–Pro meu bem? –Pergunto sarcástica. –Você realmente acha que eu ter passado a minha vida inteira acreditando em uma mentira foi bom? Só se for pra você! –Falo e vou em direção a porta.
–Pra onde está indo? –Augusto me pergunta.
–Pra bem longe de vocês! –Falo e saio do colégio, vou em direção a rua, fico andando por ela, sem nenhum rumo. Até que eu vejo que estou me aproximando da praça onde eu sempre costumo vir quando preciso pensar ou quando brigo com alguém. Chego perto do chafariz e me sento do seu lado. Desabo em lágrimas, fico em silencio somente ouvindo os sons dos meus soluços até que alguém toca no meu ombro, me viro e Fernanda está atrás de mim, sentada. Abraço ela fortemente, sentindo o choro ficar mais forte.
–O que aconteceu Vic? –Nanda fala preocupada.
–Eu vivi uma mentira a minha vida inteira!
–Como assim? Do que tá falando Vic? –Fernanda fala segurando minha mão tentando me acalmar.
–Minha mãe me enganou a vida inteira, mentiu pra mim. Meu pai nunca esteve morto, meu pai tentou nos procurar, mas ela por uma bobagem me manteve longe todo esse tempo. –Paro e tento controlar o choro antes de prosseguir. –Aquele homem, que apareceu no camarim, é meu pai!
–Vic, e sua mãe? Que explicação deu pra tudo isso?
–Disse que não queria que eu sofresse que ela fez isso pro meu bem. Você acredita que ela disse que foi pro meu bem?
–Vic, você quer ficar na minha casa hoje? Não seria bom você e sua mãe brigarem. –Fernanda fala arrumando meu cabelo que estava completamente bagunçado.
–Quero sim, não estou a fim de brigas hoje!
–Então vamos! –Ela fala se levantando e me estendendo a mão. –Quando chegarmos lá você liga pra avisar pra não deixar ninguém preocupado.
Assenti com a cabeça e pegamos um taxi até acasa da Nanda.
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Não dormi direito a noite toda, fiquei me mexendo de um lado pro outro. Quando finalmente consegui relaxar um pouco já eram cinco da manhã, então praticamente só deu tempo fechar os olhos. Fui a primeira a acordar, levantei fui até o banheiro, tomei um banho e escovei os dentes. Depois sentei na escrivaninha da Nanda e chequei meu celular. Tinha várias mensagens da minha mãe perguntando que horas eu voltaria pra casa porque ela tinha um assunto muito importante pra me falar. Deveria ser más noticias. Peguei meu fone e coloquei a música "Mercy" do Shawn Mendes, fiquei escutando até que a Fernanda acordou. Desliguei o telefone e ela veio falar comigo.
–Está se sentindo melhor?
–Um pouco, acho que estou mais calma.
–Antes de ir pra casa você devia passar um pouco de corretivo na cara! –Ela fala e depois ri da minha cara de confusa. –Seus olhos estão um pouco inchados.
–Verdade, não quero que minha mãe saiba que eu chorei muito!
–Vou tomar banho pra gente ir tomar café! –Ela fala se dirigindo pro banheiro. Concordo com a cabeça e volto a ouvir música. Depois de uns minutos ela sai e nós vamos tomar café, ficamos conversando um pouco mais e depois eu vou pra casa, tenho que descobrir o que de tão importante minha mãe tem pra me contar.
