Eu fiquei horas olhando aquele pequeno corte em meu pulso e pensei:
"Nossa! Como isso arde." Porém estava me sentindo como se todos os meus problemas estivessem desaparecendo, e então caí em um sono.—Poul! Tá atrasado pra aula!— gritou meu pai.
Meu pai era um homem honesto, porém não era um homem sempre presente na família, ele trabalhava muito e as vezes deixava agente, um pouco de lado, como de segundo plano.
—Poul! Vou arrebentar essa porta e te dar uma surra daquelas que você nunca irá esquecer!
Então levantei, estava muito mal, parece que dobrou tudo oque estava sentindo ontem. Vesti minha roupa preta com minha calça preta e meu tênis preto. Passei um pouco de lápis só os arredores dos meus olhos e lá se foi Poul, pesado, magoado e isolado.
Em minha sala sentei-me em uma cadeira no fundo da sala, uma garota se assentou da carteira ao lado, discretamente fiquei observando ela. Ela era linda, então eu disse:
— Oi! —Com muita vergonha.
— Olá —A voz dela era meiga— Como se chama?— ela disse.
— Poul. E você?
— Me chamo Jeniffer. Então, você é bastante gótico, né?— Então eu disse:
— Não! — falei de um jeito desesperado, mais depois me acalmei quando percebi que estava nervoso. — Só gosto da cor preta mesmo.
Então o professor de artes entrou na sala, o nosso "assunto" tinha acabado, que pena, ele falou sobre a arte Romana e outras coisas, mais não consegui me concentrar, sempre me pegava olhando para Jeniffer, ela era perfeita.
No intervalo peguei minha merenda e me sentei sozinho (como sempre), e fiquei reparando todos os alunos, todos tinham seu grupo social, alguns nerds, outros machões e um grupo de meninas. Jennifer estava neste grupo, ela ficava me encarando, mais depois desviava seu olhar.
Pensei: " Estou sozinho, desamparado, talvez uma sombra de uma alma que morreu porém com o corpo presente."
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Auto Mutilação - Heitor Ramos
Misterio / SuspensoUma história que fala o quanto é difícil a vida de um adolescente, que sofre da doença da automutilação.