Cayo

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Cayo: Nunca vou conhecer alguém tão doce e forte quanto ele. Nunca vou ter um melhor amigo tão verdadeiro. Ninguém nunca chegará perto de ter um coração tão bom quanto o dele. Cayo fica feliz simplesmente por ver um sorriso em meu rosto.

Quando eu e minha família saímos do Brasil em direção à Itália eu fazia questão de fazer amizades, mas sem forçar claro, acho que sou instintivamente boa em fazer amigos. Era a minha segunda semana frequentando a Faculdade de Bolonha.  Essa faculdade era de elite, eu estava ali pela bolsa que ganho por ser brasileira, se não passaria longe daquele palácio. Todos ali eram da mais alta classe, eram todos bonitos, corpos definidos, cabelo e roupas impecáveis, e lá também tinha eu. O lugar maravilhoso e as pessoas ali eram tão legais, mas nenhum amigo eu havia feito ainda. Existia um grupo de estudos da anestesia extra, isso porque o curso de medicina ali não dava muita atenção à essa matéria, porém ela era muito importante. Decidida a ter a melhor oportunidade possível no mercado de trabalho resolvi entrar para os "Anestesistas". O líder desse grupo era uma menina muito, mas muito gata mesmo, quase todos os meninos iam lá só pra comer aquela professora com os olhos,  faziam isso na cara dura mesmo e ela só atiçava. Ela fazia perguntas e só um garoto respondia, ele era inteligente pra caramba e eu estava completamente perdida. Fora aquela professora biscate eu era a única menina, e o único menino que não babava pela piranha era esse inteligente. Sendo assim, só nós dois realmente estávamos na aula, e a professora falava um italiano extremamente rápido e ele solidário como sempre foi, ia repetindo devagar o que eu não entendia. Esse cara loiro tinha um jeito firme e suave ao mesmo tempo, gostei dele.  Eu estava saindo da sala quando o menino entrou na minha frente me assustando:

- Oi!

- Que susto, porra!- falei em português isso mesmo pondo a mão no coração.

-O quê?

-Nada, não, me desculpa.- tomei conciência de que deveria falar italiano- Devo me apresentar. Foi tão gentil comigo hoje.

- Que isso, não foi nada.

- Bom, me chamo Beatriz, mas me chame de Bia mesmo.

- Sou o Cayo, pode me chamar de Cayo mesmo -ri.

- Bom te conhecer, não conheci ninguém aqui ainda.

- Bom te conhecer também, Bia mesmo. Mas agora conheceu a mim, posso te apresentar pra mais gente se quiser.

- Seria ótimo.

Trocamos os telefones e marcamos de ir ver o primeiro jogo de futebol americano do ano que o time da faculdade participava. Foi legal e ele me apresentou de um modo geral para seus amigos jogadores no final da partida. Decorei os nomes porque aquilo era a minha chance de me enturmar: Rodolfo, Federico, Lorenzo, Giovani, Luca, Enrico, James, Gabriel, Sandro, Carlo, Pietro e o reserva Alessandro. Era cada cara lindo, que meu Deus do céu! O tal do Carlo ficou dando em cima de mim, fingi que não entendia as cantadas bestas, eu realmente não tava afim de me envolver com ninguém por enquanto. Mas a vida sempre tem seus planos, 9 meses depois já namorava com um dos jogadores que era intercambista deles... Cayo foi o mediador de todo o romance entre mim e James, do começo sem começo ao fim sem fim.

Dear FutureOnde histórias criam vida. Descubra agora