"por favor por favor POR FAVOR vem pra cá, tô te implorando."
"Tá tão chato assim?"
"não é que ta chato, é só que... eu não falo com ninguém aqui."
"E aquela sua amiga, a Kyle?"
"eu não sei, tá estranho com ela... como se nós não tivéssemos mais nada em comum e o ensino médio estivesse em um passado distante."
"Que triste."
"... diz o cara que não tem amigos."
"O que queria que eu dissesse?"
"Diz que sim e vem cá."
"A Autumn não me convidou. Que parte disso você não entendeu?"
"mas ela deixou eu te trazer. aw, por favor, vem cá. por mim."
"Ela não quis nem te convidar na minha frente."
"Alex, por favor... vem cá, eu quero tanto te ver."
Alex lê a minha mensagem e para de responder, o que me faz ficar preocupado. Talvez eu estivesse o enchendo o saco demais, ele nem gosta desse tipo de coisa.
Até porque, o que eu estou fazendo? Convidando ele para a festa de aniversário da prima que ele nem conversa? Eu estou realmente passando dos limites.
Logo antes de eu digitar uma mensagem pedindo desculpas para ele, noto que ele enviou uma.
"Ok, eu vou dar uma passada ai. Só pra te ver, do lado de fora."
"SIM SIM SIM vem aqui agora eu vou ficar esperando"
"você tá tão necessitado, cabeça de merda"
"também te amo S2"
Devolvo meu celular para o bolso com um sorriso enorme em meu rosto, por algum motivo.
"Com quem você tava conversando?" A Kyle nota, rindo de leve.
"Ah, só um amigo do trabalho." Olho para ela.
"O primo da Autumn?" Ela arqueia uma sobrancelha.
"S-Sim..." Pendo a cabeça para o lado.
"Hm. Vocês dois ficaram bem próximos, né?" Algo em seu tom soa bastante malicioso, mas eu decido ignorar.
"Sim, ele é legal."
Como uma chamada dos céus, um colega de classe antigo aparece para nos cumprimentar e começa a conversar fiado com a Kyle, me fazendo respirar aliviado. E alguns minutos depois eu recebo uma mensagem do Alex, dizendo que ele está lá fora. Peço licença aos dois e quase corro até lá, o encontrando parcialmente escondido atrás de uma árvore.
"O que você tá fazendo?" Eu rio, caminhando até ele.
"Evitando que alguém da minha família me veja aqui." Ele se esconde completamente quando eu paro ao seu lado.
"Seria um problema?"
"Eu não sou a pessoa mais amada na família. Mas eu não sei ao certo qual seria a reação deles."
"Por que você não descobre hoje?" Abro um sorriso e puxo seu braço.
"Nem morto." Ele dá um tapa em minha mão. "Eu disse que eu vou ficar aqui fora."
"Tem comida de graça."
"Não, Edgar." Ele me lança um olhar assassino.
"Okay, desculpa." Balanço as mãos no ar.
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Verão Verde-Azulado
Fiksi RemajaEdgar volta para a casa dos pais, durante as férias de verão, repleto de dúvidas quanto ao seu futuro. Seu primeiro ano cursando medicina apenas o mostrou como ele não nasceu para a profissão - mesmo que seguir a carreira de seus pais tenha sido alg...