Capítulo 6

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Chego rapidamente a casa. Mal abro a porta a minha prima Gemma olha me preocupada e corre para mim. Sinto no seu olhar para além de preocupação, espanto, curiosidade e intranquilidade. Eu não costumo fazer coisas destas , nunca fiz aliás . Hoje em dia vivo exclusivamente para o meu filho. Trabalho, para ele, sorrio para ele, mas sobretudo tento me manter viva por ele. Depois da escuridão que me abalou quando fui expulsa de casa e toda a minha família me virou as costas, tudo o que eu pensava era nele. Tudo podia ser melhor se ele tivesse estado ao meu lado. Se ele tivesse arcado com as consequências assim como eu , mas não. Preferiu mentir, deixar que a minha família pensasse que eu tinha engravidado de um rapaz qualquer que eu tinha conhecido na noite. Em vez de ter sido homem suficiente para assumir os seus atos. Não deixo de me sentir pessimamente quando penso que ele queria que eu abortasse do meu, nosso filho. Como é que é possível , algo feito com tanto amor, ou assim eu o pensava, passar lhe tão ao lado. Nunca recebi um telefone , uma carta, uma mensagem sequer dele a perguntar como é que eu e o Thomas estávamos . Ele simplesmente ignora o facto de ter um filho . Passaram se mais de 6 anos e ele nunca quis saber sequer se o filho precisava de alguma coisa.

"Meu Deus Caroline, como estás? O que se passou?" A minha prima pergunta me e eu foco toda a minha atenção nela.

"Ontem depois de sair do bar, um homem tentou mal tratar me num beco." Falo e respiro. " Um amigo, bem conhecido, meu , estava a passar por acaso por lá e salvou me de toda aquela situação. Levou me para casa e meio que cuidou de mim." Os olhos dela brilham e sei qual a intenção. " Só não vim dormir a casa porque já era muito tarde e ele insistiu em ficar por lá aquela noite, nada mais ."

"Conta me tudo! Como é que ele é? É bonito ? " Ela pergunta e eu nego com a cabeça tentando explicar que nada do que ela estava pensar era verdade .

" Não! Quer dizer sim! Quer dizer, não é nada do que estás a pensar, mas sim é bonito ! Apenas me ajudou Gemma, só isso."

"Ele trabalha contigo?" Riu me com o pensamento de um homem como o Taylor trabalhar comigo. Com aquela casa, carro, roupas, mobílias , tudo! Era impossível ele sequer ser visto com alguém como eu.

"Não, nada disso. Sinceramente nem eu sei onde trabalha." Dou de ombros querendo acabar com a conversa. " O Thomas?" Acabo por perguntar.

"Ainda está a dormir." Ela fala e fico feliz por estar aqui quando ele acordar. " Ele passou bem a noite ?" Pergunto. Ultimamente tem tido ataques de pânico nocturnos , pesadelos pesados que o levam a acordar num estado de absoluto nervosismo.

"Bem, ele, hoje não acordou assustado Caroline..." Ela diz e sei que se passou algo mais. "Ele gritou, gritou muito e alto, fui imediatamente ao quarto dele ver o que se passava e ele estava a contorcer se no chão do quarto enquanto que suava. Ele não estava acordado tive que ser eu a faze lo."ela diz e o meu coração cai.

Eu sabia que ele precisava de cuidados médicos, cuidados de qualidade. Levei o ao médico de um hospital público aqui em Seattle, mas não me disse nada. Disse apenas que o Thomas era uma criança e como assim sendo ele tinha pesadelos, o que era normal.

Eu precisava de mais dinheiro , embora me mata se a trabalhar no bar, não chegava. O meu filho precisava de mais, e com mais refiro me a melhor. Especialmente na saúde , eu não podia dar me ao luxo de o perder. Não a ele. Já me bastou ter perdido o Harry, não me podia acontecer isso com o Thomas .
Lembro me de ter visto um anúncio no jornal para trabalho doméstico numa casa de uma família. Trabalhava lá durante o dia e á noite fazia as horas no bar. Não ia ter muito tempo mas era só até conseguir estabelecer algumas poupanças.

"Mãe?" Uma voz ensonada, com caracóis bagunçados e olhos verdes á mistura pergunta do alto dos seus 6 anos no meio do corredor ainda de pijama .

"Bom dia seu dorminhoco!" Digo e ele corre para os meus braços. Pego nele e dou lhe muitos beijinhos como faço sempre. Sinto me tão abençoada por o ter.

"Mamã, hoje vais ver o meu jogo de futebol?" Ele pergunta com um grande sorriso.

"Humm, não sei, só se me deres um daqueles abraços especiais, aqueles que têm direito a uma frase bonita." Digo e sorrio fortemente.

Ele abraça me com toda a força que tem, e liberta um "Amo te muito mamã." o que faz o meu coração encher de alegria e pensar na sorte, que no meio do meu azar, eu tive.

"Vá campeão, vamos comer? Não se pode jogar futebol de barriga vazia !" A Gemma diz. Ele salta do meu colo e corre até á cozinha.

Pequeno mas prometo que virão proximamente mais, o próximo capítulo vai ser maior! I sure !
Beijos

My Cousin 2Onde histórias criam vida. Descubra agora