Vi o jogo com tranquilidade enquanto orgulho enchia o meu coração ao ver o meu filho jogar. Tudo parecia calmo, o meu coração assim o parecia, estava orgulhosa de mim mesma por sentir algo que já pensava não ser capaz de sentir. Olhava para a bancada cheia de casais a observar cuidadosamente os seus filhos. Cochichavam coisas entre si partilhando momentos de pura cumplicidade, o meu coração quis doer mas tentei desviar isso de mim.
O jogo terminou. Os miúdos foram para dentro enquanto que Taylor se aproximava de mim. Permaneci sentada na bancada enquanto que algumas pessoas se iam dispersando.
" O que achas-te?" Taylor senta-se ao meu lado. "Dá a tua resposta tendo em conta que são crianças, não seguem muito as regras." ele diz a ultima parte sussurrando.
"Foi bom." eu disse e ele olhou-me desiludido." Claro que eu faria melhor." ele sorri."Não sabia que trabalhavas aqui." eu falei e ele solta uma leve gargalhada.
"Eu não trabalho aqui, aliás nem recebo nada por estar aqui com os miúdos. " ele responde e eu assinto.
"Então fazes isto por prazer?" imagino o quão bom seria fazer algo por puro gozo, ter um passatempo sem obrigações. " Os miúdos tem que estar gratos." digo.
" Grato tenho eu. Eles fazem-me querer viver sabes? Venho do escritório todos os dias exausto, farto de ouvir o meu pai a reclamar comigo sobre o que estou a fazer da minha vida com quase 30 anos enquanto organizo os orçamentos do próximo mês. A esta hora, para ele, já devia estar casado com um par de filhos e um bela mulher em casa á minha espera todos os dias depois do trabalho." ele fala em tom de desabafo e por momentos sinto-me arrependida de ter lançado o assunto.
"Nenhuma vida é fácil. Eu tinha uma vida tão boa Taylor. Queria ser médica um dia, estava na reta final do secundário, estava quase a formar-me, só estava a espera da carta da universidade a dizer que tinha entrado."pareço entusiasmada. " Nunca soube se entrei ou não.Mal soube que estava grávida os meus pais não me quiseram mais em casa, disseram que eu era o maior desgosto deles. Pensaram que eu tinha sido uma galdéria qualquer que abria as pernas a qualquer um. Tudo isto enquanto que a pessoa que deveria partilhar as consequenciais comigo estava bem ao pé de mim, sem nunca abrir a boca a qualquer um dos insultos que a minha família me lançava. Os meus tios trancaram-se em copas nunca disseram uma única palavra. O " fardo" era dos meus pais entendes ? Mal eles sabiam que o filho deles tinha exatamente a mesma culpa que eu." falei por fim, uma lágrima escorreu no meu rosto e o meu peito pesava com toda a dor que sentia. " Tenho um irmão o Zack, vive em Londres com a minha melhor amiga, sua namorada ainda acho. Ele sabia do meu incesto com o meu primo, nunca o deixei abrir a boca sobre qualquer coisa, soube passado uns dias que o Harry estava no hospital com meia dúzia de costelas partidas e um hematoma gigante no olho, foi o meu irmão dias depois de eu partir. Vivo com a minha prima Gemma à 6 anos, ela é irmã do pai do Thomas. Nunca me deixou nem por um momento, deixou tudo por mim. Deixou a familia, deixou o grande amor da vida dela só para nos ajudar, tenho o mundo a agradecer-lhe." Taylor olha para mim com carinho e a sua mão pousa-se levemente no meu ombro.
" Nunca mais soubes te nada da tua familia? Um telefonema? Uma mensagem?" ele pergunta incrédulo.
" Falo por telefone com o meu irmão algumas vezes apenas, nunca me veio visitar. A pesar disso diz me que os meus pais estão muito arrependidos. Que depois de tantos anos não tem coragem de me ligar, não se perdoam. Sinceramente passado tanto tempo essa ausência na minha vida foi-se colmatando. Vivo para o Thomas agora. Só para isso e para à sua felicidade e bem estar. Não tenho mais nada hoje em dia." quero chorar mas controlo-me. A vida mostrou-me que não posso mostrar qualquer tipo de fraqueza às pessoas.
"Eu posso ajudar Caroline, estou aqui agora" ele diz e quero abraça-lo. O meu pensamento parece ter sido lido quando os seus braços envolvem o meu corpo cada vez mais magro.
" Não há nada que possas fazer Taylor, nada que já não tenhas feito." sorrio triste.
" Posso sim." ele suspira largando um beijo na minha testa.
Vejo Thomas na nossa direção com os seus caracois ainda molhados do banho.
" Mamã, o que achas-te?" o meu filho pergunta e salta para o meu colo.
" Estiveste ótimo meu querido."planto um beijo na sua cabeça.
" Acho que está na hora de irmos andando, a minha barriga já pesa." Taylor dá uma leve gargalhada enquanto pega na mão do meu filho.
" Onde vamos jantar?" ouço o Thomas a perguntar frenético enquanto entrega a mochila a Taylor.
" Pensei que quisesses ser tu a escolher..." Taylor responde e o meu filho arregala aos olhos.
" Eu não sei, eu e a mãe não costuma-mos ir muito jantar fora. Ela trabalha muito sabes ?" o meu filho diz a ultima parte num sussurro e não me deixo de sentir culpada por estar tão pouco tempo com ele.
" Então eu escolho." Taylor pisca-me o olho.
Olá a todos ! Peço tantas desculpas por ter abandonado um pouco tudo isto. A verdade é que muita coisa aconteceu durante estes anos, sim anos. Durante algum tempo não me senti inspirada para escrever e não queria fazer algo só por fazer. Hoje em dia sinto-me totalmente capaz e inspirada para vos dar o melhor de mim. Esta história tem muito que dar , só vos digo isto 😉 Não me quero comprometer com um horário definido para os capítulos, pelo menos por agora. Apesar disso contem com capitulo regularmente.
Passem no meu perfil e leiam a minha nova fic Kaylane, espero pelo vosso feedback ❤
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My Cousin 2
FanfictionDepois de um amor demasiado intenso para ser esquecido será que todas as discussões, todas as palavras , todos os momentos maus vão ser perdoados? Será que um coração partido conseguirá ser restaurado? Descobre mais em My Cousin 2 ( a continuação de...