Capítulo 12 - Conquistando o Novinho

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O bonitão havia entrado no banheiro e já estava lá dentro a algum tempo. Eu nem acreditava que havia conseguido convencê-lo de me levar para o seu dormitório assim tão rápido. Ele parecia todo desconcertado com tudo aquilo, o que eu achava cada vez mais fofo. Apesar de achar todo aquele desconforto dele adorável, eu não queria assustá-lo mais ainda, por esse motivo, evitei encará-lo por muito tempo e também de adentrar mais no quarto (por mais que eu quisesse).

Fiquei ao lado da porta do quarto, ficando assim a poucos metros da porta do banheiro. A cama dele parecia ser a primeira, e a segunda provavelmente se tratava da cama da peste do Ricky. Eu queria me aproximar da cama do príncipe, sentir o cheirinho dele em seu travesseiro, mas eu me controlei. Eu realmente não queria assustá-lo ainda mais.

Ouvi um celular tocar, e logo que parou, percebi que era o dele. Me aproximei da porta para tentar ouvir alguma coisa. Não tive muito sucesso, ele estava falando muito baixo. Porém, as poucas palavras que eu ouvi senti meu coração doer. Ele estava falando com uma garota, e havia tanto carinho na voz dele... Será que...? Ah, não! Não poderia ser! Se bem que não seria surpresa um partidão como ele já está comprometido.

Ouvi ele desligar e começar a destrancar a porta. Me apressei para voltar para meu canto ao lado da porta do quarto, e esperei ele aparecer vestindo sua roupa limpa. Ele ficava igualmente lindo com aquela camisa azul e calça preta. Sua roupa suja estava agora em suas mãos, já dobrada.

"Essa roupa também ficou bem em você!" eu disse, vendo ele desviar o olhar do meu mais uma vez.

"Obrigado!" ele disse, pegando a chave de seu bolso. "Bem, vamos?"

Acenei com a cabeça e abri a porta, mas não saí antes de verificar se havia alguém por perto. Dei passagem para ele passar, saímos e ele trancou a porta.

Enquanto íamos em direção da lavanderia, eu espiava o garoto andar de cabeça baixar, visivelmente ainda nervoso com a minha presença. Ele era tão tímido, tão adorável. Mas enquanto eu sorria encantada com a o charme e fofura daquele príncipe, lembrei da ligação de um pouco mais cedo. Será que ele realmente tinha uma namorada?

"Quem era no telefone?" aparentemente, minha repentina havia assustado um pouco o rapaz, quem agora tinha as sobrancelhas bem saltadas em sua testa enquanto olhava para mim, "Digo, ouvi você falando com alguém quando estava no banheiro."

Talvez ele fosse me achar uma intrometida, mas eu não me importava. Eu tinha que deixar claro que eu tinha interesse, que eu queria ser uma candidata caso ele estivesse à procura de uma namorada. Algumas pessoas me achavam "atirada", mas a verdade é que eu preferia ser direta ao ponto, ao menos assim, se eu não tivesse chances, eu não investiria e me machucaria ainda mais. Eu já havia sofrido demais por amor para uma vida.

Ele maneou um pouco a cabeça, antes de responder com um adorável sorrisinho de lado:

"Era minha irmãzinha, ela sempre me liga pra me desejar boa noite."

Suspirei aliviada. Ele parecia está dizendo a verdade, além disso, a forma que ele disse "irmãzinha" só me deixou mais encantada com o jeito fofo dele. Como ele conseguia ser tão adorável e charmoso ao mesmo tempo?

"Isso é muito fofo!" eu não me aguentei, tive que dizer em voz alta.

Ele simplesmente sorriu sem graça, ainda não me olhando nos olhos.

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Chegamos a lavanderia e eu o ajudei a colocar sua roupa cheia de ponche em uma das máquinas. Coloquei um produto anti manchas para ter certeza que sua roupa não ficaria danificada, e me sentei ao lado dele no banquinho de espera. Demoraria um pouco para a roupa ficar limpa e seca, o que eu achei uma ótima oportunidade para ficar um pouco mais de tempo com o adorável príncipe ao meu lado.

"Você pode voltar para a festa se quiser, não precisa esperar aqui comigo." ele me disse.

Ele era tão gentil! De fato, um verdadeiro príncipe.

"Não precisa, prefiro ficar aqui com você." sorri para ele, e depois de retribuir meu sorriso, ele desviou o olhar novamente.

Ficamos um tempo em silêncio. Nada além do som da máquina de lavar preenchendo o ambiente.

"Pensei que fosse sua namorada, na hora que você recebeu aquela chamada." resolvi dizer.

Ele riu, nervosamente coçando sua própria nuca.

"Não, não. Era minha irmã mesmo." ele respondeu, ainda não olhando para mim.

"Então você não tem namorada?" resolvi perguntar.

Aquele era o momento de saber mais sobre a vida amorosa daquela bonitão.

Ele riu novamente, agora se ajeitando em seu acento. O garoto ainda evitava qualquer contato visual comigo, mas pude reparar que ele parecia um pouco mais confortável do que alguns minutos atrás.

"Não, não tenho."

Não consegui conter o sorriso que se formou em meus lábios. Ele não tinha namorada, o que queria dizer que o caminho estava livre leve e solto para mim.

Com uma mão, virei seu rosto para mim, o que resultou em olhinhos arregalados e uma boquinha entre aberta vestindo sua feição assustada.

"Por que você não olha pra mim? Sou tão feia assim?" fiz um biquinho enquanto tirava a mão daquele rostinho lindo.

Ele parecia ainda um pouco assustado e desconcertado, então eu não queria exagerar. Ele e ajeitou em seu acento novamente, e acenou negativamente com um tímido sorriso de lado. E que sorriso de lado...

"Não, não é isso! É que... Eu não estou acostumado em ficar muito tempo sozinho com uma garota, só isso."

Ai que coisinha mais fofa! Senti meu coração acelerar mais ainda depois de ouvir suas palavras. Aquele garoto ia me matar de amores a qualquer momento.

"Então você não me acha feia?" insisti em manter aquela conversa, mas dessa vez me afastei um pouco dele, numa tentativa de deixa-lo ao menos um pouco mais confortável.

Eu estava me sentindo um pouco mal de está fazendo ele se sentir tão desconfortável, mas eu não aguentaria perder aquela oportunidade de tentar saber mais sobre ele, de saber o que ele pensava de mim, se eu tinha alguma chance.

Notando que ele não respondia, virei seu rosto para mim novamente. Mais uma vez aqueles olhinhos arregalados olhando pra mim, porém, dessa vez, mantive meu rosto um pouco mais distante do dele.

"Você me acha feia?"

Vi o garoto engolir a seco. E por um momento, senti meu peito doer com a possibilidade de eu não ser o tipo dele.

"Não, não é isso! A senhorita é muito bonita!"

Senti um sorriso de orelha a orelha se formar em meu rosto. A forma que ele me chamou de "senhorita" era tão desnecessariamente formal e adorável! Sem contar que ele me achava bonita. Aquele garoto era de fato um príncipe!

Tirei a mão de seu rosto, notando que o garoto estava muito tenso com aquela proximidade.

Chega de assustar ele, Solar! Tentei repetir para mim mesma enquanto me afastava um pouco dele, mantendo agora meu olhar para o chão da lavanderia.

Confesso que eu não resistia em dar umas olhadinhas de canto de olho para ele de vez em quando. Ele era tão lindo e encantador! Quem poderia me culpar? Mas tentei me controlar. Ele era um rapaz tímido, e se eu me jogasse mais ainda para cima dele, podia acabar o assustando ainda mais, e talvez de uma vez por todas. Aquela teria de ser uma conquista paciente, mas eu não desistiria. Aquele novinho seria meu!

Ela é o CaraOnde histórias criam vida. Descubra agora